04 fevereiro, 2015

Graça é o novo Mantega

BRASÍLIA - Nos Estados Unidos, os presidentes em fim de mandato são chamados de "patos mancos". O apelido descreve os líderes que já deixaram de liderar: apenas esquentam a cadeira para o sucessor. No Brasil, o governo Dilma criou a figura dos ex em atividade. São dirigentes que já perderam o cargo, mas precisam manter as aparências até que o substituto seja nomeado. 

A fórmula foi inaugurada no ano passado com Guido Mantega, o ex-ministro da Fazenda. Agora volta a ser aplicada com Graça Foster, a (ainda) presidente da Petrobras. 

Dilma avisou à praça que Mantega estava fora dos planos em setembro de 2014, a um mês do primeiro turno. Ele foi atacado e ridicularizado na campanha, mas teve que resistir impassível até o fim do primeiro mandato da chefe. Magoado, tomou o avião para casa sem transmitir o cargo a Joaquim Levy. 

Graça é o novo Mantega. Sua presença na estatal era insustentável havia meses, mas Dilma insistia em mantê-la no posto. A atitude estimulou a especulação com as ações da empresa e retardou o esforço para recuperar sua credibilidade. 

Agora que a sensatez venceu a teimosia, a presidente da Petrobras foi avisada de que terá que esperar mais algumas semanas no cargo. Até os ascensoristas da empresa sabem que seu café esfriou, mas ela continuará a perambular como morta-viva. Será o zumbi da avenida Chile, endereço da estatal no centro do Rio. Como consolo, restarão mais um mês de salário e o conforto do gabinete refrigerado com vista para a entrada da baía de Guanabara.
*
O sorriso irônico de Eduardo Cunha ao apertar a mão do abatido Aloizio Mercadante resume a humilhação que o peemedebista impôs ao Planalto. Na foto de Sérgio Lima, que estampou a capa da Folha nesta terça-feira (3), o deputado parece um jogador alemão cumprimentando um brasileiro depois do 7 a 1. 




bernardo mello franco Bernardo Mello Franco é jornalista. Foi correspondente em Londres, editor interino da coluna Painel e repórter de "Poder" e da Sucursal do Rio. Também trabalhou no "Jornal do Brasil" e no jornal "O Globo". Escreve às terças, quartas, quintas, sextas e domingos.


FOLHA

03 fevereiro, 2015

Dilma troca liderança do governo na Câmara após vitória de Eduardo Cunha

A presidente Dilma Rousseff decidiu trocar a liderança do governo na Câmara dos Deputado e convidou o deputado José Guimarães (PT-CE) para assumir o posto. O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) foi quem fez o convite ao congressista. 

Ele assume o posto após o governo sofrer uma derrota histórica na disputa pela presidência da Câmara com a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –que foi contabilizada na conta da articulação política do Planalto – e vai substituir o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Durante a disputa pelo comando da Casa, Cunha afirmou que o PMDB não negociaria mais com Fontana

O peemedebista ficou incomodado com a defesa do petista pela participação de ministros na disputa pela presidência para viabilizar a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que foi derrotado. 

A troca agrada a corrente majoritária do PT, a CNB, que reclama de falta de interlocução e cargos no governo Dilma. 

Guimarães foi líder do PT em 2013, quando o partido enfrentou o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele é irmão do ex-deputado José Genoino (PT-SP), condenado e preso no escândalo, e teve um assessor preso com dólares na cueca em 2005.
Segundo assessores de Dilma, o novo líder foi escolhido pelo trânsito com os partidos da base aliada e até com líderes da oposição. Com o novo líder, a presidente espera reconstruir pontes com Eduardo Cunha. 

Fontana –ligado à Mensagem ao Partido, corrente de José Eduardo Cardozo e Tarso Genro– afirmou que colocou o cargo à disposição do governo nesta segunda-feira, depois que Cunha foi eleito. 

Vice-líderes ainda não estão definidos. 



Joel Rodrigues - 23.abr.14/Folhapress
O deputado José Guimarães (PT-CE), convidado para ser o novo líder do governo na Câmara
O deputado José Guimarães (PT-CE), convidado para ser o novo líder do governo na Câmara

FOLHA

Muito bom! Este nojento cuequeiro precisa ser bastante humilhado e desmoralizado na Câmara dos Deputados.

