03 abril, 2013

Previ - participação no projeto do Trem Bala


Com relação à mensagem abaixo reproduzida, faço os comentários em cor.  Vamos ficar atentos e acionar todas as instâncias possíveis através de nossas representações mais poderosas, para evitar o insulto que esse investimento representa.

Roberto Abdian



ANABB questiona Previ sobre possível participação no projeto do Trem Bala

No dia 27 de março, o presidente da ANABB, Sergio Riede, participou da apresentação dos resultados da Previ de 2012, no Rio de Janeiro.

Na oportunidade, Riede pode apresentar publicamente aos dirigentes da Caixa de Previdência questões sobre a possível participação do fundo de pensão no projeto Trem Bala.

Vários associados e conselheiros da ANABB vinham demandando a Diretoria Executiva da Entidade para tomar providências sobre a participação da Previ no Trem Bala. Algumas pessoas pediam esclarecimentos, outras queriam uma manifestação contundente da ANABB contra o projeto, outras chegaram a sugerir ações na justiça contra a participação da Previ no Trem Bala.

A Diretoria Executiva tem procurado deixar claro que, antes de tomar qualquer atitude, precisa estar bem informada. Neste sentido, Riede indagou os dirigentes da Previ sobre eventuais pedidos do Governo para que a Previ aportasse recursos no projeto; perguntou sobr e a existência ou não de estudos sobre o Trem Bala no âmbito da Caixa de Previdência; em caso positivo, solicitou informações sobre o que tais estudos teriam apurado até o momento sobre a viabilidade do projeto, retorno previsto, valores envolvidos, riscos existentes, entre outros fatores. O presidente da ANABB indagou ainda sobre a pertinência de se investir num projeto desta magnitude e risco, considerando-se que o Plano 1 está fechado para novos ingressos e caminha para a extinção.

Inicialmente, o presidente da Previ, Dan Conrado, esclareceu que o principal negócio da Previ é pagar benefícios. E que as demais atividades da entidade são meios para cumprir este compromisso. Lembrou que em 2012 a Previ pagou R$ 8,4 bilhões em complementos de aposentadoria e pensões e que a previsão é que pague benefícios a participantes e pensionistas do Plano 1 até o ano de 2080. Portanto, são mais 67 anos pagando benefícios. Dan Conrado afirmou que o mai o r volume de pagamentos deve se dar entre os anos de 2020 e 2030. E que para cumprir esta obrigação, a Previ deve procurar, cada vez mais, investimentos que tenham boa rentabilidade, preservando padrões de excelência em segurança. Citou que a baixa nas taxas de juros representa um desafio crescente para todos os fundos de pensão. E que a Previ, portanto, tem o dever de procurar investimentos que possibilitem pagar os benefícios devidos aos participantes. (blá blá blá, comentário totalmente dispensável)

Segundo o presidente da Previ, a entidade realizou estudos sobre o Trem Bala entre 2010 e 2011, mas naquela oportunidade o projeto se mostrou inviável e foi descartado pela Caixa de Previdência. Neste momento, segundo Dan Conrado, não existe qualquer estudo a respeito do Trem Bala na entidade. Mas se alguma proposta chegar até a Previ, será analisada como todos os projetos estudados naquela casa: com seriedade, em bases técnicas e procurando sempre salvaguardar a capacidade de cumprir com a obrigação de pagar os benefícios devidos aos participantes.

(O projeto extrapola a capacidade de análise dos técnicos da PREVI. As grandes empreiteiras e grupos por elas constituidos, segundo notícias na mídia, estão demonstrando não aceitar o risco do projeto e há os que questionam sua viabilidade, o que faz com que o governo apele para os fundos de pensão. Não basta senhor presidente Dan Conrado, a obrigação de "salvaguardar a capacidade de cumprir com a obrigação de pagar os benefícios devidos". É preciso não jogar dinheiro dentro de dezenas de túneis, aterros que são verdadeiros poços sem fundos, e sobre trilhos assentados em centenas de propriedades a serem desapropriadas e com muitos litígios. Este empreendimento é um insulto aos participantes, aposentados e pensionistas da Previ).

O diretor de Planejamento da Previ, Vitor Paulo Camargo Gonçalves, acrescentou que a análise de riscos que o fundo de pensão faz é reconhecida como uma das melhores do mercado. Um fato que ilustra essa afirmação, segundo Vitor Paulo, é que vários bancos apresentaram graves problemas em 2012, entre eles o Cruzeiro do Sul e o Panamericano. E que nenhum deles contava com investimentos da Previ, graças à rigorosa análise de riscos efetuada. (que o diga a jaula de micos com Hopi Hari, Banco Econômico, Nacional,  Casa Anglo Brasileira, Gazeta Mercantil, etc)
Por sua vez, Marco Geovanne Tobias da Silva, diretor de Participações do fundo, informou que esteve reunido na manhã do dia 27 de março com o Conselho Consultivo do Plano 1 para debater este assunto, órgão que fazem parte os conselheiros deliberativos da ANABB Mércia Pimentel e José Branisso (coordenador do Conselho Consultivo do Plano 1).

