21 setembro, 2014

Erro em pesquisa do IBGE foi 'banal'

A presidente Dilma Rousseff classificou de "banal" a falha do IBGE no cálculo na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que provocou uma divulgação equivocada dos dados de desigualdade no país. Ela também negou que haja sucateamento no instituto, dizendo que o governo petista aumentou o número de funcionários do IBGE.

Em entrevista coletiva neste domingo (21), Dilma
disse que o erro era "banal" e de "fácil detecção", mas evitou apontar culpados. Para ela, a permanência da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, no cargo vai depender do resultado das sindicâncias que apuram o caso. 


"Eu, em princípio, não julgo ninguém antes das provas, mas a decisão dela [da presidente do IBGE] a respeito do conforto [em permanecer no cargo] é dela, não minha. Se se caracterizar qualquer falta, é óbvio que ela não pode ficar no cargo", afirmou Dilma. 

O instituto informou na sexta-feira (19) que a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada um dia antes, continha erros. O problema teria ocorrido porque o peso das regiões metropolitanas foi superestimado em alguns Estados. 

A presidente disse acreditar que o erro foi na checagem dos números. 

"Ficamos tão surpresos quanto todo mundo. Nós só fomos ver que tinha um equívoco na ponderação no final da tarde, depois que uma porção de gente também tinha visto", declarou. 

O governo criou duas comissões para investigar as causas do erro e só deve tomar medidas punitivas após a conclusão dessas investigações. 


SUCATEAMENTO
Dilma negou que haja sucateamento no IBGE e afirmou ter contratado para o órgão 834 servidores concursados durante sua gestão. 

"Dá um aumento de funcionários [do IBGE] em torno de 7% do governo Lula até 2013", afirmou a presidente. 

Para ela, não há problemas de gestão no IBGE e o órgão é independente. Segundo Dilma, o governo não escolheu nem a data de divulgação da pesquisa, o que ficou a cargo apenas do IBGE. "Nós tomamos conhecimento dos números junto a vocês [da imprensa]", declarou. 


INFLAÇÃO
Questionada sobre inflação, a presidente afirmou que a tendência é que haja um freio no aumento dos preços a partir de novembro.

"Nós sabemos que a inflação tenderá ao centro da meta a partir de novembro, dezembro. Nós e todo o mercado, é essa a expectativa", disse.
O teto da meta de inflação é de 6,5% e, até agosto, o acumulado de 12 meses aponta 6,51% de inflação no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O centro da meta é 4,5%.


FOLHA - Uol

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