01 fevereiro, 2015

Sarney deixa política e ataca governo Dilma: 'desprezo e ingratidão' 260


  • Divulgação/Agência Senado - 19.dez.2014
    Ex-senador fez críticas à decisão da Petrobras de cancelar a construção de refinaria no MA e à política econômica de Dilma Ex-senador fez críticas à decisão da Petrobras de cancelar a construção de refinaria no MA e à política econômica de Dilma
No dia em que se despediu da política, o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) fez duras críticas ao governo Dilma Rousseff em sua coluna publicada semanalmente no jornal "O Estado do Maranhão", de propriedade de sua família.

O alvo principal da crítica neste domingo (1º) foi o cancelamento, anunciado na quarta-feira (28) pela Petrobras, da construção da refinaria Premium 1, cuja obras estavam em andamento em Bacabeira (53 km de São Luís).

"O Maranhão recebeu apático uma decisão que é uma manifestação de discriminação, desprezo, ingratidão e injustiça. Que culpa tem o Maranhão pela corrupção e pela bagunça da Petrobras? Pagamos nós pela Lava Jato!", questionou Sarney, seguindo: "O Maranhão esperou 30 anos por um grande projeto de estrutura de base, para mostrar que o Brasil não pode continuar a ser dois Brasis, um rico e um pobre."

Ainda segundo o senador, é hora do Estado se unir para que as obras sejam retomadas. Ele defende uma "luta" dos nomes maranhenses pela retorno das obras.

"Eu não aceito essa decisão de acabar com a refinaria em nossa terra. Falta de dinheiro na Petrobras! Por que não abrir a empresas estrangeiras a construção? Aí estão capitais chineses, americanos, ingleses, holandeses, sauditas, árabes e tantos outros. Posso não estar mais vivo, mas sei que, se mantivermos a luta, classes empresariais, povo, governo, todos unidos, essa decisão será revertida e um dia vamos ver a refinaria do Maranhão", escreveu.

Segundo dados de balanços da Petrobras, a refinaria Premium 1 já teve investimentos federais, desde 2007, de R$ 1,8 bilhão --em valores não-atualizados monetariamente.

Além da obra no Maranhão, a Petrobras também anunciou que desistiu da refinaria Premium 2, no Ceará, que já teve mais de R$ 1 bilhão em investimentos.

Em nota, o governo do Maranhão --comandado por Flávio Dino (PCdoB), opositor histórico dos Sarney-- também criticou o governo federal e disse está "pronto a dialogar com a Petrobras para a retomada de investimentos no Maranhão, sendo sanados os erros técnicos do projeto original, que não são de responsabilidade do povo maranhense."

Política econômica "hostil"

As críticas do ex-senador e aliado da presidente não se restringiram à refinaria e chegaram à política econômica de Dilma.

"Os fundos de participação dos Estados são contidos em limites precários, incapazes de fazer a diferença. Não há incentivos efetivos aos empréstimos dos bancos de desenvolvimento, como taxas de juro diferenciadas das dos estados ricos. A área econômica do governo é indiferente, ou mesmo hostil, a medidas que possam fazer os estados pobres competitivos, capazes de atrair investimentos que normalmente vão para os estados ricos", alegou Sarney.

Durante a campanha eleitoral de 2014, Sarney e sua família fizeram campanha para a reeleição de Dilma. Apesar disso, imagens feitas pela "TV Amapá" no dia da votação mostraram que o ex-senador apertou o 45, votando em Aécio Neves (PSDB).

UOL

Eleição na Câmara: o momento da traição

Publicado em 1 de fev de 2015
A palavra de ordem na eleição pela presidência da Câmara é: traição. Eduardo Cunha espera "docemente constrangido" os votos da oposição. Já o PT pressiona a base aliada e o próprio PMDB para que traiam Cunha e corram para o lado de Arlindo Chinaglia. Julio Delgado, do PSB, que hoje pode ser traído por parte do PSDB, sonha em chegar ao segundo turno e ser beneficiado pela traição ou do PT ou do PMDB. Entenda o jogo com Joice Hasselmann, direto de Brasília.

Renan Calheiros (PMDB-AL) é reeleito presidente do Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi reeleito neste domingo (1º) e vai comandar a Casa e o Congresso por mais dois anos. O alagoano recebeu o apoio de aliados da presidente Dilma Rousseff (PT). Este é o terceiro mandato de Renan no comando do Legislativo. A votação foi secreta.

