31 março, 2017

Terceirização

Caros colegas, quero compartilhar com vocês a abalizada e pertinente opinião do nosso colega Ebenézer, recebida do colega Tollendal, sobre a tal "terceirização" anunciada pelo Governo.


Caro Lago Neto,

Obviamente, o assunto "terceirização" interessa aos Sindicatos, preocupados que estarão com suas receitas.  Porém, creio que é muitíssimo mais preocupante para os trabalhadores em geral, ameaçados que ficam de perder emprego estável em troca de um emprego temporário numa empresa terceirizada. 

Ante a onda de demissões/terceirizações que deverá ocorrer em face das novas regras, creio que qualquer abordagem em torno das consequentes desvantagens para os sindicatos perde todo o sentido.

Por outro lado, também creio que nós da comunidade-BB temos o dever de nos preocuparmos com as consequências da citada onda sobre a PREVI e a CASSI.  Se o Banco do Brasil estender a terceirização até onde a lei o autorizará, deixará de contribuir para as nossas Caixas com consequências imprevisíveis, talvez neutralizando a segurança que "compramos" com contribuições vertidas durante décadas.

Penso que esse tema deveria ser objeto de imediata preocupação por parte das nossas entidades representativas formais e informais.

Há anos escrevi que considerava  (como ainda considero) a atividade "serviços terceirizados" como uma forma de escravidão moderna, porque permite que o titular da empresa terceirizada aufira rendimentos com base no trabalho de seus empregados, ou seja, ganha uma "comissão" sobre salários sem produzir nada ele próprio.

Sei que os defensores da terceirização alegam que a empresa terceirizada produz serviço, mas essa é a máscara da escravidão.  Penso que a terceirização só deveria ser admitida quando a empresa terceirizada entregasse um produto físico, resultante de suas linhas de produção, nas quais o empresário empregou capital e bens de capital (os dois outros fatores de produção que se alinham ao trabalho) e assumiu riscos.  Nesses casos, a terceirização é da produção de um objeto, não do trabalho em si. 

No caso da prestação de serviços, a empresa terceirizada normalmente não assume riscos.  Não investe em produção.  Não dispõe de mais do que uma sala (se tiver!), que serve como endereço fiscal (normalmente, a terceirizada também terceiriza seus serviços de contabilidade e de folha de pagamento). 

A precariedade da segurança dos empregados de empresas terceirizadas para prestação de serviços fica mais do que evidente quando o contratante é obrigado a encerrar atividades repentinamente, por qualquer que seja a razão.  Nesses casos  - que infelizmente são frequentes -   a empresa terceirizada deixa imediatamente de pagar aos empregados, demonstrando que não dispõe de recursos sequer para cobrir uma folha de pagamento ou, se dispõe, não assume o custo enquanto busca (buscaria!) relocar os servidores.  Na prática, o "empresário" apenas colheu a sua parte na venda da mão de obra.  As consequências são totalmente arcadas pelos empregados.

Diz-se que o empregado pode então ingressar com ação trabalhista, o que é verdade.  Mas, até a sentença, como pode o empregado prover a sua família e a si próprio?  Que fará para a prover a próxima refeição?   Se não bastasse, as modificações recém-introduzidas reduziram também essa "vantagem". Com as novas regras, o empregado só poderá acionar a empresa contratante depois que ficar demonstrado que a empresa contratada (terceirizada) não poderá arcar com os encargos devidos. 

Pode-se dizer que os escravos tinham melhor destino.  Se faltasse trabalho, o proprietário deles era obrigado a fornecer-lhes comida, quando nada para não perder o "investimento". 

Cordialmente

Ebenézer


28 março, 2017

CONSELHO DELIBERATIVO DA ANABB DESTITUI LUIZ OSWALDO DA PRESIDÊNCIA E ESCOLHE WILLIAM BENTO PARA O CARGO


O pedido de destituição do conselheiro Luiz Oswaldo, do cargo de Presidente do Conselho Deliberativo, foi apresentado pelo conselheiro William Bento, em reunião de 18 e 19/02/2017

O Conselho Deliberativo da ANABB, em reunião de 25/03/2017, aprovou a destituição do seu Presidente, Sr. Luiz Oswaldo, que foi eleito para um mandato de 4 (quatro) anos, quando da reunião de posse dos conselheiros deliberativos, em 14/12/2015.

O pedido de destituição do conselheiro Luiz Oswaldo, do cargo de Presidente do Conselho Deliberativo, foi apresentado pelo conselheiro William Bento, em reunião de 18 e 19/02/2017, relacionando 20 (vinte) motivos para a destituição pretendida.

Em reunião de 17/09/2016, a maioria dos conselheiros deliberativos decidiu interpretar qual seria o quorum para destituição do Presidente, pois, segundo essa maioria, o Estatuto da ANABB é omisso sobre esse tema. Naquela ocasião interpretaram que, para a destituição do Presidente, cargo mais importante da governança da entidade, o quorum seria o da maioria simples, desde que observado o quorum estatutário para a realização da reunião, que é de 11 (onze) conselheiros presentes. Isso significa que numa reunião com 11 (onze) conselheiros presentes bastaria o voto favorável de 6 (seis) para destituir o Presidente. O Estatuto da ANABB prevê em seu art. 23, inciso XXIII, que é necessário, para destituir do cargo de integrante da Diretoria Executiva, o voto secreto e favorável de 16 (dezesseis) conselheiros deliberativos, após conceder ao interessado ampla oportunidade de defesa.

Em reunião de 18 e 19/02/2017, a maioria aprovou, também, que, para a destituição do Presidente do Conselho Deliberativo, não seria necessária a abertura de processo na Comissão de Ética da ANABB e que o pedido de afastamento do Presidente do Conselho poderia ser votado sumariamente pelo Conselho.

Alguns conselheiros questionaram a não observação do ritual disposto nos normativos da ANABB (Estatuto, Regimento Interno, Código de Ética, Regimento do Código de Ética) que prevê a necessidade do devido processo legal, do amplo direito de defesa e ao contraditório para eventual destituição do presidente do Conselho. Diante dos questionamentos, a maioria dos conselheiros decidiu conceder prazo, de até 18/03/2017, para que Luiz Oswaldo se manifestasse sobre os 20 motivos relacionados para sua destituição e que sua manifestação fosse encaminhada aos seus acusadores para que apreciassem e deliberassem na reunião prevista para 25/03/2017.

