30 setembro, 2014

Marina vai à batalha do 1º turno sem ‘infantaria’



O bombardeio dos rivais e as avarias sofridas nos índices de pesquisas não são os únicos problemas de Marina Silva. A cinco dias da eleição, a campanha da presidenciável do PSB exibe nas ruas da maior parte dos Estados uma estrutura precária. Marina virou uma comandante sem exércitos. Julgando-se desprezados, os candidatos aos legislativos estaduais e ao Congresso cuidam dos seus próprios interesses, sem dar atenção à campanha nacional.
 



Campanha presidencial 2014 

29.jul.2014 - O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, participa de caminhada pelo comércio da cidade de Serra, região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo, nesta terça-feira PSB
Tomando o caso de São Paulo como exemplo, um aliado de Marina que entende de urnas e sabe fazer contas colecionou os seguintes dados: estão em jogo na disputa paulista 164 cadeiras de deputados federais e estaduais. Há incontáveis postulantes, mas os que têm alguma chance não passam de cinco por vaga. No total, 820 candidatos competitivos em todo o Estado.

Cada um desses 820 candidatos dispõe de pelo menos 300 pessoas contratadas para trabalhar na campanha de rua diariamente. Juntas, somam 246 mil cabeças. Nesta semana, reta final da campanha, esse número é multiplicado por dez. Quer dizer: há hoje nas ruas do Estado de São Paulo cerca de 2,46 milhões de pessoas trabalhando na eleição.

Quantos distribuem santinhos, colam cartazes e transportam cavaletes com propaganda de Marina? Nem mesmo os correlegionários dela. Há no PSB paulista cerca de 160 candidatos. Os mais viáveis somam 20. Mantinham nas ruas algo como 6 mil pessoas. Nesta semana, elevaram o contingente para 60 mil. A grossa maioria ignora Marina.

Por quê? Alegam não ter recebido material de campanha associando suas imagens à de Marina. E sustentam que não obtiveram algo ainda mais trivial: um gesto de apreço da presidenciável.

Um aliado de Marina compara a disputa eleitoral a uma guerra. Começa com o disparo de bombas a partir de navios e aviões. Algo que pode ser feito pelos próprios presidenciáveis e por aliados bem-postos na mídia —de políticos a artistas. Porém, numa disputa acirrada como a atual, afirma o interlocutor do blog, é a infantaria que costuma ganhar a guerra.



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