Renan venceu o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que recebeu apoio de senadores que fazem oposição ao governo de Dilma. O nome de Renan chegou  a ser citado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga irregularidades na Petrobras, segundo informações publicadas pela revista "Veja" e pelo jornal "O Estado de São Paulo". Não há nenhuma denúncia formal contra ele. Renan nega qualquer tipo de evolvimento com o caso.
A candidatura de Henrique é um reflexo do racha do PMDB e descontentamento de parte do Senado com Renan na presidência. Henrique obteve apoio de partidos da oposição e dos chamados independentes. Nesta semana, declararam apoio a ele três senadores do PMDB e membros do PSB, do PDT, do PSDB, do PP, do PSOL e do DEM. Mesmo com o apoio, Henrique não obteve maioria dos votos.

Renan tem apoio do Palácio do Planalto e do PT. Após a ala rebelde do PMDB lançar a candidatura avulsa de Henrique, membros do governo atuaram nos bastidores em favor de Renan.

Para pedir votos aos congressistas, Renan destacou os trabalhos do Senado Federal no último biênio e a economia de recursos com os cortes de cargos comissionados. Também afirmou que é independente dos outros Poderes e que desempenhou uma "presidência coletiva".

"Senadoras e senadores o voto da confiança de todos. Os daqui são testemunhas que sou um homem de equipe e que jogo para o time e não para a plateia. Tenho por princípios dar oportunidades a todos. A presidência continuará a ser coletiva", discursou Renan.
Luiz Henrique foi o único senador citado nominalmente por Renan durante seu discurso para rebater as críticas veladas feitas pelo concorrente ao presidente do Senado. 

Henrique disse que se fosse eleito seria independente e não indicaria nomes para ocupar cargos em ministérios e estatais do governo para que o Senado não fique subordinado aos desmandos do Palácio do Planalto.

"Quando o presidente se verga para pedir favores ao executivo, ele perde autonomia", declarou Luiz Henrique. Foi uma crítica direta a Renan que foi responsável por diversas indicações de cargos do governo. Suspeita-se que entre as nomeações está o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso em Curitiba, mas Renan nega que tenha feito a indicação.
Esta é terceira vez que Renan é eleito para o cargo. Ele já ocupou o cargo em 2005, mas deixou a presidência em 2007 após escândalos envolvendo seu nome. Na época, surgiram denúncias de que ele usou dinheiro de lobista para pagar pensão de uma filha fora do casamento. Renan chegou a sofrer um processo de cassação, mas foi absolvido pelo plenário do Senado. Em 2013, ele voltou a presidir a Casa.

O presidente do Senado também é do Congresso e coordena os trabalhos e as pautas das duas Casas. Também o terceiro na linha sucessória da Presidência da República, depois do vice-presidente e do presidente da Câmara.

UOL 

INFELIZMENTE!!! 


O paraíso da energia, segundo a doutora

Há dois anos a doutora Dilma apareceu em rede nacional de televisão anunciando que o Brasil entrara no paraíso do energia elétrica. Ela disse coisas assim:
"A partir de agora a conta de luz das famílias vai ficar mais barata. É a primeira vez que isso ocorre no Brasil." 

"Isso significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento, de qualquer tipo de estrangulamento, no curto, no médio ou no longo prazo." 

"Estamos vendo como erraram os que diziam meses atrás que não iriamos conseguir baixar os juros e nem o custo da energia. Tentavam amedrontar nosso povo." 

Passados dois anos os juros estão onde estão, as tarifas de energia vão subir e o "risco do racionamento" está aí. 

Com má vontade pode-se ver no pronunciamento da doutora uma sucessão de lorotas. Com um pouco de boa vontade vê-se outra coisa, diferente e, sob certos aspectos, até pior: a fé numa realidade virtual. Ela queria baixar as tarifas e acreditava no que dizia, mas acreditava demais. Bastava que tivesse evitado os superlativos, tais como "tem e terá energia mais que suficiente", "sem nenhum risco (...) no médio ou no longo prazo". 

A doutora governa com três realidades. Na da racionalidade sabe perfeitamente que não se deve dizer o que disse. Na da autoglorificação, cria um mundo virtual. No campo da militância política, manipula a fantasia compondo um conflito no qual apresenta-se como uma princesa combatendo as forças das trevas que querem "amedrontar nosso povo". Isso não é debate político, mas videogame. 

