Até que enfim o site da Juliana Donato voltou ao ar. Digo isso porque logo após esta matéria dela (Juliana Donato) falando da CASSI o site ficou fora do ar e somente agora às 16: 30 h voltou ao normal. Eu ainda estou bloqueada no facebook para postar nos grupos, portanto, repassem esta matéria à exaustão, se ela foi retirada do ar é porque incomodou, então, vamos continuar incomodando!
jan 5, 2016
A saúde é o bem mais precioso para qualquer ser humano. No
momento em que o trabalhador bancário mais adoece fruto das condições de
trabalho, e em que assistimos todos os governos – Federal. Estaduais e
municipais – destruírem a saúde pública, a CASSI se torna um patrimônio
ainda mais valioso.
Em dezembro de 2014, fomos comunicados que a CASSI começava a
utilizar suas reservas para cobrir seu déficit. Desde maio de 2015,
houve diversas reuniões entre o banco e uma comissão formada por cinco
entidades nacionais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos
Financeiro (Contraf/CUT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas
Empresas de Crédito (Contec), a Associação Nacional dos Funcionários do
Banco do Brasil (ANABB), a Federação das Associações de Aposentados e
Pensionistas do Banco do Brasil (FAABB) e a Associação dos Aposentados e
Funcionários do Banco do Brasil (AAFBB).
Para definirmos os próximos passos é fundamental partirmos de um balanço de todo este processo.
A intransigência do BB e o debate sobre a criação do ‘fundo’
Apesar dos inúmeros boletins pessoais, através dos quais se afirma
aberto à negociação, o Banco também tem sustentado que não se dispõe a
elevar suas despesas de custeio, mas que, acima de tudo, quer
estabelecer uma ‘cláusula pétrea’. Quer o repasse da provisão
obrigatória – referente à contribuição dos aposentados – para a CASSI,
deixando, a partir daí, de fazer contribuição específica para os
aposentados e pensionistas. Como afirma a nota da Anabb, a “Empresa mais
ética do mundo não quer se responsabilizar com seus funcionários
aposentados justamente no período da velhice, quando mais se requer
atenção com a saúde”.
Corretamente, este repasse da provisão, na forma de fundo, foi
rejeitado pela maioria das entidades que compõem a mesa. O repasse dessa
provisão teria de ser acompanhado de uma declaração do BB para o
mercado, informando que o Banco do Brasil não mais teria qualquer
responsabilidade para com o Plano de Saúde de seus funcionários
aposentados, atuais e futuros.
Os bilhões dessa provisão não se referiam às necessidades de recursos
para custear os tratamentos futuros de doenças dos aposentados. Esse
montante referia-se apenas às contribuições patronais para a CASSI. São
4,5% de um total de 7,5% de contribuições globais, percentual este que
hoje já é insuficiente para o pagamento de todas as despesas médicas e
administrativas da CASSI. Assim, aceitar a transferência significaria
assumir a perpetuação do déficit atual para os períodos subsequentes,
além dos riscos atuariais para manutenção desse fundo.
Apostou-se na negociação sem mobilização
Apesar da total intransigência do BB, as entidades que compõem a mesa
não chamaram o funcionalismo, em nenhum momento, a pressionar a mesa.
Terminamos o ano sem um calendário de mobilização. Sabemos que a
estratégia do Banco, que vem diretamente do Governo Federal, é a redução
de custos. Por isso, não podemos apostar nas boas intenções, nem mesmo,
em uma fabulosa estratégia de negociação. Os informes divulgados no
site da Contraf/CUT , ao longo do ano, desarmaram o funcionalismo.
Afirmavam que havia um avanço nas negociações. Descobrimos, na
negociação natalina, realizada em 21 de maio de 2015, que o impasse se
mantém igualzinho ao de um ano atrás.
Por outro lado, entendemos que o potencial de mobilização é grande.
Como expressão disto, a participação nas Conferências de Saúde,
organizadas pelos Conselhos de Usuários, tiveram grande participação, em
particular de aposentados. Isto porque há uma grande preocupação com os
destinos da Cassi. Em nenhum momento os diretores eleitos, a Contraf,
ou a Contec transformaram esta preocupação em mobilização.
Perdeu-se uma grande oportunidade durante a campanha salarial
Durante a greve de 2015 estabeleceu-se uma grande polêmica. Alguns
sindicatos, como os do Maranhão, RN, Bauru, ES, Bahia, entre outros,
além do Movimento Nacional de Oposição Bancária e do meu mandato,
inclusive, defenderam a continuidade da greve no BB pelas nossas
questões específicas. Entre elas, a exigência ao aporte do Banco para
cobrir o déficit da Cassi. A Contraf CUT, mais uma vez, se recusou a
fazer, com os bancários, o enfrentamento direto com o Banco, inclusive
manobrando assembleias, como a de São Paulo, para que o funcionalismo
não continuasse a greve em defesa da CASSI.
