Hoje é difícil ter alguém que não utilize redes
sociais. São citadas em abstrato, mas o Facebook tem um alcance bem maior do
que todas as demais. Apesar de quase a unanimidade de a sociedade estar nela,
muitos a criticam, sob o argumento da simplicidade e até certo provincianismo.
Não é correta a teoria de que alguém fique
desautorizado de fazer observações e críticas por estar ou pertencer a algo. No
caso do Facebook algumas críticas são válidas, outras são dissimulações de quem
está na rede, mas que aquilo aquém do “seu nível”. Não se apercebe de que
não foi forçado a se cadastrar, criar um perfil.
Existem outros que reclamam permanentemente da
invasão de privacidade. Estes não sabem nem qual foi a abrangência que
estabeleceu para o seu perfil. Não se dá conta de que só pode interagir no seu
perfil quem e quanto está autorizado a fazer isso pela própria pessoa.
Destaque maior têm aqueles que reclamam de ter
muitos amigos que não interagem, não curtem o que postou e até excluem os
amigos em excesso. Tudo gente muito displicente. Só existem amigos convidados
ou aceitos pelos reclamões.
Muitos reclamam daqueles que postam “bobagens”,
fotos de tudo quanto é coisa ou momento. São contra quem só posta fotos de
pratos sofisticados, ou da única visita que fez a um restaurante. Mas se
encontrar várias fotos de situações complicadas também o chamará de pessimista
e querer colocar todo mundo para baixo.
Mas as críticas mais veementes são contra as
demonstrações de intelectualidade. Ninguém fica isento totalmente de fazer ou
de ser vítimas de alguma dessas manifestações. Talvez não seja uma das melhores
demonstrações de erudição, principalmente quando o texto sai incompleto ou
escrito com erros gramaticais, como se fosse de autoria própria, sem menção à
fonte. Mas isso é positivo, ainda que seja apenas para expor no face, a pessoa
se atentou a alguma frase, livro ou outro meio que não teria atentado antes.
Fica até engraçado, quando no início do dia ou no fechamento da semana, a
pessoa cita um trecho de domínio público e fecha com um “bom dia”, ou “boa
semana”, como se desse um “tenho dito” como ultimato.
Alguns são contrários aos que querem ditar as
normas, de se acharem importantes em razão do eles escrevem ou defendem.
As indiretas, os recados, e até ameaças são também frequentes. Mas isso não é
diferente do mundo real, aqui no dia a dia.
Hoje, ricos, famosos, pobres e anônimos participam
igualmente das redes sociais. E refletem exatamente como é a sociedade. Nada,
nem ninguém agrada a todos. Mas o bom é a participação, a interação, a
contradição para a evolução de todos. Mas é preciso entender que só está lá
quem quer, só escreve no seu perfil quem você permitiu, e que amigos do
Facebook podem se transformar em amigos reais. Cada amigo ali participa na
proporção de sua afinidade e todos têm a sua importância. Mesmo aquele que
escreve “engrassado”, para “sima” ou para “baicho” e, corretamente, se regozija
de ser pós-graduado nalguma área da educação.
*Pedro Cardoso da Costa é Bacharel em direito
Interlagos/SPBlog do radialista
CARLOS FERREIRA
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