O diretor de Participações esclareceu que recentemente a Previ estudou propostas de investimento em rodovias. E que declinou do convite para participar porque os estudos demonstraram inviabilidade técnica. Um projeto como o Trem Bala, segundo Geovanne, se viesse a ser estudado no âmbito da Previ, seria por intermédio da Invepar, empresa na qual a Previ tem participação. (do site da Invepar: A Invepar é um grupo brasileiro que atua no segmento de infraestrutura em transportes, no Brasil e no exterior, com foco em gestão e operação de rodovias, sistemas de mobilidade urbana e aeroportos. história da Invepar começa em 2000, quando o Grupo foi criado e assumiu duas importantes concessões, a LAMSA - Linha Amarela S.A., no Rio de Janeiro, e a CLN - Concessionária Litoral Norte, na Bahia. Portanto, tem apenas 12 anos de experiência no pedaço!)

Esclareceu que um projeto como esse normalmente é dividido em dois grandes blocos: construção e operação. E que, para a Previ, apenas a parte de operação poderia interessar, já que a parte de construção está mais ligada a construtoras. (A Invepar é constituída a partir da associação entre a OAS e a PREVI. A OAS é uma construtora com mais de 30 anos no mercado, portanto...).  Ele deixou claro que em todo projeto que a Previ examina diversos fatores são levados em conta. O retorno do investimento é um dos fatores preponderantes. E que as premissas que fundamentam o retorno previsto são checadas com absoluto rigor. De acordo com Marco Geovanne, num projeto como o Trem Bala, no bloco de operação do sistema existem fatores fundamentais para se medir o retorno do investimento. Entre eles estão o número de passageiros previsto, o preço da passagem a ser cobrada, a inflação projetada para o período, entre outros. Ainda segundo o dirigente, cada um desses fatores é checado pela Previ com todo o rigor em qualquer projeto que seja estudado.

Lembrado por outro participante da reunião, o conselheiro deliberativo da ANABB e presidente da AAFBB Gilberto Santiago, que o Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) já entrou com duas ações contra o projeto do Trem Bala, Marco Geovanne esclareceu que fatores como este também são levados em conta pela Previ, porque podem retardar acentuadamente o início do retorno do investimento. (o que tem a ver  as atuais ações do MPF com o retardamento de um retorno de investimento que provavelmente se dará apenas no final dos anos 2050? Ora, faça-me o favor, Dr.Marco Geovanne!).  Citou como exemplos questões referentes ao impacto ambiental e ao impacto social que o Ministério Público tem levantado em diversos empreendimentos. Um dos casos de impacto social citado pelo dirigente foi o atingimento de terras indígenas. (Que comparação absurda  é essa Dr. Marco Geovanne?)

A ANABB continuará acompanhando o desenrolar dos fatos com atenção redobrada e estará informando os associados permanentemente. “Da mesma forma que a Associação não se deixa levar por conclusões precipitadas e sem fundamentação técnica, também não hesitará em se posicionar contra qualquer negócio que coloque em risco a preservação dos recursos necessários para honrar os compromissos com os participantes da Previ”, afirmou o presidente Sergio Riede. (Senhor presidente da ANABB, não se trata apenas de preservação dos recursos necessários para honrar os compromissos com os participantes da PREVI. Trata-se de não jogar dinheiro fora, trata-se de preservar a dignidade que ainda nos resta. E basta! - Em tempo: de onde virão os recursos para invetir no trem bala; desinvestimentos ou criando superávit?)



Cordiais e preocupadas
Saudações
Roberto Abdian

 

6 comentários:

  1. Essa preocupação demonstrada sobre as ações do MP, desapropriações e passagens por terras indígenas são apropriadas, pois retardam o início do investimento e com isso também seu retorno, pois a maturação de um projeto desses sabemos que é de longo tempo. Agora, maior preocupação devemos ter pois se todos esses aspectos foram levantados é porque onde há fumaça há fogo...

    Igualmente cordiais e preocupadas saudações.

    Luiz Faraco - Florianópolis-SC

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  2. Roberto Abdian,

    Você está coberto de razão.
    Esse trem bala vai ser um buraco sem fundo cheio de superfaturamentos, atrasos e desvios de toda ordem.
    Vide a obra sem fim da transposição das águas do Rio São Francisco.
    Não permitamos que a PREVI entre nessa furada.
    Parabéns pela sua exposição.

    Adaí Rosembak

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    1. Concordo plenamente com você e o Faraco. Mas, o que podemos fazer concretamente para evitar essa furada, já que Hopi Hari, Suape e as outras citadas por você tiveram até estudos de viabilidade por empresas ¨conceituadas¨ da área.

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  3. Para embasar futuras análises e discussões extra Previ(planejamento e investimento), podemos tomar alguns exemplos além dos citados no artigo e seus comentários.Temos exemplos saudados e elogiados no passado, que se revelaram no presente tremendos erros.Estão aí o falado SAUIPE e o novel Palácio Tangará "comprado " em 1998 (havia restrição ambiental ?), paralisado em 2011 e "vendido" agora.A Invepar deve ser olhada com atenção. Ação cautelatória(é esse o termo?) deve ser considerada no caso do trem-bala.

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  4. São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 2002
    RETORNO DUVIDOSO
    Fundo de pensão fez investimento fracassado em parque temático próximo ao santuário de Aparecida
    Previ gastou R$ 40 mi em negócio de R$ 3 mi
    Negócios suspeitos e deficitários feitos pela Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) começam a vir à tona. O relatório anual referente a 2001 revela que os participantes do fundo de pensão gastaram R$ 40 milhões em um empreendimento que vale R$ 3,1 milhões.
    FONTE:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1604200223.htm

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  5. Tem uma associação que deveria ser a primeira á entrar com uma ação cautelar.
    Mesmo se entrasse, teríamos que ficar de olho prá ver se não estaria errando a ADI.

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