PRÊMIO PONTUALIDADE ANAPLAB


ANAPLAB INICIA SORTEIO PONTUALIDADE EM FEVEREIRO/2015

Informamos aos nossos queridos associados que neste mês, no último sábado, conforme prevê o REGULAMENTO DO SORTEIO estaremos dando início ao sorteio mensal, no valor de R$ 1.000,00 (Hum mil reais), àqueles que estão adimplentes junto à ANAPLAB.

Dependendo do número de novas adesões ao nosso quadro associativo, aumentaremos a quantidade mensal dos sorteios, de sorte a contemplar mais associados, sem desestabilizar o equilíbrio econômico financeiro da Associação.

Importante ressaltar que o prêmio é liquido, sem   nenhum desconto, inclusive IR, que será pago por nós.

Por isso, convide quem você conhece para juntar-se a nós. Além dos prêmios mensais, temos as ações judiciais que patrocinamos, sem custos para o associado, exceto a mensalidade de R$ 15,00 (quinze reais). Assim podemos dizer com orgulho: “FAZEMOS MAIS POR MENOS”.

O ponta-pé inicial se dará no sábado, 28 de fevereiro, pela extração da Loteria Federal, conforme Regulamento já devidamente registrado em Cartório de títulos e documentos da cidade de Joinville(SC).

Sentimo-nos muito orgulhosos de todos vocês, associados.

EQUIPE ANAPLAB
 

Dilma e Graça acertam cronograma de saída de toda diretoria da Petrobras

A presidente Dilma Rousseff acertou com Graça Foster um cronograma de saída de toda a diretoria da Petrobras. 

Ambas se reuniram no Palácio do Planalto após a Folha revelar nesta terça-feira (3) a decisão de Dilma de trocar o comando da estatal. 

A reunião durou cerca de três horas. A dirigente da estatal chegou ao Palácio do Planalto assim que Dilma retornou da viagem a Campo Grande (MS), por volta das 14h30. Foster deixou o Planalto pouco depois das 17h e seguiu para o aeroporto de Brasília. 

Graça e os demais integrantes da cúpula da empresa devem ficar no cargo até o fim deste mês. As duas combinaram que a executiva se dedicará nos próximos dias a chegar a um número crível de prejuízo devido à corrupção na companhia. 



Ricardo Borges - 29.jan.15/Folhapress
Graça Foster, que deixará o comando da Petrobras

FOLHA

Manifestantes gritam 'impeachment' em evento que recebe Dilma em MS

A presidente Dilma Rousseff foi alvo de protestos na manhã desta terça-feira (3) em Campo Grande (MS), na primeira viagem oficial da petista a um município brasileiro desde que iniciou o segundo mandato, em janeiro. 

Na via de acesso ao local do evento que Dilma participa, na capital de Mato Grosso do Sul, cerca de 50 manifestantes gritaram "impeachment", "fora, PT" e "Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro". 


Entre os ativistas, estavam militantes do Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal em Mato Grosso do Sul. 


Segundo o coordenador geral do sindicato, Eliezer Inácio de Oliveira, os manifestantes foram impedidos de entrar no evento com Dilma com faixas e cartazes de protesto. 


A presidente foi à inauguração da Casa da Mulher Brasileira, que reúne em um mesmo prédio delegacia especializada, Defensoria Pública, vara de Justiça e clínica de apoio psicológico às vítimas de violência. O modelo de atendimento deve ser implantado em todas as capitais. 


No evento, parte da pateia, especialmente militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), vaiou a ministra Kátia Abreu (Agricultura) e o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP). 


Ao chegar ao local, Dilma visitou a casa ao lado também das ministras Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Ela não viu os manifestantes. 


No evento, a petista discursou sobre a Casa e falou as ações contra violência contra as mulheres. 


Não é a primeira vez que Dilma é vaiada em Campo Grande. Em 2013, ela recebeu vaias de ruralistas em protesto contra a demarcação de terras indígenas. Naquela ocasião, a presidente começou a ser vaiada assim que seu nome foi anunciado no alto-falante pelo locutor do evento. Gritos de "demarcação não" se repetiram enquanto Dilma entregava chaves de ônibus escolares a 78 prefeitos do Estado. 


Constrangido, o então governador André Puccinelli (PMDB) chegou a ir ao microfone pedir "respeito" à presidente. Em discurso, Dilma afagou os manifestantes: "Ô gente, eu acho bom vocês gritarem. Democracia é isso". 



