13 agosto, 2015

Idosos não foram convidados para o futuro





para um governo que não consegue operar adequadamente nem com os problemas atuais, a questão do futuro, parece, será empurrada para a frente, para novas gestões, sine die.

Se, para o governo, existem hoje questões mais prementes e de difícil resolução, para os empreendedores privados ligados às questões de saúde pública, a mudança no perfil etário da sociedade brasileira pode representar a abertura de novas e promissoras oportunidades.

     Nesse sentido, já se observam, em diversas partes do país, iniciativas de toda ordem que procuram atender essa nova oportunidade que se abre. Não é à toa que se tem verificado, em todo o país, a abertura de novos cursos e especializações nas áreas de gerontologia e geriatria. Essas novas especialidades médicas abrangem tanto a promoção da saúde, como a prevenção e o tratamento das doenças próprias da idade, indo inclusive até aquelas áreas que cuidam da reabilitação funcional.

      O que se tem pela frente é um país que envelhece e que, por isso mesmo, reclama por uma nova abordagem dessa realidade. O fenômeno não ocorre somente no Brasil. Segundo o Fundo de Populações da ONU, uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais, e estima-se que esse número passe para uma em cada cinco, por volta de 2050. Na metade do século, estima- se, haverá mais idosos que menores de 15 anos — serão 2 bilhões de pessoas consideradas idosas no planeta, 22% da população global. O mesmo estudo prevê que, nesses números, as mulheres serão maioria.

     Diante dessa nova realidade, a figura do médico especialista em geriatria será, doravante, muito mais requisitada. Uma prova de que esse novo fenômeno já se faz presente entre nós é a realização, em Maceió, do VIII Congresso Norte-Nordeste de Geriatria e Gerontologia, que, nesta edição, tratará do tema “Envelhecimento e o desafio do cuidar”. Também a série de congressos e jornadas, programados para acontecer em todo o país, reforçam a importância que o assunto vem tendo para os brasileiros. Veja a lista no Blog do Ari Cunha. Só neste ano, haverá encontros no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e São Paulo.

     Vale salientar a tentativa do governo federal de assumir sua parte diante do envelhecimento da população, por meio do Decreto nº 8.114, de 2013, que estabelece o chamado Compromisso Nacional para o Envelhecimento Ativo e institui uma comissão interministerial para monitorar e avaliar ações em seu âmbito e promover a articulação de órgãos e entidades públicos envolvidos em sua implementação. Logo no artigo 1º, pode-se ler: “Fica estabelecido o Compromisso Nacional para o Envelhecimento Ativo, com o objetivo de conjugar esforços da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios, em colaboração com a sociedade civil, para a valorização, a promoção e a defesa dos direitos da pessoa idosa”.

     De acordo com as últimas estatísticas apresentadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos (pessoas com mais de 60 anos) pulou de 10,7 milhões, em 1991, para 23,5 milhões, em 2009. Somente entre 2009 e 2011, esse número aumentou 7,6%, ou seja, cresceu em 1,8 milhão de pessoas. Ao mesmo tempo, houve uma redução no número de crianças de até 4 anos, passando de 16,3 milhões, no ano 2000, para 13,3 milhões em 2011.

A frase que foi pronunciada
“Velho sim, velhaco nunca!”
(Ulysses Guimarães)


Por: Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto: Google

É verdade.
Somos incômodas visitas do passado que insistem em bater às portas do futuro, espiar pelas frestas do amanhã, esgueirar-se no alvorecer de uma nova era. À frente, os homens do futuro a nos enxotar feito lixo.


Um comentário:

  1. Não concordo com a denominação de 'ASSISTIDOS' imposta pela CASSI.
    Acho que em breve seremos 'DESASSISTIDOS' DA PREVI. lamentável...
    Quem não cultua e respeita seus idosos, nega seu passado e compromete o futuro
    by ROSE MARY WILMERS MANÇO.

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