17 abril, 2017

Líder do PT ofereceu ajuda à Odebrecht em troca de recursos para campanha, dizem delatores. Delações envolvem a PREVI



BRASÍLIA— Líder do PT na Câmara, o deputado Carlos Zarattini (SP) é acusado por três delatores de oferecer ajuda para destravar negócio da Odebrecht Realizações Imobiliárias, a OR, em São Paulo, em troca de “colaboração” para campanha eleitoral. Segundo o empresário Marcelo Odebrecht, ele e o ex-deputado pelo PT Cândido Vaccarezza (hoje no PTB) receberam “R$ 4 milhões ou R$ 5 milhões” pela ajuda na venda do Parque da Cidade, na Zona Sul da capital paulista, à Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil. 

O diretor-superintendente da OR em São Paulo, Paulo Melo, também delator, relata que a iniciativa partiu dos políticos. Ele diz que foi abordado pelos dois parlamentares e pelo deputado João Bacelar (PR-BA), também alvo de inquérito, que, ao saberem das negociações entre a empresa e a Previ, disseram que podiam ajudar. Melo diz que a OR não lidava com políticos e que o pedido de contribuição foi repassado à construtora Odebrecht. Além dele, Marcelo e o presidente da OR, Paul Altit, falam sobre a atuação de Zarattini e Vaccarezza em suas delações.

Marcelo diz aos procuradores que os recursos para os deputados foram descontados de um “crédito” de R$ 27 milhões do PT com a empresa. Esse montante refere-se, na planilha do empresário, a pagamento pela influência de Guido Mantega, então ministro da Fazenda, no destravamento do mesmo negócio: a venda do Parque da Cidade à Previ, tratado pela OR como o maior empreendimento imobiliário da história da empresa.


Paulo Melo, o delator que dá mais detalhes sobre o negócio, relata, inclusive, que técnicos da Previ haviam dito que não seria necessária “ingerência política” para o fechamento do negócio, cujas tratativas duraram dois anos. Mas, nesse período, o presidente da Previ mudou e as articulações começaram a travar. Só desenrolaram, segundo ele, depois de uma conversa de Marcelo Odebrecht com Mantega. O delator coloca em xeque o poder de influência dos políticos


“Nós tínhamos muita dúvida se eles (os deputados) podiam ajudar ou não. Até pela forma da governança da Previ. A Previ tem uma diretoria que metade dos membros é indicada pelo banco e metade é indicada pelos contribuintes da Previ. E tem um conselho que também é composto assim. Então, a gente achava que eles estavam vendendo uma coisa que eles não poderiam entregar no futuro”, diz Melo.


O negócio foi fechado por pouco mais de R$ 800 milhões. O complexo fica às margens do Rio Pinheiros e ainda não foi inaugurado. Os três delatores não deixam claro de que forma o pagamento foi feito.


Zarattini também é acusado de receber R$ 50 mil da Odebrecht para campanhas eleitorais, entre agosto e setembro de 2010, em troca de atuação a favor de medidas provisórias. O líder do PT diz que a divulgação dos inquéritos é “irresponsável, midiática e colocou como culpados todos aqueles que tiveram seus nomes citados”. Diz ainda que suas doações de campanha foram legais, declaradas nos órgãos competentes e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral e que é “absolutamente inocente dessas acusações" e vai "provar isso no processo judicial”.


O caso de Vacarezza, por não ter mais foro privilegiado, foi encaminhado para a Justiça Federal em São Paulo e ao Tribunal de Justiça do estado. Ele diz que “todas as doações da Odebrecht para as minhas campanhas foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral”. Bacelar afirma que todas as doações recebidas são legais. 




Dá para ficar tranquilo com uma gangue que dispõe dos bens de associados APOSENTADOS como se fossem deles? Que corja é essa? 

Cada dia sabemos de mais e mais absurdos na gestão do nosso Fundo de Pensão. Tudo isso coberto pelo manto da impunidade e da PREVIC.  As  informações são negadas aos associados sob a alegação de serem  sigilosas, confidenciais e estratégicas.

Haja vista os conselheiros eleitos que abriram mão do mandato por não poderem ser transparente com quem os elegeu e alguns ainda respondem a processos administrativos. 



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