MEDIDAS IMPOPULARES
 

Desde sua reeleição, em outubro passado, o governo baixou medidas impopulares, como redução de benefícios trabalhistas e previdenciários, aumento de impostos e corte de gastos. 

O Planalto também enfrenta desgaste com a eleição, no último domingo (1º) do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto de Dilma, para a Presidência da Câmara. 


O PT, que lançou Arlindo Chinaglia (SP) como candidato e teve empenho de ministros na campanha, sofreu uma derrota por larga vantagem (Cunha teve 267 votos, contra 136 do paulista) e ficará de fora dos principais postos da Casa. 


Nesta segunda-feira (2), Dilma ligou para Cunha para cumprimentá-lo pelo resultado. Segundo o peemedebista, "foi uma conversa amistosa".



Os anéis e os dedos

BRASÍLIA - Quando Dilma Rousseff anunciou a escalação de seu novo ministério repleto de nulidades, os aliados mais diligentes se apressaram para defendê-la das críticas. O que parecia um insulto aos eleitores seria, na verdade, fruto de um sofisticado cálculo político.

Mais experiente, a presidente teria decidido nomear aliados incômodos para ampliar sua base no Congresso e assegurar a chamada governabilidade. A manobra garantiria sossego em um ano difícil, com os desdobramentos da crise econômica e do escândalo da Petrobras. 
 
Dilma teria entregue os anéis para preservar os dedos, repetiam os sábios do palácio. O discurso foi desmoralizado no domingo com a eleição do novo presidente da Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha. 

O resultado é mais que uma derrota humilhante do Planalto, que jogou pesado para tentar eleger o petista Arlindo Chinaglia. Também demonstra que o fisiologismo é um círculo vicioso: quanto mais o governo oferece em troca de apoio, mais os políticos fisiológicos cobram para continuar a apoiá-lo. 

Cunha foi eleito por uma massa de deputados que Dilma pensava ter saciado com a reforma ministerial. Os votos que garantiram sua vitória no primeiro turno saíram de siglas como o PP, dono do Ministério da Integração Nacional, e o PTB, premiado com o Desenvolvimento. 

Até o PRB, que conseguiu emplacar o bispo George Hilton no Ministério do Esporte, reforçou a aliança que humilhou o governo. Os anéis já se foram. Agora Dilma deve se preparar para entregar os dedos.
                                        *
"Vamos conversar amanhã." "A gente vai encontrar uma saída para aquele problema." "Você não vai ficar na mão, isso não é da nossa natureza." As frases, cochichadas por Eduardo Cunha a aliados na porta das cabines de votação, indicam o estilo das negociações que dominarão a Câmara até 2017. 



bernardo mello franco Bernardo Mello Franco é jornalista. Foi correspondente em Londres, editor interino da coluna Painel e repórter de "Poder" e da Sucursal do Rio. Também trabalhou no "Jornal do Brasil" e no jornal "O Globo". Escreve às terças, quartas, quintas, sextas e domingos.



Dilma e Lula mais afastados do que nunca

Publicado em 3 de fev de 2015
Lauro Jardim, do Radar on-line, traz os bastidores da derrota do governo na eleição para a presidência da Câmara: Lula esperou sentado um pedido de ajuda de Dilma. O colunista Rodrigo Constantino comenta o recorde histórico nos déficits gêmeos que somam R$ 500 bilhões. E Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo falam sobre o novo momento político de grande importância para o Palácio do Planalto.



Notícias do Jornal Asas > 03-02-15

Dilma já sonda nomes para substituir Graça Foster na Petrobras

Em águas profundas A avalanche de más notícias dadas por Graça Foster na última semana removeu sua rede de proteção. Dilma Rousseff deflagrou ainda no fim da semana passada o processo de seleção do substituto da presidente da Petrobras. Joaquim Levy (Fazenda) esteve em São Paulo nesta segunda-feira com a missão de sondar nomes para ocupar o posto, depois que a executiva se mostrou incapaz de contornar a crise na estatal, de acordo com a avaliação de um ministro palaciano.

Sem… O plano inicial do Planalto era usar as vagas de Miriam Belchior e Guido Mantega no conselho de administração da Petrobras para nomear dois conselheiros e, depois, conduzir um deles à presidência da estatal, após um período de “aclimatação”.

