A
indefinição sobre quem vai ocupar a presidência do Banco do Brasil (BB)
no governo do presidente interino Michel Temer joga incertezas sobre o
processo sucessório na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do
banco estatal. Com a transição no governo federal, surgiram dúvidas no
mercado sobre quais serão os executivos que o BB vai indicar para a
diretoria e o conselho deliberativo da fundação. Além das indicações do
banco, os associados da Previ também estão elegendo representantes para o
fundo de pensão. A posse de indicados e eleitos será em 1º de junho. A
Previ tem um sistema de governança em que patrocinador e participantes
elegem seus representantes de forma paritária.
Em 31 de maio, vencem os mandatos de dois diretores indicados pelo BB
na Previ: Marcus Moreira, de investimentos, e Renato Proença, de
participações. Em condições normais, a tendência seria de recondução dos
executivos para mais um mandato de quatro anos. Mas na transição
política atual, o cenário pode mudar. “Se mudarem a diretoria do
I, como a Vale, sofrendo variação negativa, e
com o passivo do fundo sendo corrigido pelo aumento do INPC.
Esse cenário serve como pano de fundo para as eleições da Previ, que
vão eleger representantes dos associados para a diretoria de seguridade
da fundação e membros titulares e suplentes para duas vagas no conselho
deliberativo, entre outros cargos. As eleições foram abertas em 13 de
maio e vão até o dia 27. A posse de eleitos e indicados será no dia 1º
de junho.
A Previ tem 202.520 participantes e é preciso quórum de 50% para que a
eleição seja efetivada. Caso o número de participantes não seja
atingido, serão convocadas novas eleições em 15 dias sem quórum mínimo. É
possível votar pela internet ou pelo telefone, no caso dos aposentados,
e pela intranet, se for funcionário ativo. As eleições dos
representantes da Previ estão sendo marcadas por uma polarização
semelhante à registrada no quadro político nacional. Cinco chapas de
funcionários disputam as eleições, incluindo chapas de situação e de
oposição, com representantes dos aposentados.
Este ano a eleição ganhou apelo nas redes sociais, com forte
mobilização. Há quem entenda que esse movimento somado ao clima político
possa levar a uma maior participação dos associados nas eleições. Mas o
contencioso criado entre as diferentes chapas pode fragilizar a posição
dos representantes eleitos na governança da Previ uma vez que essas
vagas, na diretoria e no conselho, foram criadas para evitar eventuais
abusos do BB. Há porém quem minimize essa posição: “Não necessariamente o
eleito representa o interesse dos associados. Há quem trabalhe [entre
os eleitos] por um projeto de poder, para beneficiar a si próprio ou a
quem os apoia.” Entre as propostas das chapas, está a fixação de um
“teto” de benefícios, que hoje não existe. A aposentadoria dos
funcionários do BB é calculada com base em um percentual de 90% do
salário dos últimos 36 meses. O receio é que o BB caminhe para equiparar
os salários dos diretores aos de bancos comerciais (mais altos), o que
poderia criar um desequilíbrio no Plano I.
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