Quantas
 vezes Jacob Barata Filho terá que deixar a cadeia para que Cármen Lúcia
 liberte de sua gaveta o pedido de impedimento formulado pela 
Procuradoria contra seu colega Gilmar Mendes? Chamado no Rio de Janeiro 
de ‘Rei do Ônibus’, Barata parece viver sob outro regime —uma espécie de
 monarquia negocial, onde reina a esculhambação nas relações entre 
empresários do setor de transportes e políticos.
Barata Já deixou o xadrez uma, duas, três vezes.
 Antes de entregar à sucessora Raquel Dodge a chefia da 
Procuradoria-Geral da República, em setembro, Rodrigo Janot já havia 
protocolado no Supremo Tribunal Federal uma petição
 contra Gilmar. Entre outros argumentos, sustentou que, como padrinho de
 casamento de Beatriz Barata, filha do preso, o ministro deveria 
declarar-se suspeito para julgar os habeas corpus requeridos pela defesa
 do empresário. Gilmar deu de ombros.
O
 caso divide os ministros do Supremo. Um pedaço do tribunal avalia que o
 pedido de impedimento é procedente. Outro naco da Corte, aparentemente 
majoritário, enxerga exagero na iniciativa da Procuradoria. Um 
julgamento em plenário teria o efeito de um tira-teima. Mas a ministra 
Cármen Lúcia, presidente do Supremo, se recusa a libertar de sua gaveta a
 peça da Procuradoria contra Gilmar. Até quando?
Membro
 da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, o procurador regional 
da República José Augusto Vagos lamenta: “Chega a ser constrangedor o 
acesso que esse acusado tem para obter decisão em último grau de 
jurisdição sem passar pelas demais instâncias, como se desfrutasse de um
 foro privilegiado exclusivo para liminares em habeas corpus, mesmo 
sendo acusado de destinar dezenas de milhões de reais aos maiores 
líderes políticos do Rio, como se isso constituísse crime de menor 
potencial ofensivo, crime de bagatela.”
 

 
 
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