É do embaixador Marcos Azambuja a explicação de que os diplomatas produzem blá-blá-blás, mas não os consomem. Até que ponto a doutora acredita nos seus blá-blá-blás, não se pode saber, mas sua fé na fantasia é mais complexa que a pura enganação. É também um estado da mente. Todo governante acredita demais no que diz, mas a água ferve quando diz algo em que não pode acreditar. Por exemplo: não haverá problemas com a energia "no curto, no médio ou no longo prazo". 

O marqueteiro João Santana, cujas impressões digitais estão na fala do paraíso energético, pode acreditar que Elvis Presley está vivo, mas a doutora não podia acreditar no que disse. No seu depoimento ao livro do repórter Luiz Maklouf Carvalho ("João Santana - Um marqueteiro no poder"), ele diz que tem "uma relação misteriosa e cotidiana" com o físico italiano Ettore Majorana. O baiano Santana tem um pé na ciência política, outro no mundo mágico e vive bem nos dois. Sua fascinação pelo caso de Majorana mostra como se pode ser feliz acompanhando ora a razão, ora a fantasia. 

ERRO
 
Estava errada a informação aqui publicada segundo a qual dos campos africanos que a Petrobras vendeu metade de sua participação em 2013 saía 60% do petróleo que importa e 25% do que refina. Os erros eram dois: as duas percentagens referiam-se à situação de 2013, quando deu-se a venda, e não à de hoje. A percentagem do refino (25%) relacionava-se com a processamento de petróleo importado, e não com o total do refino da Petrobras, que é muito maior. 

EREMILDO, O IDIOTA
 
Eremildo é um idiota e alistou-se para a batalha da comunicação da doutora Dilma. Ouvindo seu discurso de terça-feira convenceu-se de que vai tudo bem com o governo, menos o teleprompter que a ajuda a ler discursos. Eremildo encanta-se com o estilo da doutora. Na noite de sua reeleição ela foi a primeira candidata vitoriosa que se impacientou com os aplausos da plateia. 

LULA E DILMA
 
Mesmo pessoas que não acreditam na possibilidade de um rompimento entre Lula e a doutora Dilma estão tensas com o tamanho da amargura que se instalou entre os dois. Estão tensas, mas continuam achando que ambos sabem que não existem sem o outro.

O POVO SABE
 
O Planalto e alguns governadores estão perplexos diante de um cenário no qual terão que fazer racionamentos. Um diz uma coisa, outro diz outra e frequentemente alguém está querendo empulhar a patuleia. Trata-se de um problema inexistente. Nos últimos 50 anos os brasileiros já tiveram seis moedas, falta d'água em diversas cidades, apagão no tucanato. Aguentaram firme. A crise de hoje incomoda sobretudo porque os governos mentem.
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O MISTÉRIO DO SUMIÇO DE ETTORE MAJORANA
 
Na sua fala a doutora Dilma anunciou como política pública uma realidade fantasiada. Com o caso de Majorana pode-se manipular fantasias e, para quem está atrás de uma obsessão, é um prato cheio. Trata-se de um mistério sem fim, mas é apenas um brinquedo pessoal. Majorana era um físico italiano, da turma de Enrico Fermi, prêmio Nobel de 1938 e chefe da equipe que em 1942 libertou a energia do urânio. Daí até a explosão da bomba atômica sobre Hiroshima passaram-se três anos. 

Majorana tinha 31 anos, e Fermi colocava-o na categoria dos gênios como Isaac Newton e Galileu. Ainda criança, extraía raízes cúbicas de cabeça. Misantropo e depressivo, sumiu em março de 1938. Estava na Sicília e tomaria uma barca para Nápoles. Sumiu. Passaram-se 77 anos, e o enigma persiste. Ele teria antevisto a bomba atômica, talvez até achado que detinha seu segredo e matou-se. Ou saiu do mundo recolhendo-se a um mosteiro. Um padre viu um sujeito parecido com ele pedindo abrigo. Teria fugido para a União Soviética, pois anos depois outro físico da equipe de Fermi sumiu e apareceu em Moscou. Duas pessoas juram que viram Majorana depois do seus desaparecimento. Na mão do escritor Leonardo Sciascia, isso valeu um grande livro. Há poucos mistérios melhores e o lance do cientista que vê a bomba e some é de grande beleza. 