Na reunião do Conselho Deliberativo, de 25/03/2017, após a rejeição dos recursos apresentados sobre a interpretação do quorum necessário para destituição de seu Presidente e sobre a decisão da não necessidade de se submeter acusações contra o Presidente do Conselho à Comissão de Ética da ANABB, foi aprovada a destituição do Presidente Luiz Oswaldo, com 12 (doze) votos favoráveis dos conselheiros Augusto Carvalho, Denise Vianna, Cecília Garcez, Graça Machado, William Bento, Cláudio Zucco, Emílio Ribas, Tereza Godoy, Nilton Brunelli, Irmar Fonseca, Ana Landin e Maria do Céu; 4 (quatro) votos contrários dos conselheiros Isa Musa, Goretti Barone, Cláudio Lahorgue e Fernando Amaral; e 2 (duas) abstenções, dos conselheiros Luiz Oswaldo e Antonio Carvalho.

A seguir, foi escolhido para concluir o mandato de Presidente do Conselho Deliberativo o conselheiro William Bento, por voto secreto, com 12 (doze) votos favoráveis à aprovação de seu nome, 5 (cinco) votos contrários e 1 (um) voto nulo.

Tão logo destituído do cargo de Presidente do Conselho Deliberativo, Luiz Oswaldo comunicou, em correspondência à Diretoria Executiva, o seu afastamento da Presidência do Conselho e solicitou que a Assessoria Jurídica da ANABB emitisse parecer sobre a legalidade e legitimidade desses atos.

O presidente destituído, conselheiro Luiz Oswaldo, informou que declarou durante a reunião do Conselho ter deixado de apresentar defesa, sobre os 20 motivos oferecidos como denúncia contra ele, pois considera o processo, a priori, ilegítimo e ilegal, porque a denúncia não veio acompanhada de provas e porque não houve, em cada uma delas, a delimitação do fato e a descrição dos normativos que teriam sido por ele infringidos.

Fonte: Agência ANABB




AFABB - RN - Mensagem do Presidente




Parabéns! Seja bem vindo à mais nova fase da sua vida.

A Aposentadoria é um direito, uma conquista e um merecimento. 


Direito universal assegurado por lei, para o qual você pagou com boa parte do seu salário, compulsoriamente, em caráter obrigatório, contributivo e soli- dário, durante toda a sua labuta, para garantir esse status. 

Conquista pelo dever profissional cumprido no decorrer da jornada laboral produtiva, árdua e longa, muitas vezes desprovida de sentido, a não ser esperar todo mês pelo dia do pagamento. 

Merecimento como recompensa por tudo que você fez e sacrificou, em prol de você mesmo, da sua família, da comuni- dade e da pátria. O vigor da juventude e da meia-idade foi, em grande parte, consumido na força do trabalho. E nunca se trabalhou tanto! É mister descansar. 

Para você chegar a esse apogeu, as etapas passadas alicerçaram o seu destino: infância, adolescência, estudos, traba- lho, casamento, filhos... até, enfim, a Aposentadoria. É justo comemorar! Todos que trabalham almejam ganhar esse prêmio. Porém, agora que esse dia chegou, perce- be-se um misto de alegria e apreensão. 
 
Alegria por se sentir livre das metas de produção, das agendas e horários rígidos, da maçante e estressante rotina do trabalho, das hierarquias de subordinações. 

Preocupação porque a vida foi agrilhoa- da ao trabalho, para poder sustentar a si e à família, e a ruptura brusca da atividade laboral remunerada assusta, principalmente se não se preparou. Há o receio da perda dos vínculos sociais criados no ambiente de trabalho. Preocupa imaginar que, apesar de mais tempo livre, isso significa mais tempo para consumir, diminuem e, sem planejamento, os gastos aumentam. 
 
Mas aquela liberdade que você tanto sonhou não pode ser postergada, é a justa recompensa por tudo que você produziu. Aproveite esse tempo sem medo e sem culpa. Ame-se! Ame! Goze a vida! 

Desfrute o tempo livre para construir novos projetos para o futuro, afinal você não ficou inativo! Você conquistou a sua Aposentadoria. Ainda há força e alegria, e muita, muita experiência. Há uma vida clamando para ser desfrutada com prazer, sentir-se útil e ser feliz. 

Dedique um tempo maior para você e a sua família. Converse mais com seus filhos, curta seus netos, visite os parentes e amigos. 

Cuide-se! Dê mais atenção à saúde, faça checkup, frequente o dentista, faça prevenção. Para isso você investiu num plano de saúde diferenciado. 

Exercite-se! Frequente uma acade- mia, faça Pilates, Tai Chi Chuan, prati- que esportes, vá à praia, caminhe sob o sol, pratique natação.

Esteja aberto a novos aprendizados! Estude um novo idioma, escreva um livro, leia os clássicos que gostaria, participe de um grupo de coral, ouse fazer poesias, desperte seus talentos adormecidos. 

Viaje! Realize a viagem dos seus sonhos: vá à Europa, caminhe às margens do Sena, em Paris; deguste, ao som de um Fado, um bom vinho Português, em Lisboa; Assista Tango nas ruas de Buenos Aires; conheça os magníficos pontos turísticos da Cidade Maravilhosa, a natureza exuberante do Pantanal, as paisagens e o frio das Serras Gaúchas, sinta o calor de Mossoró...

Assista a filmes que despertem emoções, frequente teatros e restaurantes, aprenda a tocar um instrumento musical, vá a festas e dance livre, leve e solto.

Descubra e ative as habilidades embotadas. Escolha atividades prazerosas e terapêuticas, como artesanato, culinária, pintura, costura, bordado, os lúdicos jogos de mesas e quebra- cabeças... Faça o que ama! 

Curta o ócio! Quando sentir sono, durma despreocupado. Mas, lembre-se, acordar cedo faz bem ao corpo e à alma. Ande descalço, tome banho de chuva, assista ao pôr do sol. 

Enturme-se! Relações sociais são fontes de felicidade e saúde. Frequente uma associação, assista a palestras, junte-se aos demais e lute pelos direitos e garantia das conquistas, transmita conhecimentos, compartilhe a experiência acumulada e a alegria com as novas gerações e reacenda a memória dos anos vividos, reúna-se para jogar con- versa fora, contar piadas, saber das novidades, dialogar com as crianças. Doe-se e seja solidário.

Assim tem sido o estilo de vida do qual desfrutam os aposentados e pensionistas na nossa querida Associação. 

