Quem ri por último Délio Lins e Silva, advogado de
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem um encontro marcado com a PGR no início da
próxima semana. Apresentará, pela primeira vez, o cardápio completo da
proposta de delação do peemedebista. O conteúdo não compromete só Michel
Temer e alguns de seus ministros, mas também a cúpula do Congresso. O
presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), é citado. Cunha trata a
própria colaboração como um marco na história da Lava Jato.
Rivais Cunha e Eunício são adversários no PMDB. O
senador chegou a processar Cunha e sempre o tratou com desprezo. Nunca
pertenceram ao mesmo grupo político.
Estamos fora O volume de informações juntadas pelo
peemedebista é tão grande que os advogados Pedro Ivo Velloso e Ticiano
Figueiredo decidiram desembarcar da defesa de Cunha. Délio tocará
sozinho as tratativas com os investigadores.
Santo de casa Cunha dedicou especial atenção a
adversários de seu Estado, o Rio. Segundo aliados, Anthony Garotinho
(PR) é citado em diversos trechos.
O guia Cunha tem dito que, após sua colaboração, a expressão “siga o dinheiro” cairá em desuso. “Será siga o bandido”.
Um ou outro O ex-deputado espera concluir as
negociações com a Procuradoria até o fim deste mês. A PGR avisou que ou
fecha com ele ou com Lúcio Funaro.
A jato Um dia após cobrança da defesa de Geddel
Vieira Lima, a mulher de Lúcio Funaro, Raquel Pitta, esteve nesta
sexta-feira (7) na PF. Prestou depoimento. Advogados do ex-ministro
criticaram o fato de ele ter sido preso por ter contatado Raquel sem que
ela tivesse sido ouvida.
Mais pressão O grupo de artistas que pede a saída de
Michel Temer lançará um placar on-line para pressionar os deputados a
votar a favor da denúncia contra o presidente. O projeto recebeu o nome
de #342agora, em referência ao número de votos necessários no plenário
da Câmara.
Dos nossos Pivô de reveses para Temer, o presidente
da CCJ da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), tem recebido acenos da
oposição. Integrantes da Rede decidiram procurá-lo. Ele quer disputar o
governo de Minas.
Pingos nos is Com o cacife do presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), em alta, o Planalto fez um freio de arrumação na
base. Ministros pediram a líderes de partidos que enviassem de 10% a 15%
de suas bancadas à Câmara nesta sexta (7) para garantir a contagem do
prazo para a apreciação da denúncia contra Temer.
Estamos vivos Aliados do governo viram como uma
“grande vitória” o fato de terem conseguido reunir, na manhã de uma
sexta-feira, 72 parlamentares no Congresso. O time de Temer diz que terá
os votos para barrar a denúncia tanto na CCJ como no plenário da
Câmara.
Na ponta do lápis O Planalto faz e refaz todos os
dias contas de votos nas duas instâncias. Fechou a noite desta sexta (7)
contando 40 votos a favor de Temer na CCJ.
Guerra interna Presidente do Instituto Teotônio
Vilela, José Aníbal, afirma que as declarações de dirigentes tucanos de
que o governo Michel Temer está próximo do fim “não correspondem à
posição do PSDB”.
Sem função “Estão desrespeitando a decisão tomada pela Executiva. Para que serve, então, o partido?”, questiona Aníbal.
Fogo alto Ao criticar Temer e acenar para Maia, o
presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati (CE), tentou colocar os
que ainda defendem a permanência na base do governo em situação limite.
Ficou mal com governadores e presidenciáveis da sigla.
Visitas à Folha Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae, visitou a Folha nesta sexta-feira (7).
Helio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil, visitou a Folha nesta sexta (7). Estava acompanhado de Mario Henrique Viana, assessor de imprensa.
TIROTEIO
Os que esperam freio nas investigações com a mudança na chefia do Ministério Público vivem no mundo encantado da corrupção.
DO SENADOR RANDOLFE RODRIGUES (REDE-AP), sobre Michel Temer ter
indicado Raquel Dodge, crítica de Rodrigo Janot, para a sucessão na PGR.
CONTRAPONTO
As serpentes que andam
Em um encontro reservado após a reunião dos Brics, nesta sexta (7),
em Hamburgo, na Alemanha, o presidente russo, Vladimir Putin, disse a
Michel Temer que gostaria, um dia, de conhecer a Amazônia.
— Mas tem muitas cobras lá. E podem ser perigosas — completou o russo.
— Não tem problema. É seguro — respondeu Temer.
— As cobras perigosas não são as animais!
— Dessas nós também temos — devolveu o russo.
Os dois caíram na gargalhada.