Dois fatos simplificam a história. Quando ia de Nápoles para a Sicília, Majorana mandou uma carta de despedida a um colega dizendo que tomara uma decisão "inevitável" e que desapareceria. Noutra carta, aos pais, pediu que não usassem luto por mais de três dias. No dia seguinte escreveu um telegrama ao professor pedindo que desconsiderasse o assunto e, numa nova carta, contou-lhe que "o mar me rejeitou". Comprou passagem para a barca de volta a Nápoles e sumiu. Seu corpo nunca foi achado. 

De todas as hipóteses, a mais plausível é, de longe, que Majorana queria matar-se na viagem de ida, desistiu, e matou-se na da volta. 

Falta explicar por que estava com todo o dinheiro que tinha no banco e por que viajou com o passaporte. Com a fantasia, ganha-se um grande enigma para exercitar a imaginação. A "relação misteriosa e cotidiana" de João Santana (ou de qualquer outro curioso) com Majorana é alimentada por intrigantes conjecturas que não fazem mal a ninguém. 

No caso do paraíso energético a doutora cometeu a imprudência de achar que sua conjectura era uma verdade. Na Argentina garante-se que Majorana morreu em Buenos Aires. 



elio gaspari Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'. Escreve às quartas-feiras e domingos.

Favorito, Cunha formaliza o maior bloco para disputa à presidência

Na composição de forças para a disputa para a presidência da Câmara, o PMDB conseguiu formalizar neste domingo (1º) a maior aliança entre os partidos da Casa. 

O candidato do partido, Eduardo Cunha (RJ), obteve o apoio de 14 legendas —PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PEN, PRTB, PSDC, PRP, PMN e PTN—, totalizando 218 dos 513 deputados. 

O principal adversário do peemedebista e candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), ficou sem alinhamento com o PDT, como era esperado. Os pedetistas não conseguiram recolher as assinaturas necessárias para confirmar a aliança com o petista até o prazo estabelecido pelo comando da Casa. 

Chinaglia teve apoio do PSD, PR, PROS e PCdoB, somando 160 deputados. Integrantes da campanha de Chinaglia pretendem recorrer ao comando da Casa para incluir o partido. O deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) responde pela presidência até a eleição do novo presidente na noite de hoje. A oposição pretende impedir a manobra. 

A formação de blocos é importante não só pela disputa da presidência da Câmara, mas também por causa da definição das 11 vagas no comando da Casa, além da escolha de presidência de comissões e outros órgãos da Casa. 

Após a confusão envolvendo o PDT, coordenadores de Chinaglia insinuaram que a a falta de empenho para a entrega das assinaturas teria ocorrido de forma proposital, num acerto com o PMDB. O PDT fechou apoio numa reunião tensa e com pressão da cúpula que defendia um aceno ao Planalto. 

Sem o PDT, o PT deve ficar com menos peso para escolha de espaço na Mesa Diretora da Casa. Segundo parlamentares, o PT corre o risco de ficar apenas com as suplências, cargos de menor importância. 

Quando a campanha de Cunha foi informada da trapalhada na campanha adversária eles comemoraram no gabinete. 

Considerado azarão, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) reuniu quatro partidos - PSB, PV, PPS e PSDB, com 106 parlamentares. 

O Psol, que lançou candidatura própria, com Chico Alencar (RJ), ficou isolado, a sigla tem cinco deputados.


OFERTAS
 
Cunha conseguiu reunir o maior número de apoios mesmo com toda a ofensiva do Planalto para esvaziar a candidatura do peemedebista que enfrenta resistência do governo. 

O candidato do PMDB se aliou com o PP mesmo o partido tendo garantido o ministério da Integração Nacional na composição do segundo mandato de Dilma Rousseff. 

O que pesou nessa negociação foi a promessa de que o partido deve ficar com a vice-presidência da Casa. O PP é o partido com maior número de parlamentares citados por investigados na Operação Lava Jato que apura desvio de recursos na Petrobras. 

No caso do PRB, Chinaglia tentou trazer o partido para a sua composição até o último momento. Ele se reuniu com integrantes da sigla até na madrugada de domingo mas a ofensiva não surtiu efeito. 

O PRB, que ganhou o ministério do Esporte e sofreu forte assédio do núcleo duro do governo, também optou pelo alinhamento com Cunha. O partido já havia declarado apoio ao peemedebista em dezembro e não desfez o anúncio. 

