24 agosto, 2014

Programa de Marina defende democracia direta



O programa de governo de Marina deverá ter cerca de 250 páginas.



Com lançamento oficial previsto para sexta-feira, 29, o programa de governo acertado entre Marina Silva e Eduardo Campos defende a ampliação dos canais de democracia direta, como plebiscitos e consultas populares, e o controle das atividades dos políticos por conselhos sociais.



Segundo o texto do programa, que ainda pode sofrer alterações substanciais, de acordo com integrantes da campanha, essas mudanças pretendem ser a resposta da candidatura às manifestações populares ocorridas em junho do ano passado. "Elas revelaram ao mesmo tempo o distanciamento entre governos e população e o desejo de mudança na forma de administrar", diz o texto prévio.



As propostas sobre democracia direta estão explicitadas de forma mais detalhada no primeiro dos seis capítulos, os chamados eixos, em que o programa foi dividido. É o capítulo intitulado Estado e Democracia de Alta Intensidade. Em outras partes do texto, porém, podem ser encontradas referências à ideia.



No capítulo Cidadania e Identidades, aparece a proposta de "implantar uma Política Nacional de Participação Social e incluir movimentos em conselhos e instâncias de controle social do Estado". É o mesmo que propunha a presidente Dilma Rousseff no decreto sobre Política Nacional de Participação Social, que, há três meses, provocou polêmica e reações no Congresso.



Costura

O programa deverá ter cerca de 250 páginas e trará propostas já externadas tanto por Campos quanto por Marina, como a autonomia do Banco Central, a viabilização do passe livre e o fim do fator previdenciário. Foi costurado pelo ex-deputado Maurício Rands, escolhido por Campos para representar os pontos de vista do PSB, e Maria Alice Setubal, a Neca, herdeira do Banco Itaú e representante da Rede - o partido que Marina tentou criar. Rands veio do PT e Neca tem sido uma das assessoras mais próximas da ex-ministra do Meio Ambiente (que também saiu dos quadros petistas) desde a campanha de 2010.

As ações de fortalecimento da democracia direta não objetivam o fim da democracia representativa, segundo o texto. Trata-se, afirma, de "revigorar a democracia representativa, aumentando a sua legitimidade". Em outra passagem afirma que se trata de "melhorar a qualidade e a representatividade".

 

Democracia digital

Repetindo o que já havia ocorrido em 2010, quando Marina concorreu à Presidência pelo PV, o programa valoriza de maneira notável o uso de novas tecnologias de informação, nas chamadas redes sociais. Elas teriam grande importância no novo processo democrático que, bem ao gosto da candidata, é chamado de "democracia colaborativa" e "democracia digital".



Segundo o programa, "é preciso fortalecer os movimentos sociais consolidados e incluir os novos movimentos que, por meio das mídias alternativas, potencializam formas inovadoras de mobilização".



Uma das funções das redes seria contribuir para dar maior transparência às atividades do setor público. "Podemos radicalizar a transparência", diz. Outra função seria o controle dos políticos. Marina propõe "mecanismos de controle social de políticos eleitos, em instâncias próprias, para o exercício de pressão, supervisão, intervenção, reclamo e responsabilização".



No trecho sobre ciência e tecnologia está escrito que a conexão das pessoas à internet deve ser um "serviço essencial". Como a eletricidade e a água.



Estratégia

Para o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC, as propostas de democracia direta no programa são frágeis. "Vejo mais como estratégia de comunicação do que como proposta de reforma da estrutura política. As questões são pouco aprofundadas e tentam refletir sobretudo aquele sentimento antipartido que apareceu nas manifestações de junho", diz. "A Marina vai tentar surfar um pouco nisso. A Rede já tentava se marcar como um partido que não era partido, defendendo candidaturas avulsas e mecanismos de participação direta, como referendos."



Milton Lahuerta, coordenador do Laboratório de Política e Governo da Unesp, concorda que as manifestações refletiram antigo descontentamento com instituições políticas. Mas não acredita que as propostas de Marina sejam a resposta: "É preciso qualificar a democracia de alta intensidade. Ela se resume a plebiscitos e consultas populares? Isso tem um apelo retórico forte, mas pode nos criar mais problemas em relação a instituições políticas democráticas".



O problema brasileiro, diz Lahuerta, não é só de participação. "O que falta é participação qualificada. Isso fica evidente na fragilidade dos programas dos partidos. Se houvesse mais qualificação, os partidos seriam obrigados a apresentar programas com mais clareza e direção programática. Eles acabam procurando o eleitor mais desqualificado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

UOL

3 comentários:

  1. D. Leopoldina, permita-me: Soube que Cecilia foi vaiada na manifestação do dia 20, na Previ. Bem feito! Aquela senhora nunca me enganou. Ela nunca esteve e nem vai estar jamais do lados dos aposentados. Por isso, com sua permissão, registro este pedido para que, em futuros encontros da categoria de aposentados e pensionistas na porta da Previ, ela não compareça. A ausência dela será uma grande ajuda aos aposentados e pensionistas.
    Muito obrigado!

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    1. Cara/o colega,

      O registro foi feito, no entanto, estou vendo uma grande incoerência no seu pedido, posto que, se como colega não podemos proibí-la de comparecer onde quer que ela deseje ir, muito menos como Diretora do nosso Fundo de Pensão, eleita pela vontade da maioria. Não vejo outra opção, senão aturá-la.

      Quanto às vaias, um outro equívoco, levando-se em conta que ela desceu para falar com os manifestantes e estes vaiaram-na. Entendo que os eleitos até não tenham motivos para serem aplaudidos, mas vaiados, NÃO!!! Não se consegue absolutamente nada no grito. Há que se ter uma pequena porção de educação, que seja.

      Se você queria saber minha opinião sobre a manifestação, agora já sabe, e com isso não estou defendendo nem acusando ninguém, estou mesmo muito preocupada com a PREVI, são tantos os desmandos, corrupções e esquemas que este governo é capaz, que nem posso imaginar o pode está acontecendo nos porões daquela nossa Caixa.

      Leopoldina

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  2. Parabéns amiga Leopoldina pela resposta, em primeiro lugar devemos ter consideração, se a diretora Cecília fosse tão ruim assim como o anônimo disse, não teria nem se sujeitado a ir ao encontro dos colegas e ter tentado responder alguma coisa. Como tu podes ver amiga, eu estou afastado de blogs e grupos, pois até melhorei o meu estado de ânimo, estamos vendo a Previ e Cassi afundando, e colegas em blogs e grupos pregando cada vez mais a desunião. Abraços e gostei dos posts que escrevestes. Boa noite, abraços e Paz e Bem. Rogério Carvalho.Pelotas.RS.

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