09 março, 2013

NOSSO POSICIONAMENTO E O FATOR POLÍTICO

Face a decepções em relação a políticos que elegemos, muitos chegam a generalizações como as de que os “políticos são todos a mesma coisa” ou, que “entrar na política é meter a mão na m...”.
Essas afirmações, frutos da revolta, não correspondem à realidade por denegrirem a imagem de toda uma categoria em razão de uma minoria de maus políticos.
Os políticos, como todos nós, estão regidos pelas mesmas leis , mesmos costumes e foram eleitos por nós.
Lenin, em uma frase lapidar, disse que cada povo tem o governo que merece.
Devemos começar a perguntar a nós mesmos o que estamos fazendo para melhorar as coisas no nosso âmbito pessoal antes de fazer críticas em um nível mais amplo.
Como criticar o governo se não nos interessamos pelo que ocorre no condomínio do nosso edifício, só criticamos o síndico e nunca comparecemos às assembleias? Como reclamar de nosso sistema educacional se não tomamos conhecimento do que acontece no colégio de nossos filhos e não acompanhamos a educação deles? Como criticar a esculhambação de nossas ruas se, muitas vezes, jogamos sujeira no chão , urinamos nas vias públicas, estacionamos em lugares proibidos, ultrapassamos os semáforos fechados e as velocidades permitidas? E quando fumamos em ambientes fechados, desrespeitamos a lei do silêncio e não respeitamos os idosos ?
E por aí vai.
Precisamos fazer autocrítica de nossas falhas como lerdeza, desatenção , irresponsabilidade, desmazelo, egoísmo e falta de espírito público para a solução dos problemas que nos cercam e que competem a nós mudar.
A imprensa está aí para fazermos denúncias. Hoje, os jornais tem colunas dos leitores e coluna dos consumidores.
A internet também está presente para nos ajudar nessa tarefa.
Hoje os cidadãos dispõem de um Código de Defesa do Consumidor e de outros instrumentos legais para a defesa de seus direitos, que não tínhamos em um passado recente.
Muitos dizem que denúncias não redundarão em nada pois tudo continuará da mesma forma.
Esta afirmação está absolutamente errada. As mudanças são gradativas e são lentas.
Mas seguem em um movimento constante, repetitivo e penetrante, modificando nossas leis, nossas mentes e nossa maneira de ver o mundo.
As denúncias de irregularidades pela utilização intensa da mídia é uma característica das sociedades mais desenvolvidas.
Mas precisamos agir e fazer nossa parte.
Por que fazemos essas colocações em um artigo relativo à defesa de interesses de aposentados do Banco do Brasil ?
Porque essas mesmas falhas se repetem em relação à defesa de nossas causas.
Da mesma forma que fazemos críticas depreciativas e genéricas de nossos políticos, caímos no mesmo erro de criticar dirigentes da AAFBB, ANABB, FAABB e de outras entidades por terem tomado decisões e terem participado de acordos que teriam prejudicado os aposentados e a PREVI.
Será que, diante das pressões e das limitações com as quais esses dirigentes se defrontaram, em um momento de desequilíbrio de forças , eles teriam tido escolha mais sensata a fazer ?
Quais foram as sugestões e colaborações objetivas que foram feitas para um resultado diferente?
O nível de abstenção nas eleições da PREVI e da CASSI continua espantoso.
