Felipe Amorim
 
 Do UOL, em Brasília 
 -  Foto: Agência Brasil As acusações são contra a campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado em 2010 As acusações são contra a campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado em 2010
 A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STF (Supremo 
Tribunal Federal) que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o marido 
dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, sejam condenados no processo em que 
são acusados de serem beneficiados com R$ 1 milhão no esquema de 
corrupção na Petrobras, que teriam sido usados na campanha de Gleisi ao 
Senado em 2010.
 Raquel Dodge também quer que eles paguem R$ 4 milhões como reparação 
pelo crime e que a senadora perca o cargo. A procuradora-geral afirma no
 documento ter fixado para o pagamento por danos morais e materiais 
pelos crimes o valor de quatro vezes a propina que teria sido 
solicitada.
 Segundo Dodge, o prejuízo provocado pela corrupção é difícil de ser 
quantificado. "Os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos (lesões
 à ordem econômica, à administração da Justiça e à administração 
pública, inclusive à respeitabilidade do parlamento perante a sociedade 
brasileira), sendo dificilmente quantificados", escreve a 
procuradora-geral nas alegações finais.
 A manifestação foi apresentada ao STF nas alegações finais da 
Procuradoria, entregues no processo contra Gleisi e Paulo Bernardo.
 A senadora, que também é presidente do PT, tem afirmado que não há 
provas contra ela e que sua campanha em 2010 não recebeu esse dinheiro.
 "Estou há três anos apanhando nesse processo. Não tem uma prova nele 
que mostre que eu tenha cometido qualquer ilícito, qualquer crime. E 
estou já sendo julgada e condenada antecipadamente", afirmou Gleisi, em 
entrevista a jornalistas após seu depoimento no STF, em agosto.
 Gleisi e Paulo Bernardo foram denunciados ao STF por suspeitas dos 
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob a acusação de 
terem recebido R$ 1 milhão para a campanha da senadora em 2010.
 
 De acordo com depoimento de delatores na Operação Lava Jato, o valor 
seria oriundo de recursos desviados de contratos da Petrobras. Ambos 
foram citados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da
 Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
 A defesa de Gleisi e Bernardo sustenta que as afirmações dos delatores 
foram desmentidas ao longo das investigações. Para a defesa, a acusação 
contra o casal foi baseada somente em supostas iniciais de Paulo 
Bernardo encontradas em uma agenda de Costa durante as investigações.
 No dia 10 de julho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 
também prestou depoimento no processo como testemunha de defesa. Lula 
negou que Gleisi e Bernardo tivessem influência na indicação para cargos
 na Petrobras.
 A reportagem do UOL não conseguiu entrar em contato com a defesa de Gleisi e Paulo Bernardo nesta sexta-feira (24).
 
 
 
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