Horas após divulgar em nota a decisão do PSDB de apoiar as manifestações
do próximo dia 15, mas afirmar a jornalistas que não planeja ir ao ato,
o senador Aécio Neves se definiu, no início da noite desta quarta-feira
(11), como "um cara de rompantes". "Quem sabe eu não resisto na última
hora", insinuou.
A declaração foi dada durante entrevista na rádio JovemPan. O presidente
nacional do PSDB disse que "golpista" é querer dizer sobre o que as
pessoas podem ou não se manifestar, Ele ainda fez um chamado àqueles que
estão "com um nó na garganta", citando o sentimento de cansaço e os
escândalos de corrupção. Para Aécio, o PT tem mania de achar que "o povo
só pode se manifestar sobre os temas que ele considera adequados".
"As pessoas que tiverem com esse sentimento [de indignação], com esse nó
na garganta, devem ir sim para as ruas", disse Aécio. "Vão em paz",
concluiu.
IMPEACHMENT
O senador voltou a dizer que "impeachment" não é palavra proibida. E
salientou que, apesar de entender que o assunto não é agenda para o PSDB
hoje, o desenrolar das investigações pode levar o partido a "discutir" o
assunto.
Aécio afirmou que existem dois componentes para dar base a um pedido de
impedimento: um político e outro jurídico. O político, afirmou, vem
crescendo a cada dia, com a manifesta insatisfação de uma parcela da
sociedade. "O componente jurídico pode ser até que se configure com o
andamento das investigações", avaliou, para afirmar em seguida que seu
partido não vai, entretanto, "antecipar" essa situação.
"Se essas condições se criarem, teremos que, com muita serenidade, discutir a questão", afirmou.
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