- Eduardo Knapp - 1º.jan.2015/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff chega ao Congresso Nacional ao lado do então presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
Numa
retaliação ao governo Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quinta-feira, 16, que tomará
decisões que podem levar à criação de duas CPIs delicadas para o Palácio
do Planalto. Renan afirmou que vai indicar os integrantes da CPI dos
Fundos de Pensão nesta quinta, se o PT não o fizer. Por outro lado,
marcou para agosto, na volta do recesso parlamentar, o dia da leitura do
requerimento de criação da CPI do BNDES. O anúncio foi feito dois dias
depois de a Polícia Federal realizar buscas e apreensões em casas de
políticos da base aliada, como o senador Fernando Collor (PTB-AL), no
âmbito da Operação Politeia.
No caso da CPI dos Fundos de
Pensão, a comissão de inquérito foi criada no início de maio, mas, desde
então, partidos não têm indicado os integrantes para que ela possa
efetivamente iniciar os trabalhos. No momento, só falta o PT fazer a
indicação. Com amparo no regimento, a oposição pressiona Renan para que,
caso o PT não indique os nomes, ele o faça por conta própria.
"Nós hoje vamos indicar os nomes que faltam da CPI dos Fundos de Pensão.
Só falta um partido e, se não indicar, eu farei", ameaçou Renan, no
último dia de votações do Senado.
Também pressionado pela
oposição desde o início do ano, o presidente do Senado agendou para o
dia 6 de agosto a leitura do requerimento de criação da CPI do BNDES. O
pedido foi apresentado no início de maio pela oposição com 27
assinaturas de apoio, mas Renan vem adiando a leitura do requerimento
para sua criação. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, chegou a se
encontrar com o presidente do Senado e pediu para conversar com
senadores sobre a real necessidade de instalação da CPI.
Embora
seja mais uma pressão que o presidente do Senado faz ao governo, a
leitura do requerimento não é garantia de instalação da CPI. No dia em
que ela for realizada por Renan, senadores poderão retirar os apoios. Se
o governo conseguir retirar assinaturas e elas forem inferiores a 26, a
comissão não será instalada. Em abril, o Palácio do Planalto montou uma
operação para retirar assinaturas e barrou, à época, a abertura da CPI.
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