Pedro Ladeira - 25.fev.2015/Folhapress | |
Marta (PT-SP) cumprimenta o governador Geraldo Alckmin após reunião com José Serra (PSDB-SP) |
Integrantes do PSB afirmam que está "muito bem encaminhado" o
desembarque da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para a sigla. A petista
vem se distanciando e atacando publicamente, desde o fim do ano passado,
o partido no qual milita há mais de 20 anos.
Nesta quinta (5), antes de uma reunião do diretório pessebista em
Brasília, integrantes da cúpula do partido fizeram um encontro em
separado no qual deram como certa a migração de Marta para a legenda.
O avanço nas negociações foi registrado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" nesta sexta (6). Procurado pela Folha,
o vice-governador do Estado, Márcio França, presidente estadual da
legenda, nega que o acerto tenha sido oficializado e diz que ainda não
se encontrou com Marta para falar do assunto. Nos bastidores, no
entanto, integrantes da sigla confirmam que França e Marta já discutiram
a mudança e que o PSB teria assegurado à petista que, se for para o
partido, ela será a candidata da legenda à Prefeitura de São Paulo.
Marta e o PSB trabalham para não melindrar outras siglas que tinham
acenado com espaço para a senadora. O Solidariedade, do deputado
Paulinho da Força (SP), por exemplo, foi quem deu início às tratativas
para a saída da senadora do PT.
Paulinho, França e o PPS têm um acerto para se unirem em torno da
candidatura de Marta à prefeitura caso ela conclua a saída do PT para
qualquer uma das três siglas. As conversas com o PSB também têm o apoio
do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que é aliado de França.
No lado petista, todos os esforços feitos até agora para conter a
senadora naufragaram. Dirigentes da legenda em São Paulo telefonaram e
escreveram a Marta nas últimas semanas, mas não foram atendidos. O clima
de "divórcio" da petista com a legenda foi reforçado por artigo publicado por ela nesta sexta-feira (6) na Folha.
No texto, Marta diz que o governo Dilma Rousseff (PT) conseguiu reunir
todas as condições necessárias para a "levar a vaca para o atoleiro": "a
negação da realidade e trabalhar com as estratégias erradas", escreve. A
senadora diz ainda que a "roubalheira" na Petrobras é "sistêmica", que a
estratégia de culpar o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pelos
desmandos parece "diversionista" e reforça o discurso da oposição de que
Dilma mentiu durante a campanha eleitoral para se reeleger.
"Afunda-se o país e a reeleição navega num mar de inverdades, propaganda
enganosa cobrindo uma realidade econômica tenebrosa, desconhecida pela
maior parte da população", diz. Ela afirma ainda que Dilma, em sua
posse, em vez de fazer uma autocrítica, brindou a população com "mais um
discurso de campanha". "Parece brincadeira, mas não é", arremata.
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