Nesta semana, Cunha adotou uma estratégia para constranger publicamente a legenda. Ele publicou nas redes sociais fotos em que aparece ao lado do ministro George Hilton, quando o partido selou a aliança. 

RACHA
 
O rol de alianças do peemedebista foi fortalecido pela união de partidos nanicos. Ao todo, sete nanicos, com totalizam 17 parlamentares, tinham fechado entendimento para apoiar Cunha, mas minutos antes do prazo final eles racharam, mas PTC, PSL e PTdoB não entregaram assinaturas. 

Os nanicos foram cortejados por Cunha, Chinaglia e Júlio Delgado. Líderes admitiram que foram atraídos pelo PMDB com a garantia de vagas nas comissões temáticas de interesse e inclusão no orçamento de verbas indicadas pelos novos parlamentares no orçamento de 2015 que ainda não foi aprovado pelo Congresso. 

Cunha negou ofertas de benefícios aos nanicos. Segundo o peemedebista, eles foram atraídos "pelo cheiro da vitória".

Candidatos lançam petição para impedir selfie de voto para presidência da Câmara

Os candidatos Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ) assinaram uma petição pedindo aos deputados que se comprometam a não tirar fotos do voto para presidente da Câmara dos Deputados para comprovar a escolha dos postulantes.


Nesta semana, Chico levantou a suspeita sobre uma possível fraude na eleição para presidente com o uso de celular para tirar fotos de dentro da cabine de votação. O voto é secreto para a escolha de membros das Mesas Diretoras do Congresso.


"O PSOL é a favor do voto aberto para todas as situações. Mas como isso ainda não é possível, eu acho que a gente deve cumprir à risca e fazer como o sistema eleitoral geral. Fazer com que seja proibido usar celular na cabine de votação. Já existe um 'zum zum' aí de que pode ser que cobrem a fidelidade do voto fotografando com o celular. Isso aí seria absurdo", declarou Chico na última quarta-feira (28).


Segundo Chico, a petição está sendo apresentada aos líderes dos partidos e aos outros dois candidatos à presidência Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

"Será difícil garantir, o deputado Miro Teixeira, que preside as sessões de hoje, já disse que 'o parlamentar é soberado, é senhor de si'. Mas pelo menos inibe um comportamento como este", disse o deputado do PSOL.


A disputa para presidência promete ser acirrada entre Cunha e Chinaglia, os dois principais concorrentes. O peemedebista conta com o apoio de sua sigla, do PTB, SD, DEM, PRB, PSC e PP, o que lhe renderia cerca de 200 votos. O petista tem apoio de seu partido, do PSD, PROS, PCdoB, PDT e PR, somando 179 deputados.




Deputados eleitos tomam posse na Câmara  

1º.fev.2015 - Deputados se preparam para a cerimônia de posse dos candidatos eleitos, no Plenário da Câmara, em Brasília, neste domingo (1º). Dos 513 deputados federais que serão empossados, apenas 198 (38,6%) partem para o primeiro mandato. Outros 289 (56,3%) são remanescentes da legislatura passada e 26 (5,1%) são ex-parlamentares que voltam à Casa após pelo menos quatro anos fora Leia mais Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados


Fragmentado, novo Congresso tem perfil conservador

Com a eleição inédita de representantes de 28 partidos na Câmara, o novo Congresso abriga mais siglas de perfil conservador 


Pedro França/Ag. Senado
 
A primeira eleição após as manifestações de junho de 2013, quando milhões de pessoas foram às ruas exigir mudanças, produziu um Congresso mais fragmentado, com renovação ligeiramente inferior à passada e, acredita-se, ainda mais conservador. Dos 513 deputados federais que serão empossados neste domingo (1º), apenas 198 (38,6%) partem para o primeiro mandato. Outros 289 (56,3%) são remanescentes da legislatura passada e 26 (5,1%) são ex-parlamentares que voltam à Casa após pelo menos quatro anos fora. No Senado, dos 27 que acabaram de concluir o mandato, apenas cinco continuarão. Entre os novos senadores, alguns conhecidos dos colegas, como os ex-senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e José Serra (PSDB-SP).