A omissão e o desinteresse dos aposentados pelo que ocorre na PREVI e nas diversas associações que defendem seus interesses chega a ser chocante.
Quando lemos diversas mensagens na internet em relação a esses assuntos ainda nos deparamos com o ranço obsoleto de choques entre facções políticas em lugar de uma análise objetiva de nossos problemas.
Por causa de um artigo recente, recebemos críticas por denegrir a imagem de partidários do PT e do próprio partido como instituição.
Esclarecemos que não somos contra ou a favor do PT, do PSDB ou de qualquer outro partido. Muito pelo contrário, como diria um matreiro político mineiro.
Como prova dessa afirmação, em comentários recentes, elogiamos políticos do PT como o Senador PAULO PAIM (PT-RS) e EDUARDO SUPLICY (PT-SP) que, entre outros, se destacam na defesa de nossas causas.
O que defendemos, independente de qualquer opção partidária, são os interesses dos aposentados do Banco do Brasil e o fortalecimento da PREVI.
Durante o governo do PSDB, falou-se em privatização do BB, mas isso ficou só nas palavras e em propostas descabidas que não foram adiante.
Vamos à análise franca e sem subterfúgios dos fatos recentes que, de fato, afetaram nossos interesses..
A mudança na composição da direção da PREVI, com o poder de decisão dado ao Patrocinador, dentro do Conselho Deliberativo, foi efetivada dentro do Governo do PT.
A Resolução 26 também foi criada dentro do Governo do PT.
O Projeto de Lei 161, de 2012, cuja tramitação está em suspenso , é de autoria do Sr. Ricardo Berzoini, petista histórico.
Dentro de decisões tomadas nos Governos do PT, estão os reajustes que tivemos, dentro dos menores índices e que, por sinal simpatizante do próprio PT, descreve: “... o interesse do BB, que decide na PREVI, para que nossos benefícios sejam sempre os menores possíveis, pois, quanto mais superávit, mais dinheiro para o BB”.
Defendemos LULA e o PT que retiraram milhões de brasileiros da fome e da miséria.
Mas não podemos concordar com a política econômica dos governos do PT que engordaram tanto os cofres dos banqueiros que nunca ganharam tanto, que multinacionais que nunca antes mandaram tanto lucro para suas sedes no exterior fossem desoneradas de tributos, mas não diminuíssem os preços de seus produtos no mercado interno.
E que, para tanta bondade com os mais ricos e abastados, precisassem meter a mão nos fundos de pensão dos trabalhadores, precisassem achatar nossos benefícios, aumentar nossos impostos , arrasar com a Petrobrás e a Eletrobrás, dentre outras “benesses” ,e mais outras … que estão sendo engendradas nos gabinetes do Governo para impactar nossas vidas.
Nesse ponto, deve entrar em ação a mobilização dos próprios aposentados e beneficiários dos fundos de pensão, principalmente a PREVI, na defesa de seus próprios interesses, junto às associações que os representam, porque ninguém os irá defender.
Temos o maior respeito pela livre escolha partidária que é a prova mais clara de que vivemos em uma democracia.
Mas não podemos aceitar que membros do PT e colegas do BB, que estão na PREVIC, na direção do BB e na própria PREVI, defendam e implementem iniciativas que desfalcam o patrimônio da PREVI e, em consequência, prejudicam os aposentados e assistidos da instituição, cuja assistência é a própria razão de ser da PREVI.
Companheiros , À AÇÃO !!