A proposta apresentada por ANABB, FAABB e AAFFBB
No dia 28 de dezembro, algumas entidades que compõem a mesa
publicaram em sites uma nova proposta de custeio. Em síntese, a proposta
é elevar as contribuições dos atuais 7,5% – 3% dos funcionários e 4,5%
do Banco – para 11,58% – 4,63% dos funcionários e 6,95% do Banco.
Durante as Conferências de Saúde, o diretor da Cassi eleito pelos
funcionários, William, havia apresentado outra proposta: de elevação de
7,5 para 10%.
A proposta apresentada por estas entidades tem o mérito de manter a
defesa de princípios que nos são muito caros, como não aceitar que o
banco se desresponsabilize pelo custeio dos aposentados, manter o regime
de solidariedade como forma de ratear os custos entre os participantes e
apresentar ações estruturais que possam reduzir custos – apostar na
lógica preventiva ao invés da curativa.
Porém, consideramos equivocado que antes mesmo de iniciar um processo
de luta, se apresente uma proposta que responsabilize, na mesma
proporção, o funcionalismo e a empresa. Como já se discute há muito, o
rombo só existe porque houve um brutal rebaixamento salarial do
funcionalismo. E, enquanto o lucro dos Bancos continua crescendo com a
crise econômica, nossa capacidade de pagamento está reduzida, em função
da conjuntura de elevada inflação. Uma autorização de elevação de nosso
percentual de contribuição não eliminaria o risco de futuros déficits,
até mesmo porque o BB continua livre para implementar alterações em sua
política salarial – como fez a partir de 1997, retirando o anuênio,
reduzindo o percentual dos interstícios de promoção por tempo de serviço
e, por último, praticando o achatamento salarial com a substituição de
reajustes por PLRs e abonos, sobre os quais não se recolhe a Cassi.
Consideramos um erro, ainda, abandonar a exigência ao Banco para que se retome a mesma proporção de contribuição vigente até 1996, com a qual para cada real contribuído pelos funcionários para a CASSI, o Banco do Brasil contribuiria duas vezes esse valor.
A alternativa apresentada pelos delegados sindicais do Rio: mobilização e democracia
Em minha opinião, a construção de nossa saída se inicia,
obrigatoriamente, por abrirmos um amplo processo de discussão com os
funcionários da ativa e aposentados. Por isso, reivindico a proposta
apresentada pelos delegados sindicais do Rio de Janeiro, que
protocolaram uma carta durante a Conferência Estadual da Cassi,
realizada no início de dezembro: “Propomos, assim, que os sindicatos
e as entidades representativas dos aposentados organizem, junto com os
delegados sindicais de base, um Encontro Nacional aberto,
com a participação dos funcionários da ativa e aposentados, para
realizar esse debate e de onde deve sair a proposta do funcionalismo
para a Cassi”.
Por mais que todas as entidades que participam da mesa tenham
legitimidade, é incorreto que se sintam autorizadas a apresentar
propostas, na mesa de negociação, que não foram aprovadas em nenhum
fórum de base. Um encontro nacional, além de votar nossa proposta
alternativa, tem a obrigação de aprovar um calendário de mobilização que
envolva o conjunto do funcionalismo da ativa e aposentados. E, por fim,
que se eleja uma comissão de negociação que envolva todos os setores do
movimento.
A CONTRAF não tem o direito de vetar minha participação na comissão de negociação
Desde agosto de 2015 venho requerendo às diversas entidades a minha
participação na mesa de negociação sobre a Cassi. Porém, minha presença
foi vetada pelo coordenador da comissão de empresa do BB, Wagner
Nascimento. A Contraf/CUT demonstra não ter respeito pelos 27.0000
eleitores que me elegeram para o Conselho de Administração. Também
demonstra não aceitar trabalhar com diferenças, pois exigiu que eu
fizesse uma retratação pública sobre a nota na qual denuncio a traição
da CUT no final da greve de bancários. A Contraf/CUT não tem o mínimo de
respeito com as outras quatro entidades que compõem a mesa e se
posicionaram favoravelmente à minha participação nas reuniões que
prepararão a negociação. (Veja o email do Wagner vetando minha participação nas reuniões de negociação da CASSI).
As polêmicas são muitas. Quem tem legitimidade para definir o que
reivindicar e quem senta na mesa não é a Contraf, Contec, ou qualquer
entidade. Somente a base da categoria, seja da ativa ou aposentada, tem
este direito.
Em 2016 não aceitaremos mais uma chantagem
É importante que permaneçamos alertas. Está marcada pra janeiro mais
uma negociação. A qualquer momento, poderá ser convocado um plebiscito
de aprovação de proposta, como se houvesse uma única saída. Os
argumentos já conhecemos: “as reservas acabarão”, ou “haverá intervenção
da ANS” e até “o BB vai contratar um plano privado”.
Já fomos vítimas destas táticas. Foi com este mesmo discurso que nos
fizeram aprovar as últimas reformas estatutárias. Pagamos cada vez mais e
a crise da Cassi se perpetua.
É preciso nos manter firmes. A saída que nos interessa só poderá sair
da luta. Meu mandato estará totalmente dedicado a este esforço. Que
venha 2016!
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