Seja qual for o resultado da eleição para a presidência da Câmara e do Senado, a presidente Dilma Rousseff terá problemas pela frente. Entre os deputados, sua base aliada, que já não foi fiel na última legislatura, encolheu. Os partidos que apoiaram a reeleição da petista vão ocupar 304 cadeiras. Mas ela sabe  que não poderá contar com parte deles. No Senado, a correlação de forças entre governo e oposição se manteve estável, mas o Planalto terá de lidar com oposicionistas que prometem fazer barulho, como Aécio Neves (PSDB-MG), o próprio Tasso e o agora senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Com a eleição inédita de representantes de 28 partidos na Câmara, seis a mais do que a legislatura passada, o novo Congresso abriga mais siglas de perfil conservador. Entre os 27 campeões estaduais de voto na Câmara, figuram 17 parentes de políticos, cinco policiais ou militares com discurso “linha dura”, como Jair Bolsonaro (PP-RJ). Temas polêmicos incluídos na pauta dos protestos, como a reforma política, a criminalização da homofobia e a descriminalização do aborto e das drogas, devem enfrentar grande resistência no novo Parlamento, com o crescimento das bancadas religiosa e da segurança pública. Um desafio e tanto para o Palácio do Planalto, que terá de dançar um dobrado para não cair na manjada armadilha do “toma-lá-dá-cá”.


 

PT quer eleger Renan e depois torcer por sua cassação


Cargo de vice-presidente do Senado é de um petista
 
Se Lava Jato derrubar peemedebista, PT herda a cadeira

Nome petista para ser vice-presidente é o Jorge Viana (AC)

JorgeViana-PT-AC
Jorge Viana (PT-AC), petista indicado para
 vice-presidente do Senado até 2017

Não importa quem vença a disputa pela presidência do Senado hoje (1º.fev.2015), o vice-presidente da Casa será um petista –pois a legenda tem a 2ª maior bancada e assim detém o direito de ocupar essa função.

O PT está apoiando oficialmente a reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para o cargo de presidente do Senado. Mas se o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) acabar ganhando, um petista também estará no cargo de vice-presidente da Casa pelos próximos 2 anos.

Para o PT, o apoio oficial a Renan Calheiros tem um alto grau de pragmatismo, de “Realpolitik”.

Quando alguém conversa com um petista em reserva, é raro encontrar um que elogie de maneira sincera o atual presidente do Senado. Mas muitos desses petistas admitem que devem manter o apoio a Renan Calheiros.

Por mais paradoxal que possa parecer, Renan está tendo o apoio de parte significativa do PT mais pelos seus defeitos do que por suas possíveis qualidades.

Renan Calheiros está com seu nome citado em diversas listas informais como um dos possíveis políticos encrencados com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura dezenas de casos de desvio de dinheiro e corrupção na Petrobras e em empresas privadas.
O senador peemedebista por Alagoas nega qualquer tipo de envolvimento com irregularidades. Mas fica a dúvida: e se Renan, de fato, for processado formalmente por corrupção no Supremo Tribunal Federal? Certamente uma das consequências seria a inviabilidade de sua permanência à frente da presidência do Senado.

Nesse caso, assumiria um político do Partido dos Trabalhadores. O PT indicou para ficar no cargo de vice-presidente do Senado Jorge Viana, senador petista eleito pelo Acre.
Ontem, sábado (31.jan.2015), alguns políticos no Congresso argumentavam que a vaga de vice-presidente do Senado ficará sempre com o PT, não importando se vença a disputa Renan ou seu adversário, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC).

A diferença é que nada indica risco de Luiz Henrique perder o cargo por causa da Operação Lava Jato.

Tudo considerado, o PT está apoiando Renan e ao mesmo tempo torcendo, em silêncio, pela desgraça do senador alagoano.

Se esse cenário se confirmar, novamente um petista voltará a presidir o Senado por algum tempo, sem ter sido eleito para a função. Isso já ocorreu uma vez, em 2007 –quando o mesmo Renan, encrencado com um outro escândalo, teve de se licenciar e assumiu por 2 meses o então vice-presidente, Tião Viana (PT-AC), irmão de Jorge Viana.

Aliás, o Acre bateria um recorde: em menos de 10 anos, dois acrianos petistas (da mesma família) estariam nesse cenário ocupando a presidência do Senado.

