Em discurso nesta terça-feira (5), o senador José Medeiros (PSD-MT) disse estar preocupado com a situação dos empregados de empresas estatais, especialmente aqueles vinculados aos fundos de pensão Petros, da Petrobras; Postalis, dos Correios; Funcef, da Caixa Econômica Federal; e Previ, do Banco do Brasil.
Segundo ele, investimentos arriscados e sem retorno com dinheiro
desses fundos foram feitos por pessoas que não sabiam o que estavam
fazendo, uma vez que foram alçadas aos cargos de direção dessas
entidades não pela competência, mas por afinidade política. E isso fez
com que o rombo nas contas desses fundos de pensão chegasse a R$ 46
bilhões em 2015.
José Medeiros ressaltou que serão os próprios trabalhadores que
pagarão a conta dessa incompetência, e que os associados dos fundos de
pensão vão receber aposentadorias menores.
— O Postalis, por exemplo, acumulou déficit de R$ 5,7 bilhões de
reais em 2012, 2013, 2014 e 2015. Essa fatura deverá ser paga pelos
quase 76 mil funcionários, aposentados e pensionistas, além dos próprios
Correios, para resolver o rombo do plano de benefício definido. Pelas
regras de equacionamento do déficit dos fundos de pensão, o desconto
mensal ficou determinado em quase 18% do valor da aposentadoria da
pensão ou do valor previsto para o benefício por 25 anos e meio.
Medeiros citou ainda dados do Fórum Independente em Defesa dos Fundos
de Pensão, apresentados à CPI dos Fundos de Pensão, da Câmara dos
Deputados, mostrando que os investimentos de alto risco são maiores nas
entidades vinculadas às empresas públicas.
O senador explicou que no Postalis, por exemplo, 18,6% dos
investimentos foram de alto risco. Na Funcef, 10,8%. Enquanto isso, no
fundo ligado ao Banco Itaú, os investimentos de alto risco representaram
apenas 0,02% do montante.
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