AAFABB-RN permite que você preserve e até aumente os seus vínculos sociais. A turma que aqui frequenta, continua participando, divertindo-se, viajando, manuseando equipamentos modernos, discutindo lorotas, amando, compartilhando alegremente com os amigos a experiência e histórias inesquecíveis e fazendo da aposentadoria um estilo de vida prazeroso, útil e edificante. 

Falta você. Junte-se a nós! 

 Jair Antunes de Lima - Presidente


ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO BANCO DO BRASIL NO
RIO GRANDE DO NORTE

Av. Marechal Floriano Peixoto, 616 Tirol – Natal (RN) – CEP 59020-500 Telefones: (84) 3212.1331 / 3222.8642
Site: www.afabbrn.com.br
E-mail: afabbrn@afabbrn.com.br Facebook: www.facebook.com.br/AFABBRN

Atendimento: das 8h às 13h, de segunda a sexta.

DIRETORIA EXECUTIVA
PRESIDENTE
Jair Antunes de Lima
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING
Paulo Roberto Ribeiro Laguardia
ASSESSORIAS:
Administrativa
– Francisco José Rodrigues de Carvalho

VICE-PRESIDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
Nivaldo Dantas Chagas
VICE-PRESIDENTE SOCIAL
Leonardo José Câmara de Medeiros
CONSELHO DELIBERATIVO
Francisco de Assis Barros – Presidente
CONSELHO FISCAL
Luiz Jackson Miranda – Presidente
CONSULTORIA JURÍDICA
Horácio de Paiva Oliveira
REPRESENTANTE AFABB-RN NO CONSELHO DE USUÁRIOS CASSI RN
Mariberto Bezerra Dantas
DEPARTAMENTO FEMININO
Aldanira de Medeiros Dantas
Financeira – Luís Paulo Araújo de Rubim Costa Assistencial e Previdenciária – Raimundo Pantoja Duarte
CONSELHO EDITORIAL
Jair Antunes de Lima
Leonardo José Câmara de Medeiros
Paulo Roberto Ribeiro Laguardia
Girleide G. da Silva Feitoza – Estagiária de Jornalismo UFRN

JORNALISTA RESPONSÁVEL
Paulo Roberto Ribeiro Laguardia – DRT - 363
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Flávio Menotti – fmenotti732i@hotmail.com IMPRESSÃO
Impressão Gráfica – www.impressaografica.com TIRAGEM: 2.000 exemplares 


Caro amigo Jair,

Parabéns pela mensagem otimista e incentivadora. Brilhante mesmo. Serve de estímulo para muitos colegas que não sabem o que fazer com suas liberdades, e, de exemplo para outras associações bem maiores no modo como interagirem com seus associados. 
 
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Revista AFABB-RN, janeiro e fevereiro de 2017

27 março, 2017

Notícias da AFA-BH | 3 > Previ na grande e pequena mídia.



Previ na grande e pequena mídia.

O jornal O GLOBO, edição de 23 de janeiro, seção “Dos Leitores – cartas e e-mails”, publicou correspondência de Elaine Maria H. Santos, de Brasília, DF: “Fundos de Pensão – As próximas bombas, com certeza, serão os fundos de pensão. Na Previ, os diretores recebem bônus de R$ 500 mil anuais, mesmo a entidade não tendo fim lucrativo. Ilegal e imoral. O teto fixado por eles é de R$ 54 mil, muito acima do constitucional. Assim, com apenas três anos de contribuição levam para toda a vida esse salário. Imoral, como foi a retirada de R$8 bilhões dos funcionários pelo desgoverno anterior. Tudo isso com a omissão do BB, do governo e controlador, da Previc e do Ministério Público. Aposentados e pensionistas estão com pesadelos, sem ninguém para defende-los, contemplando os R$ 200 milhões injetados na Sete Brasil e outras aplicações suspeitas. Queremos uma auditoria rigorosa no fundo e a responsabilização de ex e atuais dirigentes.”

Dia seguinte, o jornal publicou outra correspondência sobre o assunto, esta assinada por Walter Gonçalves, do Rio de Janeiro: “Concordo com a leitora Elaine Maria H. Santos (23/1), que além de expor a farra salarial de diretores da Previ (R$ 500 mil de bônus anuais e salários de R$ 54 mil, acima do teto constitucional) cita a apropriação pelo BB de R$ 8 bilhões do superávit retirado da parcela dos funcionários de uma instituição que não tem fim lucrativo. Afora aplicações sem retorno, como milhões injetados na Sete Brasil. É, de fato, um pesadelo para aposentados e pensionistas.”

A Previ, por sua gerente executiva de Comunicação, em exercício, Sra. Simone Monteiro, contestou os fatos, em e-mail publicado no dia 25 de janeiro: “Em resposta aos leitores Elaine Maria H. dos Santos (23/1) e Walter Gonçalves (24/1), a Previ ressalta que sempre foi reconhecida pelo modelo de gestão transparente e pelo corpo técnico qualificado. Nossas decisões de investimentos são pautadas por políticas bem definidas e nossa visão é de longo prazo, o que nos garantiu sucessivos superátivs nos 113 anos de nossa história. Mesmo com o cenário desafiador de 2015, fechamos 2016 sem a necessidade de contribuições extraordinárias dos participantes ou do Banco do Brasil para equacionar o déficit conjuntural. Em 2016, a CPI dos Fundos de Pensão confirmaram a boa governança da Previ, uma vez que não se constatou irregularidade ou indiciamento de nossos dirigentes e executivos em suas investigações. Esclarecemos, ainda, que os profissionais da Previ são oriundos do Banco do Brasil e que, por critérios de paridade de mercado, seguem a lógica salarial do banco. Do contrário, não seria possível atrair corpos técnicos qualificados, um dos nossos diferenciais.”

O “Notícias da AFA-BH”, edição nº 165, de dezembro 2016, sob o título “Pode isso, Arnaldo? (O escândaloso ganhame dos gestores da Previ)”, abordou este assunto. Então, dissemos que o Banco do Brasil é uma entidade com fins lucrativos e pode (na verdade) remunerar bem os seus empregados. Já a Previ, que não tem o lucro como objetivo e cujos diretores e conselheiros não são seus empregados, posto que ali estão de passagem, enquanto durarem os seus mandados. Como isso, cremos, invalidamos a afirmação da gestora de Comunicação da Previ, quanto ao critério da paridade.