Observação importante: se Renan for reeleito neste 1º.fev.2015 e depois acabar sendo afastado do cargo, é necessária uma nova eleição para presidente do Senado –o PMDB ainda seria a maior bancada e poderia, em tese, indicar o substituto. Mas esse processo sempre demora um pouco, o cenário muda e o PT é a legenda que comandaria tudo no meio da tempestade. E na política, quando placas tectônicas se movem, o imprevisto pode acontecer. Até um petista ficar em definitivo no comando da Casa.

UOL

Deputados federais tomam posse; 198 assumem pela primeira vez

Dos 513 deputados federais que tomam posse neste domingo (1º), 198 assumem o mandato pela primeira vez. Dos outros 315 que estarão tomando posse, 289 foram reeleitos e 26 foram deputados em outras legislaturas, sem ser a que se encerrou no sábado (31). 


A sessão de posse dos deputados começou por volta das 10h, presidida pelo deputado Miro Teixeira (PROS-RJ), por ser ele o mais velho dentre os de maior número de legislaturas. Miro foi eleito para o seu 11º mandato parlamentar. 


Os deputados federais estão sendo empossados para um mandato de quatro anos, que vai até o dia 31 de janeiro de 2019. Os futuros deputados foram eleitos por 28 partidos políticos e representam a população dos 26 estados e do Distrito Federal no Congresso Nacional. 


Sergio Lima/Folhapress
Cerimônnia de posse dos deputados eleitos para ocupar as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados (2015-2019)
Cerimônnia de posse dos deputados eleitos para ocupar as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados

A grande maioria dos futuros deputados é do sexo masculino (462), enquanto que o número de mulheres no Parlamento será 51 (10% da Casa). A maioria dos eleitos tem curso superior completo (410) e tem entre 51 e 60 anos de idade (187). A posse dos deputados é acompanhada por parentes, amigos e convidados. Desde quinta-feira (29), as dependências da Câmara passaram a ser frequentadas e visitadas pelos parentes e amigos dos novos parlamentares, que estarão no Parlamento para prestigiar as posses dos 513 deputados federais. 


Após a cerimônia de posse, os partidos terão até as 13h30 para registrarem na Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara a formação dos blocos partidários. Esses blocos servirão de base para a composição da Mesa Diretora da Câmara e das comissões técnicas da Casa. 


Formados os blocos partidários, será feita, às 14h30, a primeira reunião de líderes partidários e dos blocos para definirem quais partidos ou blocos terão direito de ocupar cargos na Mesa Diretora da Casa, que é composta de presidente, dois vices, quatro secretários e igual número de suplentes, com mandato de dois anos. 



Sergio Lima/Folhapress
Entre os que tomarão posse, 289 são deputados reeleitos, 26 já tiveram mandato em algum momento e 198 são novos deputados
Entre os que tomarão posse, 289 são deputados reeleitos, 26 já tiveram mandato e 198 são novos
FOLHA


MAIS 198 (CENTO E NOVENTA E OITO) NOVAS CONTAMINAÇÕES PELO "PREDICADO" DA CORRUPÇÃO E PELO "DOM" DE ILUDIR!  Socorro !!!



Notícias divulgas no JORNAL ASAS sobre as eleições no Congresso Nacional



Denúncias de Janot devem engessar Casa, prevê Planalto


Após a eleição do novo comando da Câmara dos Deputados, neste domingo (1), o Palácio do Planalto prevê um presidente da Casa ''engessado'' para tocar pautas prioritárias do governo no Legislativo. O motivo: os desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, no Congresso Nacional. 

Neste mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai indicar todos os políticos que deverão ser investigados por suspeita de participação no esquema de desvio de recursos da estatal. 

Um dos principais delatores da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que entre 35 e 40 políticos foram citados por ele em seu depoimento. 

A avaliação de ministros ouvidos pela Folha é que, independentemente do vencedor neste domingo, a Câmara estará concentrada em ''trabalhar para dentro'', às voltas com os reflexos das denúncias envolvendo congressistas, e não em atender a demandas externas, como as promessas de Dilma. 

Se as denúncias contra deputados se confirmarem, eles devem ser alvo de processos de cassação no Conselho de Ética. Após análise do colegiado, a perda ou não do mandato é submetido a voto. Por isso, dizem ministros, o plenário da Câmara estará ''paralisado e dominado'' pelo desgaste da Lava Jato, e não com projetos. 

