14 novembro, 2016

CONSULTA CASSI: respondendo aos colegas

 
E-mail anterior: CONSULTA CASSI; Por que voto NÃO?

Encaminhei um e-mail sobre a CASSI e recebi muitos questionamentos e dúvidas que espero responder com este novo e-mail.

Sei das dificuldades que a entidade está enfrentando, inclusive com orçamento contingenciado o que impede seus dirigentes de trabalhar com mais liberdade.

Mas esta situação não pode funcionar como uma chantagem para pressionar o associado, que estaria dando um cheque em branco para o Banco e a direção da Cassi.

O associado vai aumentar sua contribuição em um por cento (1%)?
SIM. Sem dúvidas, até dezembro de 2019 o associado vai pagar um por cento a mais para a Cassi.

O Banco vai colocar 23 milhões todo mês?
NÃO. Pelo que entendi, o banco vai ressarcir despesas previamente estabelecidas e efetivamente incorridas pela Cassi. Não sabemos o que foi previamente estabelecido, pouca transparência. Imagino uma luta mensal para garantir este tal “ressarcimento”, desgaste para uma gestão que não aprova nada sem autorização do Banco.

Já definiram o índice de correção da parcela do Banco?
SIM. Já definiram que será o FIPE-Saúde. No período de janeiro de 2009 até outubro de 2016, este índice acumulado foi de 58,05%. No mesmo período, o INPC-Serviços de Saúde cresceu 63,97%. Pouca diferença.

Saiu a minuta de mudança do estatuto?
SIM. Será um artigo nas disposições transitórias e procura deixar claro que a contribuição extraordinária termina mesmo em dezembro de 2019. No entanto, não faz qualquer referência à contribuição do Banco, que será por meio de “convênio específico”.

Qual o quórum desta consulta?
Entendo que ao criar regra nova no Estatuto, ainda que nas disposições transitórias, a votação remete ao artigo 73 do Estatuto da Cassi. Este artigo estabelece como quórum mínimo de votantes, metade mais um do total de associados. Para que proposta seja aprovada é necessário que 2/3 (dois terços) votem favoravelmente. Portanto, sessenta e sete por cento (67%) dos associados precisam votar SIM.

Qual a chance de aprovação?
Muito difícil. O processo de negociação foi excludente e mal conduzido. Apostaram no desespero de todos com medo de perderem a Cassi. Centraram as negociações nos chamados “amigos do poder” – vale lembrar que esta negociação começou no governo Dilma. O memorando de entendimentos, assinado pelas entidades, poderia ser chamado de “memorando de boas intenções”, pois não garante nada e esclarece muito pouco, só serviu para confundir.

Por que a afirmativa de que as “entidades negociaram mal”?
AAFBB e FAABB são entidades com pouco representativa, em que pese o esforço de seus dirigentes. Vejo que não conseguiram unir nem mesmo seus representantes, no caso da AAFBB, e suas associações regionais de aposentados, no caso da FAABB. No caso da ANABB, o assunto foi tratado de forma tão superficial e confusa, no Conselho Deliberativo, que o Conselheiro Fernando Amaral fez uma proposta para autorizar a Diretoria Executiva assinar o “memorando de entendimento”, o que foi aprovado, e depois encaminhou mensagens aos associados da Cassi, propondo o voto NÃO. Vale lembrar que o Conselho Deliberativo é o órgão responsável pelo direcionamento estratégico da entidade (artigo 23 do Estatuto da ANABB). E, no caso da CONTRAF-CUT, basta dar um giro pelas redes sociais para perceber o quanto está dividida, com importantes lideranças se posicionando pelo SIM e outras não menos importantes se posicionando pelo NÃO.

Qual a melhor alternativa, neste momento?
Retirar a consulta e esclarecer as dúvidas. Unificar a posição interna de cada uma das entidades. Respeitar o fórum de cada uma das entidades para que estas se manifestem com legitimidade. Produzir material esclarecedor como jornais e e-mails. Os sindicatos deveriam convocar assembleias em todo Brasil, no mesmo dia e hora, convocando só os funcionários e aposentados do BB, para debater a Cassi.

É fácil aprovar esta proposta?
NÃO. Tive a oportunidade de conduzir a ultima reforma estatutária da Cassi, onde melhoramos o Estatuto, dando mais garantia para os aposentados; aumentamos a contribuição do BB de 3 para 4,5% no caso dos funcionários pós 98; conseguimos um aporte do BB de 300 milhões; entre outras conquistas. As entidades estavam unificadas e o movimento sindical também trabalhou muito e, ainda assim, não conseguimos aprovar na primeira consulta.

Qual a maior dificuldade?
Ao modificar regra estatutária, elevaram o quórum para a aprovação. Fui informado se tratar de exigência do jurídico do BB e da Cassi. Normalmente, mais de 20% votam nulos e em branco, se o NÃO tiver 15% dos votos, a proposta já estará derrota. Mais uma desconfiança: sabemos que o jurídico do BB e da Cassi são “farinha do mesmo saco”, será que o Banco quer mesmo aprovar esta proposta? Se não modificassem o estatuto, o quórum para aprovação seria metade mais um dos votantes, aumentando a chance do SIM.

As “lideranças” negociaram muito mal este acordo.
NÃO PRECISAMOS MUDAR O ESTATUTO PARA APROVAR CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA.

Com os esclarecimentos sobre o índice e a minuta do artigo que muda as disposições transitórias no estatuto, a proposta melhorou.
Acho muito difícil que seja aprovada e eu poderia manter a minha posição para ao final dizer: eu avisei.

Este oportunismo não cabe na minha história de luta junto às entidades do BB.

Vale a pena tentar para ajudar a CASSI, sem ficar no muro, estou me reposicionando.

Com os esclarecimentos, eu voto SIM!

Em respeito à ANABB, que tive orgulho de dirigir por 18 anos.
Em respeito às ex-diretoras da Cassi, Denise Lopes Vianna e Graça Machado, que votam SIM.

Em respeito aos demais Conselheiros Deliberativos da ANABB, que também defendem o SIM.

Em respeito ao atual diretor da Cassi, Humberto Almeida – este não vai esconder qualquer arranjo que possa prejudicar a Cassi e seus associados.

VALMIR CAMILO
Ex-Presidente da ANABB (1996/2010)
Ex-Conselheiro Deliberativo da Previ (1998/2002 e 2004/2008)



2 comentários:

  1. Quero ver onde esse camarada vai colocar a cara se esse acordo não for aprovado, as conversações recomeçarem do zero, demorarem não sabemos quantos meses ou anos mais e a CASSI quebrar.
    Estaremos nas mãos do SUS e eles estarão em MIAMI.
    Bando de pilantras.

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  2. Acordo "unilateral" e intravenoso, administrado no enfermo agonizante e consciente do tratamento efêmero.

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