O programa de governo de Marina deverá ter cerca de 250 páginas.
Com lançamento oficial previsto para sexta-feira, 29, o programa de governo acertado entre Marina Silva e Eduardo Campos defende a ampliação dos canais de democracia direta, como plebiscitos e consultas populares, e o controle das atividades dos políticos por conselhos sociais.
Segundo o texto do programa, que ainda pode sofrer alterações
substanciais, de acordo com integrantes da campanha, essas mudanças
pretendem ser a resposta da candidatura às manifestações populares
ocorridas em junho do ano passado. "Elas revelaram ao mesmo tempo o
distanciamento entre governos e população e o desejo de mudança na forma
de administrar", diz o texto prévio.
As propostas sobre democracia direta estão explicitadas de forma mais
detalhada no primeiro dos seis capítulos, os chamados eixos, em que o
programa foi dividido. É o capítulo intitulado Estado e Democracia de
Alta Intensidade. Em outras partes do texto, porém, podem ser
encontradas referências à ideia.
No capítulo Cidadania e Identidades, aparece a proposta de "implantar
uma Política Nacional de Participação Social e incluir movimentos em
conselhos e instâncias de controle social do Estado". É o mesmo que
propunha a presidente Dilma Rousseff no decreto sobre Política Nacional
de Participação Social, que, há três meses, provocou polêmica e reações
no Congresso.
Costura
O programa deverá ter cerca de 250 páginas e trará propostas já
externadas tanto por Campos quanto por Marina, como a autonomia do Banco
Central, a viabilização do passe livre e o fim do fator previdenciário.
Foi costurado pelo ex-deputado Maurício Rands, escolhido por Campos
para representar os pontos de vista do PSB, e Maria Alice Setubal, a
Neca, herdeira do Banco Itaú e representante da Rede - o partido que
Marina tentou criar. Rands veio do PT e Neca tem sido uma das assessoras
mais próximas da ex-ministra do Meio Ambiente (que também saiu dos
quadros petistas) desde a campanha de 2010.
As ações de fortalecimento da democracia direta não objetivam o fim da
democracia representativa, segundo o texto. Trata-se, afirma, de
"revigorar a democracia representativa, aumentando a sua legitimidade".
Em outra passagem afirma que se trata de "melhorar a qualidade e a
representatividade".
Democracia digital
Repetindo o que já havia ocorrido em 2010, quando Marina concorreu à
Presidência pelo PV, o programa valoriza de maneira notável o uso de
novas tecnologias de informação, nas chamadas redes sociais. Elas teriam
grande importância no novo processo democrático que, bem ao gosto da
candidata, é chamado de "democracia colaborativa" e "democracia
digital".
Segundo o programa, "é preciso fortalecer os movimentos sociais
consolidados e incluir os novos movimentos que, por meio das mídias
alternativas, potencializam formas inovadoras de mobilização".
Uma das funções das redes seria contribuir para dar maior transparência
às atividades do setor público. "Podemos radicalizar a transparência",
diz. Outra função seria o controle dos políticos. Marina propõe
"mecanismos de controle social de políticos eleitos, em instâncias
próprias, para o exercício de pressão, supervisão, intervenção, reclamo e
responsabilização".
No trecho sobre ciência e tecnologia está escrito que a conexão das
pessoas à internet deve ser um "serviço essencial". Como a eletricidade e
a água.
Estratégia
Para o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do
ABC, as propostas de democracia direta no programa são frágeis. "Vejo
mais como estratégia de comunicação do que como proposta de reforma da
estrutura política. As questões são pouco aprofundadas e tentam refletir
sobretudo aquele sentimento antipartido que apareceu nas manifestações
de junho", diz. "A Marina vai tentar surfar um pouco nisso. A Rede já
tentava se marcar como um partido que não era partido, defendendo
candidaturas avulsas e mecanismos de participação direta, como
referendos."
Milton Lahuerta, coordenador do Laboratório de Política e Governo da
Unesp, concorda que as manifestações refletiram antigo descontentamento
com instituições políticas. Mas não acredita que as propostas de Marina
sejam a resposta: "É preciso qualificar a democracia de alta
intensidade. Ela se resume a plebiscitos e consultas populares? Isso tem
um apelo retórico forte, mas pode nos criar mais problemas em relação a
instituições políticas democráticas".
O problema brasileiro, diz Lahuerta, não é só de participação. "O que
falta é participação qualificada. Isso fica evidente na fragilidade dos
programas dos partidos. Se houvesse mais qualificação, os partidos
seriam obrigados a apresentar programas com mais clareza e direção
programática. Eles acabam procurando o eleitor mais desqualificado." As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
UOL
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D. Leopoldina, permita-me: Soube que Cecilia foi vaiada na manifestação do dia 20, na Previ. Bem feito! Aquela senhora nunca me enganou. Ela nunca esteve e nem vai estar jamais do lados dos aposentados. Por isso, com sua permissão, registro este pedido para que, em futuros encontros da categoria de aposentados e pensionistas na porta da Previ, ela não compareça. A ausência dela será uma grande ajuda aos aposentados e pensionistas.
ResponderExcluirMuito obrigado!
Cara/o colega,
ExcluirO registro foi feito, no entanto, estou vendo uma grande incoerência no seu pedido, posto que, se como colega não podemos proibí-la de comparecer onde quer que ela deseje ir, muito menos como Diretora do nosso Fundo de Pensão, eleita pela vontade da maioria. Não vejo outra opção, senão aturá-la.
Quanto às vaias, um outro equívoco, levando-se em conta que ela desceu para falar com os manifestantes e estes vaiaram-na. Entendo que os eleitos até não tenham motivos para serem aplaudidos, mas vaiados, NÃO!!! Não se consegue absolutamente nada no grito. Há que se ter uma pequena porção de educação, que seja.
Se você queria saber minha opinião sobre a manifestação, agora já sabe, e com isso não estou defendendo nem acusando ninguém, estou mesmo muito preocupada com a PREVI, são tantos os desmandos, corrupções e esquemas que este governo é capaz, que nem posso imaginar o pode está acontecendo nos porões daquela nossa Caixa.
Leopoldina
Parabéns amiga Leopoldina pela resposta, em primeiro lugar devemos ter consideração, se a diretora Cecília fosse tão ruim assim como o anônimo disse, não teria nem se sujeitado a ir ao encontro dos colegas e ter tentado responder alguma coisa. Como tu podes ver amiga, eu estou afastado de blogs e grupos, pois até melhorei o meu estado de ânimo, estamos vendo a Previ e Cassi afundando, e colegas em blogs e grupos pregando cada vez mais a desunião. Abraços e gostei dos posts que escrevestes. Boa noite, abraços e Paz e Bem. Rogério Carvalho.Pelotas.RS.
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