… soft landing Mas o imbróglio em torno do balanço da empresa e os números desencontrados sobre o rombo causado pelos desvios investigados na Operação Lava Jato tiraram a margem para uma transição lenta na estatal, segundo auxiliares de Dilma.

Vem aqui Os vereadores do PT na Câmara paulistana começam nesta terça a coletar assinaturas para que a Casa convide o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) a falar no plenário sobre a crise de abastecimento de água.

Dois em um A intenção dos petistas é expor o tucano, mas o partido decidiu incluir o convite ao prefeito e pedir a assinatura de outras bancadas para tentar evitar que o governador rejeite o chamado com a justificativa de que se trata de ação política.

Horizontal Prefeitos da Grande São Paulo não gostaram do formato proposto por Alckmin para o comitê de acompanhamento da crise, com representantes de universidades e da sociedade civil. Acham que o “inchaço” impedirá decisões rápidas.

No mérito 1 José Serra (PSDB-SP) quer marcar sua volta ao Senado com a apresentação de dois projetos de lei já nas primeiras semanas.

No mérito 2 O primeiro será o que estabelece voto distrital para vereador em cidades com mais de 200 mil habitantes. O outro fixará limite para a dívida da União, tanto líquida quanto bruta.

Sem chororô Em reunião na noite de domingo no Alvorada, Dilma e seu conselho político decidiram não valorizar a derrota para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na eleição da Câmara e tocar adiante a recomposição da base aliada.

Clemência Dilma decidiu que não seria prudente punir os partidos traidores com a perda de espaço no governo, como propunha parte dos ministros, por acreditar que a medida aprofundaria a crise com o Legislativo.

Monitor O plano do governo é mapear o comportamento dos deputados na próxima grande votação aberta na Câmara e dar início à reaglutinação da base aliada. Os termômetros devem ser a votação das medidas econômicas editadas pelo Executivo.

Apelo final Lula sondou Eduardo Paes (PMDB) na semana passada sobre a possibilidade de um acordo entre PT e PMDB na reta final da disputa da Câmara. O prefeito do Rio levou a ideia a Eduardo Cunha, mas as conversas não avançaram.

É nossa O grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL) está disposto a abrir espaço para o PSDB na Mesa do Senado em uma única situação: se a indicada for Lúcia Vânia (GO).

Traição cruzada Ao contrário do que o PT alardeia, o QG de Renan acredita que ao menos quatro petistas deixaram de votar no presidente reeleito. A compensação teria vindo de partidos que apoiaram Luiz Henrique, onde teria havido deserções pró-Renan.

Mãos à obra Em meio ao barata voa que se seguiu à eleição do comando do Congresso, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) escolhe até esta quarta-feira a lista de 130 projetos prioritários para o setor em 2015.


TIROTEIO
No nosso bloco parlamentar, só conseguimos o apoio das letras: PR, PSD, Pros… A maioria dos deputados não veio junto.

DE SILVIO COSTA (PSC-PE), sobre a votação, muito aquém da esperada, do petista Arlindo Chinaglia (SP) na disputa pela presidência da Câmara.


CONTRAPONTO
Sem perder a piada
apode0302painel


Amigos desde a Assembleia Constituinte, em 1988, o senador José Serra (PSDB-SP) e o deputado Miro Teixeira (Pros-RJ) se encontraram no Congresso nesta segunda-feira.

Em tom descontraído, o tucano fez uma provocação ao colega:
—Vou trazer uma tesourinha pra cortar essa sua sobrancelha! —disse.
Miro respondeu:
—Só se for para colar na sua cabeça!



02 fevereiro, 2015

Após derrota, Dilma procura Eduardo Cunha para restabelecer pontes



Congresso Nacional


Um dia após a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, o governo procurou o peemedebista para começar o processo de reaproximação. 


Considerado um aliado pouco confiável, Cunha enfrentou na disputa uma operação patrocinada pelo Planalto contra a sua candidatura. Apesar de ter deixado clara sua insatisfação com a ação, ele assumiu o novo posto dizendo não pretender fazer retaliações.

De acordo com o peemedebista, a presidente Dilma Rousseff lhe telefonou para cumprimentá-lo. "Foi uma conversa amistosa", se limitou a dizer. 


Outro que o procurou foi o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, mas Cunha afirmou que não pôde atender essa ligação e que conversará com o ministro em breve. 


Cunha também se encontrou com o vice-presidente da República, Michel Temer, um dos caciques do PMDB, que será o principal responsável pela interlocução do Planalto com o novo presidente da Câmara. 


