Com pequeno atraso, mas com maiores detalhes, este blog divulga matéria sobre os Fundos de Pensão que tiveram pessoas presas, documentos e bens apreendidos por envolvimentos com corrupção em gestão fraudulenta e temerária.
A Operação Greenfield,
deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal para
apurar fraudes em quatro fundos de pensão de estatais, tem potencial de
causar estragos no setor elétrico e em setores do sistema financeiro
numa primeira etapa e, depois, atingir políticos responsáveis por
indicações de diretores nessas entidades.
A avaliação é de investigadores envolvidos na operação realizada nesta
segunda-feira (05), que tem como alvo os fundos Funcef (dos funcionários
da Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Previ (Banco do
Brasil) e Postalis (Correios). Foram realizados o bloqueio de R$ 8
bilhões, que é a estimativa do rombo que teria sido provocado pelo
esquema, e a prisão temporária de cinco gestores e ex-gestores destas
entidades.
No caso do setor de energia, o foco seriam principalmente investimentos
realizados pelos fundos na construção de usinas hidrelétricas, como Belo
Monte, e na estruturação da Sete Brasil. Nestes casos, os fundos,
segundo avaliações preliminares da PF e do Ministério Público, teriam
recebido ordens superiores do governo Lula para fazer aplicações nestes
novos investimentos.
Já no sistema financeiro, a investigação vai mirar nos agentes de bancos
de investimentos que montavam as operações feitas para beneficiar
empresas com os recursos dos fundos. Ainda não há provas de
irregularidades, mas indícios de que alguns destes agentes fariam parte
do esquema.
Em relação à atuação de partidos, a Operação Greenfield não listou
nenhum político na relação de investigados porque se trata de uma
investigação autorizada pela primeira instância da Justiça. A
expectativa é que, no decorrer das investigações, PF e Ministério
Público apurem as ligações políticas do esquema e repasse este material
para a Procuradoria Geral da República.
A PF e o Ministério Público trabalham com a informação de que os fundos,
dominados por indicações políticas, seguiam determinações superiores
para direcionar seus recursos em projetos de interesses de alguns grupos
empresariais, muitas vezes passando por cima de pareceres técnicos que
apontavam riscos nestas operações.
Durante o período dos oito projetos sob investigação, os fundos sofriam
forte influência política. O Postalis tinha diretores indicados pelo
PMDB. Petros, pelo PT, PP e PMDB. O Previ era um fundo ligado a
petistas, mas também era foco de interesses do PMDB. O Funcef tinha
diretores com ligações com o PT.
Até o momento, a principal suspeita dos investigadores é que os fundos
de pensão adquiriram cotas em oito fundos de investimento por valores
"superfaturados". Não há ainda indicações de pagamento de propina, mas
de gestão fraudulenta e temerária. A hipótese dos investigadores é que
as empresas beneficiadas retribuiriam com doações de campanha.
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