Também não aceitamos como verdade absoluta a afirmação de que a CPI dos Fundos de Pensão e a PF não constataram irregularidades na nossa Caixa de Previdência. Todos sabemos como são realizadas as CPIs na Câmara e no Senado Federal. Por outro lado, a PF constatou que um ex dirigente da Previ prestou “consultoria” a uma das empresas envolvidas  na Lava Jato. Não ficou claro se as tais “consultorias” são reais ou “para inglês ver”, como tem sido as consultorias e palestras prestadas por muita gente boa que anda por aí.

Quanto à alta qualificação do corpo técnico, pelo menos para nós da AFA-BH, não é uma afirmação inconteste. E temos motivos de sobra para contestar tal assertiva.

Previ – A questão do teto.
 
Pedro Jairo Cornélio Matos(*)

Em janeiro/2016, ao analisar as causas – conjugação de fatores -que teriam contribuído para o déficit  anunciado pela PREVI (trabalho publicado no informativo Notícias da AFA-BH), citei “o impacto, nas contas da PREVI, da alteração procedida pelo Banco do Brasil na forma como o seus diretores são remunerados, a partir de 2008 de que resultou em uma aposentadoria vultosa para os padrões da PREVI, inclusive superando o teto existente”. Vários colegas já se haviam insurgido, sem êxito, contra o fato, inclusive participantes eleitos do Conselho Deliberativo da PREVI (Jornais AAFBB jun/jul/ago/2013, e jan/fev/2015).

Em novembro último a PREVI informou que “o Conselho Deliberativo decidiu, por maioria dos votos” (utilizou-se do voto de qualidade?), estabelecer a remuneração do cargo de Diretor do Banco, como o teto de complemento para o Plano 1. A implementação da medida, dependeria de aprovação do Banco do Brasil, de órgãos de controle e da PREVIC.

Algumas questões sobre a decisão não foram veiculadas, até esta data: 1) qual foi e qual será o impacto negativo na reserva matemática da PREVI desse novo teto? 2) Considerando-se que os problemas do teto surgiram após decisão do Banco sobre a remuneração dos seus executivos (o Banco deu causa), ele fará aporte de recursos à PREVI para custear tal decisão? Isso tem sido requerido pelos advogados da PREVI nos processos judiciais nos quais a PREVI é ré e os participantes/assistidos são autores? 3) Vale para o Banco a mesma lógica que a PREVI divulgou para os participantes/assistidos na Revista PREVI nº 172, de jun/2013, p. 26/29?

Na realidade, testemunhamos mais um fato que desnuda a farsa da gestão compartilhada na PREVI, o que foi brilhantemente denunciado em artigo do colega aposentado Sérgio Faraco (Notícias da AFA-BH, jun/2016).

O fim da efetiva gestão compartilhada é consequência do fim do mutualismo que não ocorreu agora. Está implícito na LC 108/2001, que criou o voto de qualidade em todas as entidades fechadas de previdência complementar que têm como patrocinador os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente.

Após a efetiva implementação do teto, caberia às entidades representativas dos funcionários, quando detentoras de legitimidade jurídica, transferir a discussão do assunto para o judiciário. Valerá a pena? E assunto para outra discussão.
Em 20.02.2017.

(*) Aposentado do BB (foi gerente de diversas agências), advogado militante, enologista e gente finíssima.

FONTE: AFA-BH


25 março, 2017

INFORMATIVO CASSI - LINHA ABERTA COM O DIRETOR HUMBERTO - FEV/MAR





 



Por volta de contribuição, centrais oferecem oposição menor a reforma


25/03/2017 02h00


Centrais sindicais ofereceram ao presidente Michel Temer a abertura de negociações para apoiar as reformas da Previdência e trabalhista em troca de ajuda do governo para retomar a cobrança da contribuição assistencial —taxa paga por trabalhadores para financiar a atividade dos sindicatos. 


Dirigentes da Força Sindical, comandada pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP), se reuniram na terça (21) com Temer e com o ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) para apresentar a proposta.

Os sindicalistas pediram que o presidente edite uma medida provisória ou apoie a aprovação no Congresso de um projeto que regulamente a cobrança da contribuição. 

Em troca, as centrais aceitariam reduzir suas resistências às propostas de Temer para alterar regras previdenciárias e trabalhistas. 


A contribuição assistencial é descontada pelos sindicatos dos trabalhadores da categoria que representam, mesmo dos não filiados. Em fevereiro, o STF proibiu a cobrança da taxa de trabalhadores não sindicalizados. 


O valor da contribuição é decidido por cada entidade em assembleias e convenções coletivas e usado para financiar as atividades sindicais. Além dessa taxa, as entidades cobram a contribuição sindical, que é obrigatória e equivale a um dia de trabalho. 


Centrais, sindicatos, federações e confederações arrecadaram R$ 3,5 bilhões com a contribuição sindical em 2016. Estimam que a taxa assistencial, cobrada à parte, representa até 80% do orçamento de algumas entidades. 


A Força diz ter o apoio da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) para as negociações. As quatro entidades representam 37% dos trabalhadores do país. 


"Se não houver a legalização da contribuição, os sindicatos fecham", disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves. 


Temer deve voltar a discutir o assunto com auxiliares nos próximos dias. O ministro do Trabalho disse ao presidente que o acordo com as centrais seria um passo importante para reduzir manifestações contra as reformas. 


A Força convocou protestos e paralisações para 28 de abril, mas indicou ao Planalto que está disposta a suspender os atos caso haja acordo. 


Auxiliares de Temer tratam a aproximação com cautela. Acreditam que o apoio das centrais aos dois projetos é inalcançável e que, ao ajudar na retomada da cobrança da taxa assistencial, o Planalto ajudaria a financiar opositores das reformas.

 
NO COFRE DAS CENTRAIS

R$ 3,5 bilhões
arrecadação em 2016 com a contribuição sindical

80%
fatia da taxa no orçamento de algumas centrais




Previc inaugura nova sede em Brasília

 
         A senadora Ana Amélia (PP-RS) participou do ato

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) inaugurou, nesta quarta-feira (22), a nova sede em Brasília. A senadora Ana Amélia (PP-RS) participou do ato. Com o novo escritório, localizado no Ed. Venâncio 3000, a entidade estima que economizará, por ano, cerca de R$ 1,7 milhão. 

Ana Amélia colocou o seu gabinete à disposição da Previc. A entidade governamental tem como finalidade fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência complementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar.

O diretor superintendente substituto da Previc apresentou o novo organograma da entidade, que terá uma Coordenação Geral de Inteligência e Gestão de Risco.

— O departamento irá direcionar a atuação da Previc para cada tipo de situação de supervisão, sempre com olhar sistêmico e fazendo proposições com foco na regulação prudencial — disse o superintendente da Previc.

