12 fevereiro, 2015

Justiça italiana anuncia extradição de Pizzolato, que deve ser preso nesta 5ª

O Julgamento do Mensalão
A Corte de Cassação da Itália decidiu extraditar Henrique Pizzolato, revertendo a vitória que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil obteve na primeira instância. 

A polícia italiana, que vinha monitorando Pizzolato nos últimos dias, pode realizar a prisão ainda nesta quinta-feira (12). 

"Eu sempre confiei na Justiça italiana", disse à imprensa brasileira Michelli Gentiloni, advogado contratado pelo Brasil para acompanhar o caso. 

Agora, a partir da notificação do resultado do julgamento, o Ministério da Justiça terá 20 dias para decidir se o petista será ou não devolvido ao Brasil para cumprir a pena de 12 anos e 7 meses imposta no julgamento do mensalão. 

Foi uma vitória do governo brasileiro e uma virada no curso do caso. Os cinco juízes do mais alto tribunal da Itália acolheram as garantias oferecidas de que Pizzolato não seria submetido a tortura nem que sua vida corresse risco em uma ala do complexo penitenciário da Papuda (DF). 

Em novembro, a Corte de Apelação de Bolonha recusou o pedido de extradição por entender que o Brasil não ofereceu garantias de seguranças mínimas ao condenado. 

A portas fechadas, os juízes ouviram durante uma hora a argumentação dos dois advogados de Pizzolato, do representante da Procuradoria italiana e do advogado Michelle Gentiloni, contratado pelo governo brasileiro. Depois de uma pausa para almoço, os magistrados voltaram a se reunir para decidir sobre o caso. 

O argumento do governo brasileiro foi baseado na chamada teoria da concretude do risco - isto é, ao mesmo tempo em que o país admite que há problemas no sistema carcerário de maneira geral, convenceu que, no caso específico de Pizzolato, ele não vai correr risco ao cumprir a pena no mesmo pavilhão da Papuda onde outros mensaleiros estiveram presos. 

Ao final da audiência, mas horas antes da decisão dos magistrados, um dos advogados de Pizzolato, o italiano Emmanuelle Fragasso, foi irônico ao comentar que o petista estaria seguro na Papuda. 

"Tem que ver se a Papuda é uma colônia de férias ou se é uma penitenciária onde detentos foram mortos nos últimos anos", disse a jornalistas no saguão da sala da 6ª sessão penal, onde ocorreu o julgamento do recurso. 

Nesta quarta, a defesa de Pizzolato citou, pela primeira vez, a recusa do governo Lula de devolver à Itália o ex-terrorista Cesare Battisti - um episódio que azedou a relação bilateral entre os dois países. 

"O caso do Battisti mostrou que não existe reciprocidade [possível com o Brasil]", afirmou Fragasso. 
 


Um comentário:

  1. Bem que ele poderia entregar os chefes da quadrilha: O molusco e presidANTA.

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