 Casa de Força principal da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu
Casa de Força principal da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu
Procuradores que conduzem as investigações sobre perdas em negócios 
feitos pelos maiores fundos de pensão do país planejam examinar também 
investimentos que eles fizeram na usina hidrelétrica de Belo Monte, no 
Pará. 
A empresa responsável pelo empreendimento, a Norte Energia, tem como 
sócios o grupo Eletrobras, empresas do setor elétrico e dois fundos de 
pensão que se tornaram alvo de suspeitas, Petros, dos funcionários da 
Petrobras, e Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal. 
Ao lado da Previ, dos funcinoários do Banco do Brasil, e do Postalis, dos Correios, Petros e Funcef se tornaram alvos da Operação Greenfield, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal na segunda (5).
O pedido de prisão temporária do ex-presidente da Funcef Guilherme 
Lacerda e de outras sete pessoas, apresentado pelo Ministério Público, 
faz referência a uma "terceira fase" da operação para examinar o caso de
 Belo Monte, sem oferecer detalhes. Lacerda, que deixou a Funcef em 
2011, está preso em Brasília. 
De acordo com os investigadores, Lacerda "detinha e detém relações 
estreitas com diversos atores e grupos políticos que pareciam exercer o 
controle de diversos fundos de pensão". A Funcef investiu R$ 285 milhões
 na usina de Belo Monte, quando Lacerda era presidente do fundo de 
pensão. Juntos, Petros e Funcef têm uma fatia de 20% das ações da Norte 
Energia. 
Informações obtidas pela Operação Lava Jato chamaram atenção dos 
investigadores da Operação Greenfield. Mensagens encontradas no telefone
 celular do ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez Otávio 
Azevedo mostram que ele mantinha contato com Lacerda em 2012, quando o 
ex-presidente da Funcef ocupava uma diretoria do BNDES, o principal 
banco de fomento do país. 
Os investigadores, para quem Lacerda "parece cobrar propina" nas 
mensagens, dizem que as conversas podem "ter relação" com investimentos 
da Funcef para construção de navios-sondas para a Petrobras, operações 
do BNDES ou Belo Monte. 

Filiado ao PT, partido pelo qual disputou e perdeu uma eleição para 
deputado federal no Espírito Santo em 2010, Lacerda indica nas mensagens
 a Azevedo ter proximidade com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, 
preso pela Lava Jato no Paraná. 
A Operação Greenfield obteve sete prisões temporárias e o bloqueio 
judicial de até R$ 8 bilhões. A primeira etapa da investigação 
concentra-se em oito negócios que teriam causado prejuízos para os 
quatro fundos de pensão que são investigados pela operação. 
De acordo com os investigadores, esses fundos investiram mais em algumas
 empresas do que seus ativos valiam, liberando mais recursos do que 
avaliações mais rigorosas justificariam e indo contra as normas dos 
fundos. 
Segundo a PF, Lacerda participou de decisões que levaram a Funcef a 
investir em quatro negócios, incluindo a Eldorado Celulose, empresa da 
holding J&F, controladora da JBS. A defesa do ex-presidente do 
Funcef afirmou que teve acesso aos autos há pouco tempo e irá 
analisá-los antes de se manifestar. 
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