Também foi criada a Diretoria de Orientação Técnica e Normas, que irá coordenar a aplicação, a formalização e o aperfeiçoamento dos conceitos referentes ao regime de previdência complementar.


24 março, 2017

Entre delegados da PF, reforma da Previdência é comparada a Holocausto


Interesses da classe


“É o Holocausto o que estão fazendo com os servidores policiais do Brasil.” A definição foi cunhada pela delegada da Polícia Federal Creusa de Castro Camelier. Para ela, o que é comparável ao genocídio de judeus pelo nazismo é a reforma da Previdência elaborada pelo governo Temer, que inclui policiais federais e outros agentes de segurança na regra que aumenta a idade mínima para aposentar – policiais militares e membros das Forças Armadas estão de fora.

Creusa fez sua analogia em uma mesa debate durante o congresso organizado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) que ocorre em Florianópolis. Sediado em um resort à beira-mar, o evento se desenrolou tranquilo como a paisagem a sua volta. A exceção foi o debate sobre a reforma da Previdência, que mostrou uma classe determinada a defender seus interesses com vigor.

A delegada usou uma excêntrica lógica matemática para alegar que a reforma não traz benefícios ao Estado. “Por volta de 800 mil policiais militares e membros das Forças Armadas ficaram de fora e pouco mais de 300 mil policiais de âmbito civil foram incluídos no projeto. Qual a lógica tributária disso? Nenhuma, estamos apenas sendo usados de bode expiatório.”

Pela plateia, corriam duas pranchetas para assinaturas. Uma era a lista de presença do evento. Outra era um abaixo-assinado em prol da Proposta de Emenda à Constituição 412/2009, projeto que prevê autonomia funcional, administrativa financeira da PF.

Fundo solidariamente individual 
 
A matemática estava em alta no debate. Sandro Torres Avelar, delegado e ex-presidente da ADPF, contou uma história permeada de cálculos.


“Eu estava em um churrasco com um juiz de Direito e ele me disse ser favorável à reforma. O ponto dele era que se pegasse o percentual de dinheiro de seu salário que ia para a Previdência todos os meses, multiplicasse por todos os anos de carreira e dividisse pelos anos de expectativa de vida pós aposentadoria, o valor mensal seria de pouco mais de R$ 5 mil. Mas ele se aposenta com o salário integral de quase R$ 30 mil. Ele disse não ser justo. Eu expliquei que a conta está errada, já que o dinheiro fica rendendo e não parado. Alguns dias depois fui atrás de ver como seria esse rendimento, fiz a simulação e o valor certo seria de fato mais de R$ 20 mil. Ele passou a concordar comigo".

Golpe na base
 
Carlos Eduardo Sobral, atual presidente da ADPF, conclamou a classe para a luta, dizendo que sem embate todos perderão o benefício. A estratégia foi definida: “A população é contra a reforma. Temos que ir na base eleitoral de cada deputado e convencê-la a pressionar seus representantes a não aprovarem o texto como está. Ninguém quer colocar a carreira política em jogo. Por isso tenho certeza que se agirmos, iremos sair vitoriosos”, previu.


Outra tática firmada é que semanalmente cada unidade da Polícia Federal envie representantes para Brasília para que façam o périplo por gabinetes de deputados, convencendo-os a apoiar a Previdência da PF.




Ministro Barroso suspende lei de Alagoas que criou programa Escola Livre

SUPOSTA DOUTRINAÇÃO
 
 


Por considerar a Lei 7.800/2016 de Alagoas, que instituiu o programa Escola Livre no ensino estadual, viola o direito à educação e invade competência exclusiva da União, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso suspendeu liminarmente os efeitos da lei.

Site do Supremo publica Regimento Interno no formato de audiolivro



O Supremo Tribunal Federal disponibilizou em seu site o Regimento Interno da corte no formato de audiolivro, em arquivo MP3. Recentemente, também foi incluída no portal do STF a versão do regimento que traz a redação anterior de dispositivos alterados por emendas, com o histórico de todas as mudanças regimentais.

O Regimento Interno estabelece a composição e a competência dos órgãos do Supremo Tribunal Federal, regula o processo e o julgamento dos feitos que lhe são atribuídos pela Constituição da República e a disciplina dos seus serviços. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.


Indeferir testemunho por carta precatória anula processo, diz TST

Resultado de imagem para carta precatória

O juiz não pode indeferir testemunho, mesmo que por carta precatória, sobre fatos relevantes, pois isso representa cerceamento de defesa. Ainda mais no Direito do Trabalho, onde, em matéria probatória, prevalece o princípio da primazia da realidade, que reduz a importância de provas documentais e valoriza a testemunhal.

Assim entendeu, por unanimidade, a 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho ao anular decisões de primeira e segunda instâncias porque o depoimento de uma testemunha por carta precatória foi indeferido. Na ação, um soldador ajuizou ação na Vara do Trabalho de Parauapebas (PA) depois que a empresa encerrou suas atividades, em 2013, pedindo o pagamento do adicional de insalubridade e horas extras.

Na audiência de instrução, a empresa pediu que o depoimento de sua testemunha ocorresse por carta precatória. Segundo a empregadora, como ela deixou de atuar na região dois anos antes, não havia mais empregados para testemunhar. Além disso, contou que as fichas de EPIs e os cartões de ponto foram furtados e apresentou boletim de ocorrência confirmando o fato.

O pedido, porém, foi indeferido, porque o juiz considerou que os elementos dos autos eram suficientes para formar sua convicção, e condenou a empresa ao pagamento das verbas pedidas. O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA) manteve a sentença e rejeitou as alegações da empresa.

A companhia pedia a nulidade da decisão e a remessa dos autos ao juízo de primeiro grau para reabrir a instrução e conseguir o testemunho por carta precatória. O TRT-8 entendeu que o juiz tem liberdade para apreciar as provas que julgar necessárias e que a falta dos documentos não poderia ser suprida por prova testemunhal.

No recurso ao TST, a empresa reiterou que houve cerceamento de direito de defesa e que não seria possível comprovar suas alegações com documentos por causa do furto relatado anteriormente. Disse ainda que, ao contrário do entendimento do TRT, a jornada e o fornecimento de EPIs podem ser comprovados por prova testemunhal, e a ausência dos documentos gera presunção apenas relativa das alegações da parte contrária.

