A presidente Dilma Rousseff disse a pelo menos dois interlocutores que
está decidida a retirar o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, de missões na área da articulação política de seu governo.
Seria uma iniciativa para melhorar sua relação com sua base aliada,
principalmente o PMDB, cujas principais lideranças não têm bom
entendimento com o petista.
Segundo a Folha apurou, Dilma avalia que Mercadante falhou nas
principais negociações políticas e estratégias que liderou neste início
de governo. A presidente, contudo, não manifestou intenção de retirá-lo
do posto de comando da Casa Civil. Nesta área, a avaliação da presidente
sobre o desempenho de Mercadante é positiva.
À Folha, interlocutores presidenciais fizeram a ressalva de que
ela já fez promessas de reformulação de áreas do governo, durante
período de críticas e avaliações negativas de determinados setores, mas
ficou postergando suas decisões.
Dilma vem sendo pressionada por aliados e pelo ex-presidente Lula a
promover uma pequena reforma ministerial imediatamente, mesmo tendo
decorrido pouco mais de dois meses de seu segundo mandato. O principal
alvo da mexida teria de ser fortalecer a articulação política e dar mais
poder ao PMDB. O ex-presidente tem sugerido a mexer em quem não estiver
dando voto no Congresso.
NOMES
Dois nomes são citados para liderar a articulação política do governo.
No PT, o mais cotado é o ministro da Defesa, Jaques Wagner, que já vem
desempenhando missões na área. Por exemplo, no último domingo, ele
esteve com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em busca
de negociar uma trégua com o peemedebista.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foi quem convenceu Renan a recolher as armas.
As conversas deram resultado. Renan topou negociar com o ministro Joaquim Levy (Fazenda) um acordo para manter o veto da presidente Dilma à correção integral da tabela do Imposto de Renda na Fonte em 6,5%, fechado na terça-feira (10).
Porém, após sinalizar uma trégua com o governo ao costurar acordo para a
correção da tabela do IR, o presidente do Senado voltou nesta quarta
(11) sua artilharia para o Palácio do Planalto ao afirmar que o governo
"envelheceu". Ele disse que os problemas entre o Executivo e o PMDB, seu
principal aliado no Congresso, não foram solucionados com o acordo em
torno da medida provisória do IR.
"Eu acho que do ponto de vista da aliança, não se resolveu nada.
Evidente que eu não falo pelo partido, eu falo pelo Congresso Nacional. A
coisa da aliança, ela precisa ter um fundamento. Esse governo parece
que envelheceu. Mas esse aí é outro assunto que está sendo tratado por
outra instância do partido", atacou.
Nesta terça, ele já havia dito que um Congresso "fraco" faz mal à democracia.
Outra opção, defendida por uma ala do governo, é entregar a função a um
peemedebista. O ministro Eliseu Padilha (Secretaria de Aviação Civil),
ligado ao vice-presidente Michel Temer, é visto como um bom nome para
substituir, inclusive, o responsável formal pela articulação política do
governo, ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais).
PRESIDÊNCIA
No final da manhã, a Secretaria de Imprensa da Presidência divulgou nota
oficial em que nega rumores de que Dilma poderia tirar Mercadante da
chefia da Casa Civil.
"Não corresponde à verdade o rumor de que a presidenta Dilma Rousseff
tenha recebido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sugestão de
mudança na chefia da Casa Civil. O ministro Aloizio Mercadante tem total
confiança da presidenta e seguirá cumprindo suas funções à frente da
Casa Civil", diz a íntegra da nota.
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