Para presidente do STF, redes sociais criam 'novo modelo de democracia'.
Ela defendeu liberdade de imprensa como fiscal da sociedade.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou nesta quinta-feira (20) em São Paulo que as mudanças tecnológicas, como as redes sociais e a internet, fizeram "a ideia de tempo e de espaço mudar", fazendo com que tanto a imprensa quanto os juízes se adaptassem, mudando também as formas de se exercer a democracia.
Ela defendeu a liberdade de imprensa, a liberdade das pessoas se manifestarem e também o papel da imprensa como fiscalizador.
Questionada sobre seu papel no STF para a liberdade de imprensa,
defendeu a busca da verdade dos fatos e a liberdade de expressão:
"Vou dar cumprimento ao que o Supremo já decidiu reiteradas vezes. A
imprensa é livre e não é livre como poder, é livre até como uma
exigência constitucional para se garantir o direito à liberdade de
informar e do cidadão ser informado para exercer livremente a sua
cidadania", disse a ministra.
"Portanto, eu vou dar cumprimento ao que o Supremo já decidiu
reiteradamente: é fato, cala a boca, já morreu. Não há democracia sem
imprensa livre, não há democracia sem liberdade. Ninguém é livre sem ter
pleno acesso às informações e são os jornalistas, e a imprensa, a nossa
garantia de que teremos sempre as informações prestadas, o direito
garantido. E como lembrei outro dia o Fernando Sabino: 'deixa o Alfredo
falar'. Deixa o povo falar", defendeu Cármen Lúcia.
Cármen Lúcia durante palestra em São Paulo (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Em palestra durante fórum da Associação Nacional de Editores de
Revistas (Aner), realizado na Escola Superior de Propaganda e Marketing,
a ministra afirmou que "a democracia mudou pela mudança de qual passa a
informação permanente" e que, para ela, está se configurando "novos
modelos de convivência democrática no estado democrático" e "um novo
modelo de democracia".
"A imprensa cumpre um dos papéis mais importantes que se tem no estado
democrático: um papel de fiscalização e controle da sociedade para,
informando a sociedade, ser por ela fiscalizado pelo que a gente faz",
afirmou a presidente do STF.
"É a imprensa livre, legítima e formadora, porque ela não é só
informadora, especialmente em um país como o Brasil, em que grande parte
das pessoas não dispõe de dados, de educação cívica ao lado da educação
formal para exercerem livremente os seus direitos, que nós vamos ter
então uma sociedade na qual as tecnologias sirvam para novos modelos de
convivência democrática. E eu acho que é este o papel da imprensa, que
convivendo com as novas tecnologias seja capaz de apresentar as
informações para os cidadãos formem seu convencimento de maneira muito
mais aprofundado e com conhecimento. E só a imprensa cumpre este papel",
completou a ministra durante a palestra.
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