Para o relator, ministro João Oreste Dalazen, o cerceamento de defesa ficou claro. “Salvo em caso de confissão ou de inutilidade ou impertinência da prova, ao juiz não é dado indeferir a produção de prova testemunhal sobre fatos relevantes, pertinentes e controvertidos da causa”, afirmou.

Dalazen explicou que, no Direito do Trabalho, ao contrário do Direito Civil, prevalece, em matéria probatória, o princípio da primazia da realidade, razão pela qual se mitiga a importância das provas documentais e se valoriza a testemunhal. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.

RR-1121-41.2014.5.08.0126

Depois de quebrar sigilo, Sergio Moro recua em caso de fontes de blogueiro


O juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou que a fonte de informações sigilosas divulgadas pelo Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães, sejam retiradas de um inquérito que investiga violação de sigilo funcional. Em despacho desta quinta-feira (23/3),  magistrado afirma que as fontes já eram conhecidas, e que na verdade quer saber se Guimarães comunicou investigados que eles seriam alvo de quebra de sigilo fiscal.

"Um verdadeiro jornalista não revelaria jamais suas fontes", diz Moro para justificar que blogueiro não é jornalista.
A decisão é um passo atrás em relação a dois despachos da terça-feira (21/3). Nele, Moro havia determinado a apreensão de documentos, computadores, HDs e celulares de Eduardo Guimarães para que fossem descoberta suas fontes de informação. O Blog da Cidadania havia divulgado que o ex-presidente Lula seria alvo de condução coercitiva que a Polícia Federal  cumpriria mandado de busca e apreensão na sede do Instituto Lula.
 
No despacho desta terça, Moro determina que qualquer identificação das fontes de Guimarães sejam retiradas do depoimento dele, “embora ele não tenha sido forçado” a revelá-las. “A exclusão não abrange elementos probatórios relativos à divulgação, em princípio indevida, da decisão judicial aos próprios investigados”, conclui o juiz. De acordo com ele, o inquérito em que Eduardo Guimarães está envolvido apura “embaraços à investigação” no fato de investigados em outro inquérito terem sido informados de decisão judicial sigilosa.

Sergio Moro afirma que “a definição do jornalista e a extensão do sigilo da fonte são conceitos normativos sujeitos à interpretação”.

De fato, é o inciso XIV do artigo da Constituição Federal quem diz que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. E foi o Supremo Tribunal quem definiu que “jornalistas são aquelas pessoas que se dedicam profissionalmente ao exercício pleno da liberdade de expressão”, conforme consta da ata do recurso em que o tribunal decidiu que jornalistas não precisam de diploma universitário para exercer a profissão.

Para Moro, no entanto, Eduardo Guimarães não é jornalista e suas fontes não têm direito a sigilo: “Não desconhece este julgador que a profissão de jornalista pode ser exercida sem diploma de curso superior na área. Entretanto, o mero fato de alguém ser titular de um blog na internet não o transforma em jornalista”.

Ele conta que Eduardo Guimarães contou, no depoimento, “sem qualquer tipo de coação”, quem passou as informações para que ele as publicasse. “Um verdadeiros jornalista não revelaria jamais sua fonte.”

Como provas, Sergio Moro apresenta o fato de o Blog da Cidadania ter veiculado um banner de um candidato a vereador pelo PCdoB. Isso “levou à conclusão” de que Guimarães usa seu blog “somente para permitir exercício de sua própria liberdade de expressão”, o que não seria jornalismo, na definição do magistrado.

O advogado de Guimarães, Fernando Hideo Lacerda, critica o despacho, que ele considera “sem efeito prático”. “Já foi violado o sigilo telefônico do Eduardo, viu com quem ele entrou em contato. Violou o sigilo telemático do Francisco e da Rosicler [fontes]. Já violaram tudo. Então de que adianta retirar o depoimento do processo?”.

Sem necessidade

O advogado informa que pedirá a nulidade do depoimento de Eduardo Guimarães, que ele considera ilegal. Em nota publicada em seu perfil no Facebook, Fernando Hideo Lacerda afirma que o depoimento de seu cliente foi desnecessário, já que o sigilo telefônico de Guimarães já havia sido quebrado.

No despacho desta terça, Moro conta que havia indeferido pedidos de quebra de sigilo telefônico, mas decidiu permitir, "diante da insistência" da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Por meio dessas medidas, acredita Hideo, foi que os investigadores descobriram quem foram as fontes de seu cliente. Portanto, diz ele, não haveria necessidade de se manter no processo o depoimento do blogueiro.

Na postagem no Facebook, Hideo afirma que o indeferimento da quebra de sigilo é prova de que Moro decretou uma ordem que sabia ilegal. E que torna falsa a afirmação, feita pelo juiz no despacho, de que foi Eduardo Guimarães quem revelou suas fontes.

Clique aqui para ler o despacho do juiz Sergio Moro




22 março, 2017

Mulher ligada à Receita avisou sobre ação contra Lula, diz PF a blogueiro


Marcos Bezerra/Futura Press/Folhapress


Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania (no centro), deixa a sede da Polícia Federal em São Paulo



Os policiais que interrogaram nesta terça (21) o blogueiro Eduardo Guimarães sobre o vazamento da informação de que Lula seria alvo de uma ação policial, em março do ano passado, disseram a ele que não apenas já sabiam a fonte da notícia como também quem passou a história a essa pessoa: uma mulher ligada à Receita Federal.

ELO 2
Guimarães obteve e divulgou em seu blog a informação, ainda sigilosa, de que Lula seria o centro de uma operação da PF.

ELO 3
O juiz Sergio Moro, que ordenou a condução coercitiva de Eduardo Guimarães para prestar depoimento, não quis responder, nesta terça, se outros vazamentos ocorridos no âmbito da Operação Lava Jato já foram ou estão sendo investigados.

TODO DIA
Os vazamentos, comuns na Lava Jato, têm sido objeto de crítica não apenas de seus alvos. O ministro Gilmar Mendes chegou a dizer, nesta terça (21), que "na Lava Jato, a publicação de informações sob segredo de Justiça parece ser a regra, e não a exceção".

Leia a coluna completa aqui.


20 março, 2017

Deputados a favor da reforma da Previdência relatam ameaças

Críticos da reforma da Previdência


"Se eu levar um soco, te conto." A frase do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) na véspera de um debate com críticos da reforma da Previdência ilustra um pouco do que defensores da principal bandeira do presidente Michel Temer em 2017 têm enfrentado Brasil afora. 

Entre os percalços, pressão nas redes sociais e em locais públicos, como restaurantes e aeroportos, e até na porta de casa. 

