Expectativa do Banco do Brasil é que PDV possa atrair até 10 mil funcionários
O Banco do Brasil pretende lançar um novo plano de demissão voluntária
em breve. As bases do programa ainda não estão fechadas, mas a
expectativa inicial é que ele possa atrair até 10 mil empregados,
segundo apurou a Folha. Oficialmente, o BB não comenta.
Se for bem-sucedido, o plano trará um corte de 9% no quadro atual de
funcionários da instituição. A ideia é que as regras de adesão sejam
divulgadas aos funcionários ainda neste ano —ou, no mais tardar, no
início de 2017.
Com mais de 109 mil empregados e um grupo de quase 5.000 estagiários, o
BB tem um quadro de funcionários "inchado" em relação aos seus
concorrentes da iniciativa privada —Itaú, Bradesco e Santander. O
número, porém, já foi bem maior. Em dezembro de 2012, por exemplo, eram
mais de 114 mil empregados e 7.600 estagiários.
Executivos do banco têm tratado do assunto com extrema cautela e, mesmo
sob a condição de anonimato, reforçam que não se trata de planejar a
demissão de funcionários, mas de um incentivo à aposentadoria.
Danilo Verpa/Folhapress
Pessoas procuram emprego na rua Barão de Itapetininga, no centro de São Paulo
Convencer servidores a se aposentar tem sido o recurso usado pelo BB nos
últimos anos para forçar a redução do número de funcionários. Desde
2007, foram três programas do tipo, batizados de "Plano de Aposentadoria
Incentivada". O último, encerrado em agosto de 2016, teve adesão de
4.992 pessoas e custou R$ 372,5 milhões.
Apesar de contar com um número "expressivo" de empregados aptos a se
aposentar, segundo um executivo, o banco sabe que, diante da adesão
recente a um programa similar, será preciso aumentar as vantagens
oferecidas aos funcionários —e consequentemente, os custos imediatos
para a instituição.
A avaliação é que, mesmo assim, a iniciativa é positiva. O BB precisa
aumentar a rentabilidade e, para isso, diminuir as despesas com pessoal é
visto como essencial. Isso porque, mesmo com o incentivo à saída de
quase 5.000 pessoas no ano passado, o custo com a folha de pagamentos segue alto. No segundo trimestre de 2015, foram gastos R$ 4,9 bilhões
com pessoal. No mesmo período deste ano foram R$ 5 bilhões.
O novo comando do banco, presidido desde maio por Paulo Caffarelli,
entende que será preciso ainda promover corte de custos em outras
frentes, como em contratos com fornecedores.
O movimento de redução de despesas é reflexo da queda no resultado do
banco estatal. Preocupa a instituição a redução no lucro apresentado nos
últimos trimestres.
Até recentemente, conta um executivo, a direção se orgulhava de
registrar resultado mensal em média acima do apresentado pelo Bradesco.
Mas a situação mudou.
NOVA CÚPULA
Enquanto não define o novo programa de demissão voluntária, o BB inicia a
reestruturação de sua cúpula. Nesta semana, foram feitas mudanças nas
diretorias.
A expectativa é que as alterações nas vice-presidências não demorem a
vir. A cúpula do banco ainda aguarda o aval do governo, que
tradicionalmente indica dois dos nove vice-presidentes. O acordo era que
a nova composição do banco fosse definida após o impeachment.
Banco do Brasil / 1º sem. 2016
Lucro Líquido R$ 4,8 bilhões
Carteira de crédito R$ 751,2 bilhões
Número de funcionários 109 mil
Número de agências 5.428
Principais concorrentes Caixa, Bradesco, Itaú, Santander
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