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https://twitter.com/LeopoldinaConta Paulo Lisboa - 13.abr.15/Brazil Photo Press/Folhapress |
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O ex-deputado Pedro Corrêa, após prisão na Operação Lava Jato; ele negocia delação premiada |
Em negociação com a força-tarefa da Operação Lava Jato
e com a Procuradoria-Geral da República para firmar um acordo de
delação premiada, o ex-presidente do PP (Partido Progressista) Pedro
Corrêa adiantou ter informações capazes de comprometer aproximadamente
cem políticos, entre eles dois ministros do atual governo: Jaques
Wagner, da Casa Civil, e Aldo Rebelo, da Defesa.
A relação apresentada por Corrêa durante as tratativas inclui ainda o
nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado nas últimas
eleições presidenciais.
Preso em Curitiba, Corrêa
foi condenado a 20 anos de prisão sob acusação de corrupção e lavagem
de dinheiro no esquema da Petrobras. A sentença aponta recebimento de R$
11,7 milhões em propina. O ex-deputado federal por Pernambuco já havia
sido condenado a sete anos de prisão no processo do mensalão.
A menção a Jaques Wagner, homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, se soma a outras feitas ao petista na semana passada.
Nas tratativas de sua delação, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró
disse que o ministro recebeu recursos desviados da Petrobras para sua
campanha ao governo da Bahia, em 2006. Wagner apareceu ainda em diálogos
com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, um dos alvos da investigação, prometendo interceder pela liberação de recursos para a empreiteira.
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", mensagens entre Pinheiro e um
funcionário da OAS indicam que o ministro intermediou também negócios
entre a empreiteira e fundos pensão.
Corrêa também apresentou uma lista de supostos operadores, entre eles Benedito de Oliveira, o Bené,
foco da Operação Acrônimo, que investiga suspeitas de irregularidades
na campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas e indícios de
compra de medidas provisórias.
De acordo com reportagem publicada pela revista "Veja" em setembro, Corrêa contou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
tinha conhecimento de que deputados do PP pleiteavam indicações à
diretoria da Petrobras com objetivo de arrecadarem dinheiro para suas
campanhas políticas. Lula nega a acusação.
As conversas para a delação de Corrêa foram iniciadas há cerca de seis
meses. Num primeiro momento, o material era composto por 180 anexos
divididos por temas. Depois, foi apresentada nova divisão por nomes de
políticos, com e sem foro privilegiado.
A negociação para que condenado e investigadores oficializem o termo de colaboração premiada deve ser retomada nesta semana.
Se a delação for aceita, o ex-presidente do PP será beneficiado por uma
redução das penas impostas a ele. Os procuradores e Corrêa negociam que
ele pague multa de cerca de R$ 4 milhões e cumpra um ano e meio de
prisão em regime fechado –a defesa quer reduzir esse tempo.
Investigadores ouvidos pela Folha disseram que, embora Pedro
Corrêa venha narrando o enredo de uma "grande crônica política", ele até
agora não entregou provas convincentes para boa parte dos episódios
relatados. A defesa do ex-parlamentar pernambucano sabe que, para o
acordo vingar, os termos precisam ser taxativos e concretos.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques
Wagner, informou por meio da assessoria de imprensa que desconhece os
termos em que foi citado tanto por Pedro Corrêa tanto por Nestor
Cerveró. Por isso, ele disse que não iria se pronunciar.
O petista acrescentou, no entanto, que está à disposição das autoridades
e confia no resultado das investigações. Na sexta (8), o petista chamou
a acusação de Cerveró de "ilação".
Sobre as mensagens com Léo Pinheiro, Wagner disse estar "absolutamente
tranquilo" e que suas atividades são baseadas nos interesses da Bahia e
do Brasil.
Aldo Rebelo preferiu não comentar, assim como Aécio Neves. A assessoria
do tucano alegou que ele não teve acesso ao contexto da citação feita
por Corrêa.
A Folha não conseguiu localizar os representantes de Benedito de Oliveira.
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