11 dezembro, 2014

Banco do Brasil interrompe verba à CBV por irregularidades

  • Divulgação/FIVB
    Ary Graça era o presidente da CBV na época das irregularidades apontadas pelo CGU
    Ary Graça era o presidente da CBV na época das irregularidades apontadas pelo CGU

O Banco do Brasil anunciou na tarde desta quinta-feira (11) que interrompeu o repasse de verbas à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), de quem é patrocinador desde 1991. O fato se deve ao relatório divulgado horas antes pela Controladoria Geral da União (CGU).
O órgão do governo federal aponta irregularidades em contratos que, juntos, somam R$ 30 milhões em pagamentos feitos entre 2010 e 2013 pela CBV com verba do patrocínio do banco estatal.

Ao verificar a gestão da confederação e o destino dado aos recursos federais obtidos, os auditores da CGU detectaram 13 contratos com irregularidades. O contrato de patrocínio era no valor de R$ 70 milhões.

Outro lado: Em nota oficial, a Confederação Brasileira de Vôlei comentou apenas sobre o relatório da CGU, não mencionando até o momento a interrupção do repasse do dinheiro do banco estatal. "A nova gestão tomou providências visando implantar uma governança responsável e, acima de tudo, ética" (leia a íntegra da nota abaixo).

"O Banco do Brasil informa que suspendeu os pagamentos à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) referentes aos contratos de patrocínio e condiciona a retomada dos pagamentos - e a continuidade do patrocínio - à adoção imediata pela CBV de todas as medidas corretivas apontadas pela Controladoria Geral da União (CGU), além de outras identificadas pelo Banco como necessárias.", declarou o banco, em nota.

As empresas contratadas são de propriedade de dirigentes e ex-dirigentes da CBV ou de pessoas ligadas a eles por laços familiares. A averiguação das contas e procedimentos adotados pela entidade teve início após denúncias de falta de transparência nas contratações de colaboradores e serviços pela diretoria da CBV.

"Parte das medidas apontadas pela CGU foram previamente identificadas pelo BB e constam de aditivo contratual que foi negociado com a CBV, porém sem resposta final por parte da Confederação. O Banco do Brasil reitera que não irá compactuar com qualquer prática ilegal, ou que seja prejudicial ao esporte e à comunidade do vôlei, e entende ser necessário que a CBV adote novas práticas de gestão que tragam mais disciplina e transparência à aplicação dos recursos", completou o banco.

Em seus perfis no Twitter, alguns atletas com passagem pela seleção brasileira, como é o caso de Gustavo, criticaram o ocorrido com a CBV.

"E agora Sr. Ary Graça e parceiros, qual vai ser a explicação? Me sinto envergonhado e enojado por tantas falcatruas. E nós atletas o que vamos fazer? Paralisar a Superliga? Ou vamos deixar como está? E os clubes vão assumir a gestão ou vão se calar?", falou.

Murilo, Bruninho e Felipe Fonteles foram outros atletas que também lamentaram o ocorrido em seus perfis. "Nós não vamos nos calar", escreveu o levantador.
 
Leia a íntegra nota da CBV:
 
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) recebeu na tarde de 04/12/2014 o relatório nº 201407834 de auditoria da Controladoria Geral da União, depois da série de denúncias da ESPN sobre a gestão do ex-presidente Ary Graça Filho.

Mesmo antes do relatório final, a nova gestão tomou providências visando implantar uma governança responsável e, acima de tudo, ética. Entre as medidas sugeridas pela CGU no relatório final já havia contratado auditoria para analisar os exercícios anteriores, cancelando contratos que possuíam vícios éticos, abrindo as contas e disponibilizando documentos para as entidades de fiscalização, sem restrição nenhuma. Desde abril de 2014 publica mensalmente balancetes em seu sítio eletrônico, tem um modelo de governança desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, já reestruturou o quadro administrativo, criou medidas de aprimoramento na seleção de fornecedores e implantou uma auditoria interna permanente.

A reportagem publicada pela ESPN restringe-se a duas citações sobre a responsabilidade da atual gestão. A primeira sobre pagamentos em 2014 para a empresa SMP Sports Marketing, totalizando 188.000,00 reais. A empresa de propriedade de Marcos Pina recebeu pelos serviços prestados pelo citado de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, quando foi superintendente da CBV e recebia via pessoa jurídica o valor mensal de 47.000,00 reais. Nenhum outro pagamento após o seu desligamento foi efetuado.

Sobre a segunda citação, a CBV expressa veementemente que o diretor de eventos Marcelo Wangler recebe apenas uma remuneração mensal, paga através da pessoa jurídica MWangler Produções e Eventos Ltda.

De posse do relatório final da auditoria da CGU a CBV tomou as medidas que estão ao seu alcance legalmente, contratando o escritório jurídico Thompson Motta Advogados Associados para acionar judicialmente buscando o ressarcimento dos valores gastos com contratos ou serviços suspeitos.

A determinação do presidente da CBV, Walter Pitombo Larangeiras, é para o cumprimento integral das medidas sugeridas pela Controladoria Geral da União. O esforço agora é para implementar aquelas que são essenciais para a melhoria do voleibol brasileiro, a exemplo da criação do Conselho de Apoio à CBV, formado por atletas, técnicos e a comunidade do voleibol.

  UOL


Um comentário:

  1. -É só fazer um contratinho de serviços de consultoria que regulariza (ta na moda).

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