Um acampamento equipado com banheiro químico foi montado na frente do condomínio em que mora o presidente da comissão da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS), em Campo Grande. Segundo ele, o grupo chegou a contar com 500 pessoas. 

A cobrança também chega por mensagem no celular e em ligações para o telefone pessoal, diz o peemedebista. "Várias mensagens são ofensivas, mencionam minha mãe", diz Marun. 

Ele afirma que a resposta vai na mesma moeda: "De vez em quando escolho uma para responder para dar uma desopilada. Sou bem bruto na hora de responder a determinadas ofensas. Só não ofendo as mães, porque elas não têm culpa." 

O deputado, que diz não se abalar na convicção de apoiar a reforma, negou o pedido da reportagem para ver uma troca de mensagens. 

"As mais duras não podem ser publicadas." 

Já o peemedebista gaúcho Mauro Pereira, também integrante da comissão, atribui as mensagens e ligações que recebe à falta de informação. 

"Na sexta recebi uma mensagem: 'Votei no senhor e o senhor votou contra nós na Previdência'. Aí explico que ainda nem votamos", disse. 

Para Pereira, que defende algumas alterações na proposta do Executivo, as mensagens não são agressivas e é natural receber questionamentos diários sobre o tema.
"Se quiser colocar o número do meu celular na reportagem, pode colocar. É normal as pessoas ligarem para saber", afirmou o deputado, portador do celular de número 99112-0087 (DDD 54).

Ao deixar um restaurante de cozinha alemã em Brasília na semana passada, Darcísio Perondi, o deputado que prometeu relatar eventuais bofetadas sofridas, foi abordado por uma mulher vestida com camisa de um sindicato de professores. 

"Ela veio com o dedo no meu rosto e eu não reagi: 'Você é um coordenador e vocês querem acabar com tudo'. Deve ter me reconhecido", afirma o peemedebista, um dos maiores defensores da reforma e um dos vice-líderes do governo. 

O tucano Marcus Pestana (MG) diz que a principal ofensiva, no seu caso, é nas redes sociais. Mas ele afirma estar calejado e que é preciso ter firmeza nas convicções na política. "São críticas, frases e posts contundentes, dizendo que você está contra o trabalhador, uns com tons de ameaça. A principal é: 'Você vai ver em 2018'", relata o tucano, em referência ao ano em que a maioria dos congressistas tentará a reeleição. 

Nos bastidores, os aliados de Temer têm dito que os mais engajados nas manifestações contra a reforma são os servidores públicos, cujas regras seriam igualadas à da iniciativa privada, e partidos da oposição. 

Até por isso, planejam bater na tecla de que os que ganham os mais altos salários são os que mais trabalham contra a reforma. Segundo um deles, para ganhar a guerra da propaganda, é preciso ter um "inimigo" bem definido. 

NAZISMO
 
O relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse na quinta (16) que o governo está indo mal na comunicação da reforma e que críticos da proposta nas redes sociais usam práticas do nazismo. "As inverdades repetidas de maneira maciça, isso é uma prática do nazismo. [...] É o que está acontecendo nas redes sociais." 

O governo argumenta que a reforma acaba com privilégios e que é benéfica para trabalhadores com salário menor. O texto estabelece idade mínima de 65 anos e tempo mínimo de contribuição de 25 anos para homens e mulheres. As regras valem para servidores públicos e trabalhadores do setor privado. 

No debate de sábado (18), Perondi não levou um soco, mas relatou em rede social que foi recebido por militantes da oposição com "cusparada e agressões verbais". 

Reforma da Previdência
As mudanças propostas na aposentadoria


FOLHA

Miriam Leitão analisa o impacto das fraudes no mercado de carnes

Painel da Coruja - 20/03/17

Por Leonardo Léllis

Câmara em Santos (SP) vai conciliar conflitos ambientais extrajudicialmente

A cidade de Santos (SP) vai ganhar a primeira Câmara de Mediação Socioambiental, Urbanística e Empresarial do país na quarta-feira (15/3), às 19h. O mentor do projeto e da iniciativa é o desembargador aposentado Gilberto Passos de Freitas, co-autor da Lei dos Crimes Ambientais, defensor pioneiro da ideia da conciliação extrajudicial na área ambiental.

A Câmara será instalada na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos (avenida Conselheiro Nébias, 589, em Santos). Confirmação de presença no evento deve ser feita pelo e-mail  eventos@unisantos.br.

Participarão do ato o chanceler da Universidade Católica e bispo de Santos, dom Tarcísio Scaramussa, e o reitor, Marcos Medina Leite.

Anatel quer reduzir multas por faltas de operadoras de telefonia

A Agência Nacional de Telecomunicações pretende reduzir consideravelmente as multas cobradas de operadoras de telefonia pelo descumprimento de regras da concessão, como exigir tarifas indevidas de consumidores e não devolver o dinheiro a eles. O objetivo é salvar as empresas em dificuldades financeiras.

De acordo com a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, a Anatel irá analisar em breve um projeto que, se aprovado, definirá novos critérios de cobrança de multas antigas. Em alguns casos, o desconto às empresas de telefonia pode chegar a 100%, diz o jornal.

Em um caso específico, uma operadora que foi multada em R$ 60 milhões poderia se livrar da penalidade pagando R$ 1 milhão. Isso seria feito mediante a aplicação da nova metodologia às multas antigas. As penalidades atuais são impostas com base em um teto. Antes, não havia limite.

STJ conclui integração eletrônica com tribunais de todo o país

Com a recente adesão do Tribunal de Justiça do Piauí, o Superior Tribunal de Justiça concluiu a integração eletrônica para remessa de processos com todas as 32 cortes sujeitas à sua jurisdição. Agora, praticamente todos os recursos para o STJ são remetidos no formato eletrônico (atualmente, 96,1% do total de processos chegam em meio digital). Não há exceções à regra: todos os feitos, incluindo processos em segredo de Justiça, devem ser enviados ao STJ eletronicamente.
Ao assumir o comando do tribunal, o ministro Cesar Asfor Rocha deflagrou o processo de digitalização do acervo do Superior Tribunal de Justiça, a implantação do sistema que permite a tramitação eletrônica e a integração de todos os tribunais ao sistema eletrônico, o que lhe rendeu o Prêmio Innovare na categoria Tribunal (http://www.premioinnovare.com.br/praticas/l/justica-na-era-virtual).
Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.
*Notícia alterada às 14h30 do dia 14/3/2017 para acréscimo de informações.