Na campanha do ano passado, a presidente Dilma anunciou prioridade para temas que precisam passar pelo Congresso, como a reforma política, emendas contra a corrupção e que atribuem à União responsabilidade pela segurança pública nos Estados. Mas assessores presidenciais creem que essas pautas não vão ser tocadas no tempo previsto pelo Planalto. 

Além disso, o governo teme que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se eleito presidente da Casa, não se oponha a um pedido de impeachment da presidente. Ele tem repetido que não será ''oposição nem submisso'' ao governo.

Com base governista rachada, Câmara elege novo presidente




Em meio a um racha significativo na base de apoio ao governo Dilma, a Câmara dos Deputados define na noite deste domingo (1º), em votação secreta, quem comandará a Casa em 2015 e 2016. 
Líder da bancada do PMDB e protagonista de rebeliões contra o Planalto, Eduardo Cunha, 56, reunia até a véspera o apoio oficial de sete partidos, excluídos os nanicos: PMDB, PTB, SD, DEM, PRB, PSC e PP -este último decidiu o apoio ao peemedebista neste sábado (31), apesar de pressão contrária do governo. 
As sete siglas somam 200 dos 513 deputados (39%). 
Polêmico, ele pavimentou sua candidatura a despeito dos esforços do governo para dinamitar suas pretensões -o que incluiu uma força-tarefa de ministros que patrocinaram ameaças de retaliação e oferta de cargos para garantir votos para o candidato do Planalto, Arlindo Chinaglia. 

Para tentar minimizar essa reação, Cunha sempre negou que fará uma gestão de oposição. "Quem achar que vou exercer presidência de oposição vai ter que reclamar no Procon", voltou a dizer na manhã deste sábado.

Editoria de arte/Folhapress
Ex-presidente da Câmara (2007-2008), Chinaglia, 65, tem o apoio de PT, PSD, PROS, PCdoB, PDT e PR -179 deputados (35%). No caso do PR, que ameaçava aderir a Cunha, a pressão do Planalto funcionou e a sigla decidiu no final da tarde de sábado apoiar oficialmente o petista. 


Corre por fora Júlio Delgado (PSB-MG), que tem o apoio de PSDB, PPS e PV (106 cadeiras, 21% do total). "Muitas surpresas podem ocorrer até amanhã", disse neste sábado. Chico Alencar (RJ), do nanico PSOL, lançou sua candidatura para marcar posição. 


Apesar dos apoios oficiais, praticamente todas as bancadas devem registrar traições na votação secreta, segundo avaliação das duas campanhas e da maioria dos líderes partidários na Câmara. 


Com um placar apertado no apoio oficial, o grau de traição pode definir a disputa. O PSDB, por exemplo, apesar do discurso pró-Delgado, deve despejar votos em Cunha. 


Integrantes da campanha de Chinaglia reconhecem que há petistas que não votarão no candidato do partido. 


Em contrapartida, apostam que haverá defecções do lado que apoia o peemedebista, principalmente do grupo de deputados novatos. Para os petistas, parte desses novos parlamentares veria Cunha como adepto de velhas práticas de se fazer política. 


A eleição ocorre em um dos momentos de maior tensão entre Planalto e PMDB, principal aliado da coalização que apoia o governo da presidente Dilma Rousseff. 


Qualquer que seja o resultado que saia das 14 cabines de votação que foram instaladas no plenário da Câmara, a petista terá problemas. 


Se Cunha vencer, será uma derrota clara do PT e do Planalto, que mobilizou aparato político para evitar seu triunfo. Ele terá, nesse caso, poder significativo de criar problemas para o governo, entre eles o de dar seguimento a CPIs -a oposição quer instalar quatro já no início da legislatura. 


Caso Chinaglia vença, o triunfo governista será ofuscado em boa parte pela perspectiva de enfrentar um troco amargo do maior partido aliado no Congresso. 


Isso em um ano com ameaça de CPIs, votações de projetos importantes e prováveis processos de cassação contra congressistas cujos nomes devem ser vinculados ao escândalo de corrupção na Petrobras, que ainda tem alcance incerto sobre os políticos. 


A votação começa às 18h e pode ser decidida em 2º turno caso nenhum dos candidatos obtenha mais da metade dos votos de seus pares. 

Também serão escolhidos os outros dez cargos da cúpula da Câmara, como o de 1º secretário, deputado que comanda o dia a dia da execução do orçamento da Casa, da ordem de R$ 5,1 bilhões.