A Justiça de São Paulo determinou a quebra dos sigilos cadastrais e 
eletrônicos de 20 usuários do Twitter que vincularam o senador Aécio 
Neves (PSDB-MG) a práticas criminosas e consumo de drogas. Os advogados 
do tucano agora terão acesso aos dados desses usuários, o que 
possibilitaria a identificação e pedido de punição individual. 
A decisão, do último dia 12, atende a pedido feito pelo tucano durante a
 eleição. Na ação, Aécio requisitava acesso a dados de 66 usuários da 
rede social. O próprio tucano retirou, depois, 11 nomes do processo. Dos
 mencionados como "caluniadores" e "detratores", 35 foram isentados de 
culpa pelo juiz Helmer Augusto Toqueton Amaral. 
A Folha noticiou a ação em setembro
 e apontou que jornalistas, cineastas e professores universitários eram 
donos de perfis denunciados pelos advogados de Aécio. Após ser procurada
 pela reportagem, a equipe jurídica da campanha do então presidenciável 
disse ter havido uma falha e fez um pente fino na lista, deixando 55 
nomes. 
| Alan Marques/Folhapress | ||
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| Os senadores da oposição Agripino Maia (DEM) Aécio Neves (PSDB) e Aloysio Nunes (PSDB) | 
Na época, o juiz determinou que o Twitter repassasse os dados para o 
tribunal, ressalvando que nenhuma informação fosse repassada aos 
advogados de Aécio até a análise do conteúdo veiculado feito pelos 
perfis listados. 
No dia 12, o magistrado decidiu que 20 dos perfis de fato produziram 
conteúdo que vinculou Aécio ao consumo ou tráfico de drogas. 
"Inegável que nossa Carta Magna garante expressamente o direito à 
liberdade de expressão e a livre manifestação do pensamento", diz o juiz
 no início da sentença. 
"Ocorre que, ao passo que nossa Constituição prestigia os direitos 
supramencionados, ela também reconhece a importância da inviolabilidade 
da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, 
assegurando o direito à indenização caso ocorra alguma violação a tais 
garantias", conclui Amaral. 
Os demais, segundo o magistrado, apenas republicaram links de internet, 
não podendo, portanto, ser responsabilizados como autores. 
O Twitter recorreu alegando que os perfis têm direito a expressar 
opinião com liberdade e que a quebra representaria censura. Procurada 
nesta quinta (18), a empresa disse que tem como política não comentar 
processos legais. 
Os advogados de Aécio, por sua vez, argumentaram que os usuários formam 
uma "rede" paga por adversários para disseminar conteúdo difamatório nas
 redes sociais. "Difamação e calúnia são crimes previstos no código 
penal e não se confundem com o livre direto de opinião", diz Juliana 
Abrusio, sócia do escritório que representa Aécio. 

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