Sistema de processo eletrônico chega às varas da Fazenda Pública de Porto Alegre

As varas da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre, que integram a Justiça comum do Rio Grande do Sul, começaram a adotar, na sexta-feira (10/3), o sistema de processo eletrônico. Ficaram de fora da implantação, neste momento, apenas as execuções fiscais e os processos da competência delegada. O uso do processo eletrônico será obrigatório a partir de 10 de abril.

No Maranhão, intimações no PJe serão feitas pelo Diário da Justiça Eletrônico

Os atos processuais em primeiro e segundo graus na Justiça do Maranhão serão publicados diretamente no Diário da Justiça Eletrônico, substituindo qualquer outro meio de intimação oficial, inclusive via sistema ou portal eletrônico. A mudança atende às previsões do Código de Processo Civil de 2015 e é regulamentada pelo Aviso PJe 1/2017, do TJ-MA. Estão fora dessa regra os casos em que a lei exija vista ou intimação pessoal e as unidades de juizados especiais que já atuam com processo eletrônico (PJe e Projudi), cujas intimações dos advogados das partes continuam sendo feitas via sistema.





19 março, 2017

A caminho do brejo

  08/12/2016 4:30

 A sociedade dá de ombros, vencida pela inércia


RI Rio de Janeiro (RJ) 22/06/2016 - Retrato da colunista Cora Ronai. Foto: Leo Martins / Agencia O Globo Foto: Leo Martins / Agência O GloboUm país não vai para o brejo de um momento para o outro — como se viesse andando na estradinha, qual vaca, cruzasse uma cancela e, de repente, saísse do barro firme e embrenhasse pela lama. Um país vai para o brejo aos poucos, construindo a sua desgraça ponto por ponto, um tanto de corrupção aqui, um tanto de demagogia ali, safadeza e impunidade de mãos dadas. Há sinais constantes de perigo, há abundantes evidências de crime por toda a parte, mas a sociedade dá de ombros, vencida pela inércia e pela audácia dos canalhas.

Aquelas alegres viagens do então governador Sérgio Cabral, por exemplo, aquele constante ir e vir de helicópteros. Aquela paixão do Lula pelos jatinhos. Aquelas comitivas imensas da Dilma, hospedando-se em hotéis de luxo. Aquele aeroporto do Aécio, tão bem localizado. Aqueles jantares do Cunha. Aqueles planos de saúde, aqueles auxílios moradia, aqueles carros oficiais. Aquelas frotas sempre renovadas, sem que se saiba direito o que acontece com as antigas. Aqueles votos secretos. Aquelas verbas para “exercício do mandato”. Aquelas obras que não acabam nunca. Aqueles estádios da Copa. Aqueles superfaturamentos. Aquelas residências oficiais. Aquelas ajudas de custo. Aquelas aposentadorias. Aquelas vigas da perimetral. Aquelas diretorias da Petrobras.

A lista não acaba.

Um país vai para o brejo quando políticos lutam por cargos em secretarias e ministérios não porque tenham qualquer relação com a área, mas porque secretarias e ministérios têm verbas — e isso é noticiado como fato corriqueiro da vida pública.

Um país vai para o brejo quando representantes do povo deixam de ser povo assim que são eleitos, quando se criam castas intocáveis no serviço público, quando esses brâmanes acreditam que não precisam prestar contas a ninguém — e isso é aceito como normal por todo mundo.

Um país vai para o brejo quando as suas escolas e os seus hospitais públicos são igualmente ruins, e quando os seus cidadãos perdem a segurança para andar nas ruas, seja por medo de bandido, seja por medo de polícia.

Um país vai para o brejo quando não protege os seus cidadãos, não paga aos seus servidores, esfola quem tem contracheque e dá isenção fiscal a quem não precisa.

Um país vai para o brejo quando os seus poderosos têm direito a foro privilegiado.

Um país vai para o brejo quando se divide, e quando os seus habitantes passam a se odiar uns aos outros; um país vai para o brejo quando despenca nos índices de educação, mas a sua população nem repara porque está muito ocupada se ofendendo mutuamente nas redes sociais.
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O Brasil caminha firme em direção ao brejo há muitas e muitas luas, mas um passo decisivo nessa direção foi dado quando Juscelino construiu Brasília, aquela farra para as empreiteiras, e quando parlamentares e funcionários públicos em geral ganharam privilégios inéditos em troca do “sacrifício” da mudança para lá.

Brasília criou um fosso entre a nomenklatura e os cidadãos comuns. A elite mora com a elite, convive com a elite e janta com a elite, sem vista para o Brasil. Os tempos épicos do faroeste acabaram há décadas, mas os privilégios foram mantidos, ampliados e replicados pelos estados. De todas as heranças malditas que nos deixaram, essa é a pior de todas.
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Acho que está rolando uma leve incompreensão dos reais motivos de mobilização da população em alguns setores. Eles parecem acreditar que o MBL e o Vem Pra Rua falam pelos manifestantes, ou têm algum significado político, quando, na verdade, esses movimentos funcionam mais como agentes de mobilização — afinal, alguém precisa marcar uma data e um horário, ou nenhuma manifestação acontece.

A maioria das pessoas que foi às ruas está pouco se lixando para eles. Seu alvo primordial é gritar contra a corrupção, a sordidez que rege a vida política brasileira, a bagunça geral que toma conta do país. Seu principal recado é o apoio à Lava-Jato, que parece ser a única coisa que funciona num cenário em que o resto se desmancha.

Se ninguém fez muita questão de gritar #ForaTemer nos protestos de domingo passado, isso talvez se deva menos a palavras de ordem vindas de carros de som do que a dois fatos bastante simples. O primeiro é que está implícita na insatisfação popular a insatisfação com Temer, e naquele momento parecia mais urgente responder aos insultos do Congresso; o segundo é que há uma resistência natural a se usar uma palavra de ordem criada pelo “outro lado”, pela turma que acredita na narrativa do golpe.
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Gilmar Mendes disse que a decisão de Marco Aurélio Mello de afastar Renan da mesa do Senado é “indecente”. Não, ministro. Pode ser qualquer outra coisa, mas indecente não é. Indecente é um homem como Renan Calheiros ocupar a mesa do Senado. Aliás, indecente é um homem como Renan Calheiros, que já renunciou ao mandato para não ser cassado e tem mais prontuário do que biografia.

Com todo o respeito, ministro, o senhor precisa rever as suas prioridades e dar um trato nos seus adjetivos.