A executiva afirma ter alertado
desde 2009 a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, de que havia
irregularidades na refinaria Abreu e Lima e em serviços de comunicação.
Ela relata que comunicou as supostas irregularidades por e-mail e em
conversas pessoais.
Graça nega que tenha sido omissa ou que a executiva tenha falado sobre corrupção nas mensagens.
Venina trabalhou como diretora-executiva da Petrobras em Cingapura de
julho de 2012 até este mês, quando perdeu o cargo após uma comissão
interna apontar problemas de "não conformidade" em contratos da
refinaria Abreu e Lima, sobre os quais ela teria sido responsável.
Mauro Pimentel - 20.dez.2014/Folhapress | ||
Venina Velosa caminha em frente de sua casa no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro |
A refinaria é apontada pelos procuradores da Lava Jato como uma das
fontes de propina distribuída pelo doleiro Alberto Youssef, a partir de
contratos superfaturados.
Na ação, os advogados de Venina dizem que é ilegal o corte de salário
promovido pela estatal, de R$ 69,1 mil para R$ 24,2 mil brutos.
Eles alegam que a estatal não pode cortar benefícios que ela recebe há
mais de dez anos, segundo casos já julgados no TST (Tribunal Superior do
Trabalho). Ela entrou na Petrobras em 1990 como geóloga e ocupou
diversos cargos de gerência, nos quais tinha direito a benefícios.
Graça disse na última segunda (22) à Folha e ao jornal "O Globo"
que Venina ganhava mais do que ela quando estava em Cingapura (R$ 167,3
mil mensais, incluindo ajuda de custo para escola e reembolso de
aluguel). Em 2013, Graça recebeu uma média mensal de R$ 158,3 mil.
Venina trabalhou como gerente na diretoria de Abastecimento, subordinada
a Paulo Roberto Costa, entre 2005 e 2009. Costa foi preso em março pela
Operação Lava Jato, sob acusação de comandar um esquema de desvios em
obras da estatal e confessou uma série de irregularidades após fechar um
acordo de delação premiada para tentar obter uma pena menor.
ASSÉDIO MORAL
No pedido de indenização, os advogados de Venina citam dois casos que caracterizam como assédio moral.
A geóloga diz ter sido enviada em 2010 pela primeira vez para Cingapura
como uma retaliação às acusações que fez, mas que lá teria sido impedida
de trabalhar.
Ela diz ter feito um MBA na filial da Universidade de Chicago em Cingapura.
O outro episódio descrito na ação como assédio ocorreu, segundo a ação
judicial, entre fevereiro e julho de 2012, quando retornara por um
período ao Brasil: Venina diz ter ficado por cinco meses numa sala na
sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, sem telefone nem computador e sem
poder trabalhar.
OUTRO LADO
A Petrobras disse em nota à Folha que não foi intimada na ação trabalhista movida por Venina.
Na última segunda-feira (22), Graça rebateu a acusação de que a ex-gerente tenha sofrido assédio moral dentro da petroleira.
Ela negou também que a executiva tenha sido enviada a Cingapura como
retaliação por ter apontado irregularidades em contratos. Segundo a
presidente da Petrobras, a executiva foi trabalhar na Ásia por vontade
própria.
Petrobrás atribui a Venina perda de R$ 25 milhões em contrato - Fonte: Folha de hoje.
ResponderExcluirE você acredita? Ah! Você é petista... é assim que fazem os petistas para desviar o foco do roubo.
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