Adaí Rosembak
Associado da AAFBB e ANABB

12 comentários:

  1. CARLOS VALENTIM FILHO9 de março de 2013 às 17:59

    Prezado Adaí,

    A mudança na composição da direção da PREVI, com o poder de decisão dado ao Patrocinador, dentro do Conselho Deliberativo, NÃO foi efetivada dentro do Governo do PT, mas deveu-se à LC 108/2001, votada durante o Governo do PSDB.
    A mesma LC acabou com os poderes decisórios que detinha o Corpo Social, entregando ao patrocinador poderes absolutos sobre os Fundos de Pensão patrocinados por entidades públicas, inclusive de Economia Mista.
    A intervenção na PREVI para mudança no Estatuto obedecendo aos ditames da referida LC, também ocorreu em 2002 (Governo FHC).
    Quanto aos demais assuntos abordados em sua análise, estão perfeitos.
    Carlos Valentim Filho

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    1. Carlos Valentim Filho,

      Você está absolutamente certo.
      Confundi as datas e, em razão disso, dei uma informação errada.
      Eu lhe agradeço pelo seu reconhecimento positivo quanto ao resto do artigo.

      Adaí Rosembak

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  2. O sr Adaí é a cara da oposição nacional. Criticos ao ponto de deturpar a realidade, não apresentam alternativas inteligentes ou apontam a direção que deseja seguir. No nivel politico, suas opinioes saem das palavras dos colunistas da Globo, da FSP, Veja ou Estadão. Essa semana, na calada da noite, antes pra surpreender os especuladores da bolsa que os consumidores, a Petrobras aumentou o diesel em reles 5%, mas o suficiente para aumentar seu valor na bolsa em mais de R$ 35 bi. Há um mes reajustou os combustiveis em percentual parecido, muitos chiaram, e a imprensa capitzlista que clamava por esse aumento, se fazendo voz do pequeno grupo de investidores(o dos grandes, claro), mudou de idéia e atacou o aumento. Mesmo assim, as ruas continuam congestionadas, as pessoas continuam usando o carro pra comprar o pao na esquina, e o Brasil continua a andar como nunca dantes. Quanto ao apagao, isto é, a Eletrobras, foi Sao Pedro quem resolveu. O sr deve ter se aposentado há muitos anos atras, pois não entende que os lucros dos bancos hoje são compostos mais com o volume do crédito do que com os spreads praticados. O inadimplento é controlado com a analse de credito, com o qual se estabelece o rating, aprovisionando-se, de imediato, o valor correspondente ao risco do cliente. Hoje o bancario nao fica inerte diante de cliente que tem necessidades financeiras e produtos bancarios. Ele tem que entender de seguros, previdencia privada, cartão de credito, plano de saúde , credito imobiliario, etc... Dai vem outra boa fatia do lucro. Aconteceram muitas coisas depois que se aposentou. O sr critica o PT, coisa muito facil de fazer, pois ele agora é quase igual aos outros e ainda tem contra si um inimigo poderoso, que sao os proprios banqueiros e a midia que patrocinam(diz que nao, vai).. Mas ainda acho que há diferencas e são essas diferencas que, por enquanto, ainda me fazem continuar votando no PT. Agora, por que o sr vem mais uma vez pedir acao aos colegas e, até hoje, não diz o que fez de "ação" para dar de exemplo aos colegas? So palavras de ataque e acusacoes muitas vezes levianas sao suficientes para a diretoria abrir mao de responsabilidades? O sr agendou alguma audiencia com alguma autoridade importante para denunciar "as iniciatvas que desfalcam o patrimonio da Previ" feitas pela diretoria eleita da Previ(embora venha dando superavit po r snos consecutivos)? Palavras sao palavras, nada mais que palavras.

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    1. Caro Anônimo,

      Felizmente vivemos em uma democracia.
      Apenas acho que você interpretou mal minhas palavras.
      Como disse, não sou contra nem a favor de qualquer partido político.
      Apenas defendo o interesse dos aposentados e da PREVI.

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    2. Leopoldina,

      Cometi uma “barriga” (erro, no jargão jornalístico) no artigo abaixo em razão de troca de datas.
      Assim, considere que o Poder de Decisão dado ao Patrocinador deveu-se à LC 108, de 29.05.2001, durante o Governo FHC, de 1998 a 2002.
      Portanto, o Governo do PT não foi o responsável pela ediçao dessa Lei Complementar.

      Adaí Rosembak
      Sócio da AAFBB e ANABB

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  3. eu acho quem defende o pt é benefeciado dele do mesmo jeito dos bolsas e dos vales da vida; esse cara que vota no pt não fala nada do breque que a dilma deu na polícia federal para não investigar o lula, na op. porto seguro. Ele "não sabia de nada" nem q o seu filho lulinha está muito rico com as privatizações que o pt condena. Logo, o povo vai perceber que a inflaçao de alimentos já chegou a 14% só em janeiro e fevereiro. Assim nao tem reposição que recomponha. Daí a dilma fica tirando imposto da cesta basica, já devia ter feito a muito tempo.

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    1. Você está absolutamente certo.
      Quando me defronto com algum radical procuro passar ao largo.
      É difícil dialogar com pessoas assim.
      Parabéns pela sua resposta bem articulada.