Segundo pessoas próximas ao peemedebista, sua intenção agora é desanuviar o clima de beligerância causado pela disputa do comando da Câmara. Na votação secreta da noite deste domingo (1), ele bateu o petista Arlindo Chinaglia (SP) por 267 votos contra 136.

 
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é eleito presidente da Câmara dos Deputados em primeiro turno

FOLHA

Oposição diz que mensagem de Dilma ao Congresso é 'peça de ficção'

Congresso Nacional


A oposição classificou nesta segunda (2) de "peça de ficção" a mensagem da presidente Dilma Rousseff encaminhada ao Legislativo para a abertura dos trabalhos do Congresso Nacional em 2015. Congressistas do DEM e do PSDB afirmaram que o texto não expressa a realidade do país, especialmente no campo econômico. 

Estreando seu mandato no Senado, José Serra (PSDB-SP) disse que a mensagem se refere a "outro país, possivelmente no hemisfério Norte". "Não apresenta uma estratégia coerente para tirar o Brasil desta situação de crise econômica. A presidente novamente abusa da ideia de propor reformas sem explicar do que se trata, como no caso das reformas tributária e política", atacou o tucano. 

Líder do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (SP) disse que Dilma apresentou ao Congresso um país de "mil maravilhas", que não representa o Brasil real. "A mensagem ao Congresso é mais uma peça de ficção, ação de marquetagem, uma tentativa de ocultar os problemas reais com os quais os brasileiros se deparam: inflação alta, economia estagnada, apagão, aumento de impostos e risco de desemprego", afirmou. 

Para o líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), a presidente mentiu na mensagem por apresentar números e informações desconectadas da realidade. "Ela mentiu com se ainda estivesse em campanha", criticou. 

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), também disse que a mensagem é uma "compilação de promessas feitas e não cumpridas" no primeiro governo da petista.

 "Tudo que se fala neste governo, se fala com descrédito. A começar por este pecado mortal que, em qualquer país do mundo civilizado, geraria um processo de impeachment: R$ 2,7 bilhões jogados fora, como foi o caso das duas refinarias [da Petrobras] anunciadas, mas extintas para o Nordeste", afirmou. 

Na mensagem, Dilma não mencionou as denúncias de corrupção na Petrobras, mas fez uma defesa da estatal e da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Também defendeu o pré-sal ao afirmar que a sua "riqueza" já é uma "realidade" para o país. 

A leitura da mensagem, feita pelo primeiro-secretário do Congresso, Beto Mansur (PRB-SP), foi interrompida por gritos de congressistas da oposição no momento em que o deputado falava sobre a refinaria de Abreu e Lima. 

Os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Antônio Imbassahy (PSDB-BA) acusaram a presidente de "mentir" ao afirmar que está tudo bem na refinaria e pediram que esse trecho da mensagem seja retirado. "Isso é mentira, é criminoso. Petrolão", gritaram. 

MENSAGEM
 
Na mensagem encaminhada ao Congresso, Dilma defendeu as primeiras medidas econômicas adotadas em seu segundo mandato e afirmou que os ajustes na área fiscal não vão promover "recessão e retrocesso" no país. A petista disse que as mudanças na economia terão efeito apenas a médio prazo no Brasil. 

"Ajustes fazem parte do dia a dia da política econômica. Ajustes nunca são um fim em si mesmo, são medidas necessárias para atingir objetivos de médio prazo, que em nosso caso permanece o mesmo, crescimento econômico com justiça social", afirmou. "Não promoveremos recessão e retrocesso", completou.

Na mensagem, Dilma admitiu que a economia internacional sofreu "instabilidades e incertezas", por isso o governo implementou o ajuste para
 preservar a economia do país. 

Apesar de ter anunciado um pacote de medidas que reduzem direitos trabalhistas, a presidente negou mudanças no setor. Também negou que as novas regras em benefícios como abono salarial sejam decorrentes de ajuste fiscal. Dilma fez um apelo para que o Congresso mantenha a atual política de valorização do salário mínimo, considerada por Dilma medida necessária a redução das desigualdades. 

Segundo a presidente, as políticas sociais vão continuar a ser prioridade em seu segundo mandato, com correções em "distorções" encontradas em alguns dos programas do governo –sem mencionar quais as irregularidades.


Notícias divulgadas no Jornal Asas > 02-02-15