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    1. Isa Musa de Noronha,

      Estou aposentado há quase 25 anos e, até há pouco, estava me dedicando a atividades privadas.
      Assim, me incluo entre os "omissos".
      Mas estou procurando recuperar o tempo perdido e acesso seu site constantemente para me atualizar em relação às nossas causas.
      Assim, me sinto extremamente honrado e feliz por seus comentários.
      Sou da velha guarda e, quando jovem, também fui um radical destemperado e dono absoluto da verdade.
      Estudei 2 anos de russo e ia estudar na ex-URSS quando veio a "Redentora" em 64 e meus sonhos foram por água abaixo.
      Porisso, tenho paciência, aceito com muita tranquilidade e até me divirto com críticas como essa.
      Coisas da juventude sonhadora...
      Continuarei sempre a acessar seu site e lhe mandar alguns comentários como o acima.
      Aliás, cometi "uma barriga" (erro, no linguajar jornalístico), diria "um barrigão". O poder de decisão dado ao Patrocinador deveu-se à LC 108, de 29.05.2001, durante o Governo FHC, de 1998 a 2002. Assim, erroneamente coloquei a culpa no LULA.
      Mas, falível como todo ser humano, eu prometo cometer novas "barrigas" no futuro, embora (espero) não da mesma magnitude.

      Um grande abraço

      Adaí Rosembak

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  5. Ao Anônimo10 de março de 2013 05:13,

    Excluimos o comentário DESTE ANÔNIMO por conter ofensas à pessoas, sem se identificar.

    Caso queira reiterar seu comentario, por favor assine-o. Não divulgamos e nem nos responsabilizamos por ofensas a outrem, quem assim o fizer que assine sua postagem se reponsabilizando por ela.

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  6. Colega Adai,
    O que muitos não percebem é que o Governo, qualquer que seja ele, sempre terá olhares de cobiça sobre o Patrimônio da PREVI. Nisso, os governos Lula, Dilma, em nada se diferenciam dos governos FHC ou Collor de Melo. A propósito, hoje revendo matérias antigas, deparei-me com um artigo do jornalista Fernando Rodrigues, de 2011, onde ele comenta declarações do Ministro da Fazenda. Mantega parece considerar que a PREVI é do Governo e se ele pensa assim e continua Ministro é porque a Sra. Dona Dilma, Presidente, concorda. Veja em:
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0405201104.htm

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  7. Isa Musa,

    Li o artigo. Muito esclarecedor do que podemos esperar de nossos governantes.
    Realmente, nós aposentados somos o elo fraco da corrente.
    Há algum tempo li uma nota sobre fundos de pensão nos USA. Eles também se defrontam com pressões de toda ordem. E olhe que nos USA é onde a lei impera e o povo põe a boca no trombone.
    Mas as coisas estão mudando no Brasil. Temos instituições públicas independentes do Poder Central. Temos uma imprensa livre. O estado democrático é uma realidade.
    Imagine se estivéssemos na Venezuela ou em Cuba...
    Já escrevi muitas notas em colunas dos leitores de jornais e incomodei muita gente. Já recebi alguns telefonemas desaforados.
    Mas dei minha contribuição para mudar as coisas.
    Minha atual mulher é uma sobrevivente do drama da VARIG/AERUS. Comeu o pão que o diabo amassou. Ela e o ex-marido,também da VARIG, e que foi diretor da empresa na Europa, deixaram, de uma hora para outra, de receber seus salários. Ele entrou em depressão, teve uma gastrite braba e morreu. Me reservo a discrição de não comentar mais detalhes.
    Embora não sendo aeroviário, fui à uma assembléia do AERUS e vi o depoimento dramático de idosos que já tinham vendido tudo para sobreviver. Vi gente chorando, gritando, um desespero generalizado.
    E... um interventor frio apresentando um quadro sem saída (que o Governo criou). Só faltou pedir àqueles anciãos para se suicidarem.
    Foi naquele momento que tomei a decisão de lutar pela PREVI.

    Um abraço

    Adaí Rosembak

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